Além de lua de mel ou de surfe, Tahiti para famílias?

Lua de mel em Bora Bora Foto @marcgerard

Quem sonha em lua de mel coloca Tahiti e suas ilhas, com certeza, como um dos destinos mais procurados do mundo. A beleza das paisagens de  Bora Bora ou Moorea, os tons de azul e a pureza das suas águas, a onipresença dos seus colares ou das suas coroas de flores, e o atendimento sempre carinhoso dos seus moradores criaram a imagem de romantismo desde a chegada dos primeiros europeus  que pensavam ter reencontrado uma nova Citera, a ilha de Vênus. E desde os anos 1960, quando a construção do aeroporto de Papeete abriu a região para o turismo internacional, a maioria dos visitantes que chega na Polinésia francesa são jovens que acabaram de se casar, ou menos jovens de todas as idades, nacionalidades ou comunidades que querem renovar seus votos de amor, combinando uma ocasião especial com um lugar único.

Desafio dos JO 2024, Teahupoo atrai surfistas do mundo inteiro

Nos últimos anos, o Tahiti seduziu porem outros viajantes. Foram com toda lógica aventureiros ou esportistas, mergulhadores procurando as emoções do recifes de corais de Rangiroa ou surfistas atrás das impressionantes ondas de Teahupoo (aquelas que já foram selecionadas para as provas de surfe dos Jogos Olímpicos de Paris 2024). Mais recentemente, apareceram visitantes até então inesperados, famílias com crianças  vindas não somente da França mas também da Europa, da América do norte, da Ásia e até do Brasil. Pertencendo a uma geração acostumado a viajar desde a adolescência, esses novos pais querem continuar a viajar mesmo com filhos pequenos, e escolheram o Tahiti pela tranquilidade, pelas atividades existantes, pelas facilidades de alojamento e ,mais ainda, pela atenção dada às crianças na cultura local.

Não tem idade para começar o caiaque

As crianças de todas as idades amam as areias cor-de-rosa de Tikehau e Rangiroa, brancas de Moorea e Bora Bora, ou até as pretas da ilha de Tahiti, as praias sempre tranquilas sem nenhuma preocupação de overturismo. As águas quentes e muito seguras são uma alegria para eles e uma tranquilidade para os pais. Muitas atividades náuticas podem ser feitas com crianças mesmo pequenas, seja observar baleias (em Tahiti, Rurutu ou Moorea) ou golfinhos (em Tahiti ou Rangiroa), alimentar arraias (em Bora Bora ou Moorea), seja simplesmente  nadar vendo os peixes coloridos em cima dos aquários naturais das lagoas cercadas de arrecifes de corais (Rangiroa, Bora Bora).  Essas atividades bem como todos os passeios de barco respeitam as rígidas normas francesas  de segurança, tendo sempre equipamentos adaptados aos turistas mirins.

Os quartos do Manava têm espaços para todos

Hospedagens e restaurantes deixam as famílias muito à vontade.  Com quartos geralmente espaçosos (não somente nos estabelecimentos de alto luxo, mas também em locais mais em conta como os hotéis Manava do Tahiti ou de Moorea, o Kia Ora de Rangiroa ou o Pearl de Tikehau), os hotéis são bem adaptados – sendo melhor pegar bangalôs na praia que sobre palafitas se as crianças foram muito pequenas. A grande oferta de AirBnb (mais de 300 opções) e as numerosas pensões de família são também opções interessantes se forem bem pesquisadas com um profissional antes de fazer a escolha. E se os pais podem confiar nos serviços de babysitters e aproveitar um jantar romântico a dois, as crianças amarão um piquenique em família num “motu” (por exemplo o Coco Beach de Moorea) ou uma refeição descontraída no ambiente popular das famosas “roulottes”.

Na lagoa de Rangiroa, a caminhada de mãe e filha

A tranquilidade das ilhas e a atenção dada às crianças na cultura local são os mais fortes argumentos para escolher o Tahiti e as suas ilhas como destino de uma viagem em família. Nos hotéis, nos restaurantes ou nas lojas, o pessoal sempre responde com gentileza e eficiência aos pedidos ou as exigências dos pequenos turistas. Os próprios taitianos, grandes consumidores de turismo local, em geral em família, aceitam com muita espontaneidade de enturmá-los seja para correr na areia, pular na piscina, brincar de pega pega perto das “roulottes” ou dividir os brinquedos. E a atenção dada as crianças vira também uma oportunidade  para um papo descontraído com os pais,  uma ocasião de descobrir que o Brasil, nessa região do mundo, continua com um extraordinário capital de simpatia dos moradores de todas as idades.

Jean Philippe Pérol

As areias brancas de Tikehau

 

No Kia Ora, pai e filha experimentando a moda tahitiana

Na Polinésia francesa, o novo Paradigma do turismo de luxo

Na Ilha do Guy Laliberté, uma redefinição do turismo de luxo

Depois de quase dez anos de obras, o bilionário canadense Guy Laliberté abra agora para o publico sua ilha-refugio, Nukutépipi, um paraíso exclusivo combinando a preservação do ecosistema do Arquipélago das Tuamotu e a homenagem as tradições culturais dos Polinésios. O homem que criou o “Cirque du Soleil”, revolucionou o circo e inventou uma nova forma de lazer artístico, está redefinindo o turismo de luxo, juntando uma beleza natural e cultural exclusiva, com um atendimento excepcional num quadro perfeito reservado a uns “happy few”. A 700 quilômetros no sudeste de Tahiti, o atol quer assim ser um esconderijo autentico único no mundo onde pequenos grupos de até 52 pessoas podem viver juntos uma experiência de humildade e de perfeição frente aos azuis do mar e ao ecosistema da ilha, somente completados por serviços, obras de arte ou até sons cuidadosamente escolhidas.

Nukutépipi é um dos menores atóis da Polinésia

Com somente 2,7 quilômetros de comprimento, sendo um dos menores atóis da Polinésia francesa, e nunca tendo sido habitado de forma permanente,  Nukutépipi seduziu o Guy Laliberté pelos seus recifes de corais, suas praias virgens, sua lagoa protegida, e sua mata primária. Mesmo frágil, o ecosistema foi assim sempre protegido, oferecendo opções privilegiadas para mergulhar com peixes raros, nadar com as baleias, observar os pássaros ou simplesmente olhar a natureza desde um espetacular mirante. Escondidas na vegetação, seguindo a praia num total respeito ao meio ambiente, as construções combinam as tradições da Polinésia com a arte e o design contemporâneo. Concebido como sendo um refugio pessoal, a ilha conta com uma residência master de 647 m2 com quatro quartos, duas residências júnior de 247 m2 com dois quartos, e treze bangalôs de 70 m2, podendo hospedar com absoluto conforto 52 hospedes.

Obras de arte são espalhadas em vários cantos da ilha

Deslumbrante, exclusiva, e pioneira, Nukutépipi está sendo comercializada pela Sunset Luxury Villas, uma cadeia de destinos de exceção pertencendo a Guy Laliberté, e administrada pela SPM, companhia hoteleira representada no Brasil pela Cap Amazon. Para respeitar o espírito de esconderijo, e a sua dedicação a “ricos e famosos”, a ilha só pode ser reservada na sua totalidade. O preço de um milhão de Euros por semana inclui os voos desde e para Papeete, o pessoal, as refeições, as bebidas, as atividades, e os espetáculos. Mesmo se alguns privilegiados já tiveram a oportunidade de hospedar-se na ilha, a inauguração oficial está prevista para o primeiro semestre do ano que vêm, com uns convidados escolhidos a dedo nos principais países onde existem personalidades capazes de querer conquistar esse novo Paradigma do turismo de luxo. Influençiadores brasileiros já estão previstos para participar.
.
.
Ia Ora Na em Nukutépipi!  

.

Jean-Philippe Pérol

 

As construções respeitam as tradições da arquitetura da Polinésia

 

 

Villas e bangalôs têm sempre o seu acesso a praia

 

 

A Residência master e seus bangalôs

 

A mata primária seduziu o Guy Laliberté

 

A fauna do atol é a grande atração dos mergulhos

 

Por do sol em Nekutépipi

A  ilha de Nekutépipi na Polinésia francesa faz parte do portfolio da Sunset Luxury Villas, uma coleção de propriedades exclusivas concebidas pelo Guy Laliberté

Fotos Nukutépipi @ LM Chabot

Para escolher o seu destino, os serviços que você não quer (e provavelmente não vai) usar são fundamentais

O Vale de Papenoo, a beleza selvagem do interior da ilha de Tahiti

Seja para aproveitar em família uma praia num all inclusive, seguir um grupo organizado num circuito continental, explorar  sozinho caminhos  exclusivos, sonhar a dois frente a paisagens românticos,  enriquecer sua cultura – e dos seus filhos-  em sítios marcantes ou eventos excepcionais, ou simplesmente seguir em liberdade a vida de um morador, a escolha de um destino turístico ainda é uma alquimia muito pessoal.  Os desejos e os gostos de cada viajante se misturam com a beleza do lugar, o património, os preços, as infraestruturas, os serviços, os lazeres, a acessibilidade, o imaginário, e, ultimamente, até a facilidade de ser explorado nas mídias sociais. Assim, buscando o destino com o máximo e o melhor dos critérios seus, o turista define o seu destino entre a Riviera maia, Lisboa, Machu Pichu, Tahiti, Paris ou Nova Iorque.

Ministerios das relações exteriores publicam mapas dos riscos por pais

A segurança virou nos últimos trinta anos um critério fundamental, o primeiro para 67% dos viajantes europeus e norte americanos. Um critério que as autoridades e as operadoras estão levando muito a sério. Ele explica em parte tanto as dificuldades dos países do sul do Mediterrâneo e da América Latina (inclusive o Brasil), que o sucesso crescente dos países da Europa do Norte ( Islândia, Noruega, Suécia, Dinamarca) ou da Oceania (Austrália, Nova Zelândia ou Polinésia francesa). A segurança é em primeiro lugar a tranquilidade em relações as agressões e a violência contra as pessoas, mas inclui também o recuso absoluto de enfrentar riscos climáticos ou sanitários. Esses desafios devem hoje ser integrados a qualquer politica de desenvolvimento turístico.

Serviços de urgência integram as preocupações dos profissionais e dos turistas

Mas tem mais um fator essencial que deve ser considerado na escolha de um destino, são as infraestruturas e os serviços de saúde. Tendo sido recentemente colocado frente a um banal mas grave acidente, percebi a que ponto era importante dispor de uma assistência total em termos de urgências, de médicos, ou de hospitais. Participando de um seminário de turismo na Polinésia francesa, e durante uma excursão de bicicleta elétrica, a minha esposa caiu numa descida do vale do Papenoo, e, mesmo usando capacete, teve um traumatismo craniano alem de varias fraturas das costas e da clavícula. Foi um acidente que precisava de tratamento de extrema urgência, uma operação complexa, devendo ser realizada no máximo cinco horas depois do choque, enquanto o local era um vale isolado no final de uma trilha onde os celulares não pegavam.

Do terraço do hotel, olhando para o mar e esperando os pulos das baleias jubarte

O happy end desse drama mostrou toda a importância de uma cadeia completa de serviços funcionando perfeitamente: bombeiros chegando a tempo no local com o material necessário, hospital com todos os equipamentos de neurologia, neurocirurgião altamente qualificado de plantão, UTI de padrão internacional, enfermeiras e médicos competentes e atenciosos. E ainda uma impressionante equipe de Europ Assistance que se encarregou de toda a parte administrativa e financeira, e ainda organizou o repatriamento com conforto e carinho. A eficiência do sistema de saúde francês, a competência e a gentileza dos colegas e atendentes de Tahiti foi apesar do estresse um excepcional reconforto.

O sorriso da criança com seu tambor chamando para gente voltar

Claro que não viajamos pensando em acidente ou em ficar doente. Mas na longa lista de critérios de escolha do destino da nossa próxima viagem, verificar se existe por perto as infraestruturas e as competências para qualquer eventualidade é uma garantia que a sua viagem sempre terá um final feliz. Foi o caso para nos essa vez, talvez ajudado pela força do Mana, esse axé da Polinésia sempre lembrado pelos moradores. Mauruuru Tahiti, voltaremos.
.
.
Jean-Philippe Pérol

Esse artigo foi inicialmente publicado no Blog “Points de vue” do autor na revista profissional on line Mercados e Eventos

A ilha de Páscoa dos turistas voltando a ser também a Rapa Nui dos moradores?

Norwegian Argentina abrindo caminho para novos destinos, com oportunidades para Tahiti e o Caribe francês

A Norwegian Air Argentina chegando com rotas inéditas

Enquanto as companhias low-costs estão multiplicando as aberturas de linhas entre a Europa e as Américas, incluindo o Brasil com os voos da Joon/Air France para Fortaleza, a Norwegian quer fazer de 2018 o ano de todos os sucessos. Hoje terceira low cost europeia, anunciou a abertura de mais 12 rotas para os Estados Unidos, saindo de Amsterdã, Madri e Milão. De Paris, a  dinâmica companhia norueguesa anunciou agora voos diretos para oito aeroportos americanos: Nova Iorque (JFK e Newark), Boston, Fort Lauderdale, Orlando, Denver, Los Angeles e Oakland. Norwegian surpreendo também seus concorrentes com o lançamento de uma classe Premium, com mais de um metro de espaço para as pernas, novos equipamentos de vídeo e wifi a bordo.

Buenos Aires Londres, primeiro voo programado, no dia da Saint Valentin

Mas a grande novidade para Norwegian será o inicio das operações da sua filial argentina, aberta em setembro do ano passado e que vai começar a voar de Buenos Aires para Londres no dia 14 de fevereiro , oferecendo passagens a partir de 340 Euros. O projeto argentino, onde será investido 4,3 bilhões de USD nos próximos dez anos, é extremamente ambicioso, as previsões para 2024 sendo de 70 aviões, com uma rede regional, sul-americana e intercontinental para quatro continentes, e um total de 17 milhões de passageiros. As autorizações dadas em dezembro pelo ministério argentino dos transportes surpreenderam pelo numero de rotas concedidas, um total de 152, com 72 domesticas e 80 internacionais, 51 das quais estão hoje sem concorrente.

Os argentinos já lideram as 100.000 chegadas internacionais em Fortaleza

O Brasil pode talvez lamentar que um investimento desta importância escapou para o vizinho “hermano”, especialmente quando se sabe que os primeiros estudos e contatos tinham sido feitos há três anos no Brasil pelos executivos europeus e norte americanos da empresa. Mas,  mesmo sediada em Buenos Aires, a Norwegian Air Argentina deve trazer uma grande contribuição para o turismo brasileiro, abrindo mais ainda o seu maior . São previstas 13 voos saindo de Buenos Aires para São Paulo, Rio de Janeiro, Belo Horizonte, Brasília, Curitiba, Florianópolis, Fortaleza, Natal, Maceió, Porto Alegre,Porto Seguro, Salvador e Recife. Dois voos sairiam de Córdoba para São Paulo e Salvador, e um de Mendonza para São Paulo.

Tahiti e suas ilhas (acima Tikehau) no calendário da Norwegian

As novas rotas planejadas pela Norwegian vão também trazer novas ofertas de voos mais diretos (especialmente se a empresa consegue autorizações de “quinta liberdade”da ANAC)  e/ou mais baratos para os brasileiros. Alem de destinos tradicionais como Paris, Miami, Nova Iorque, Roma ou Madri, aonde a competição será acirrada com LATAM ou Aerolínas,  são programadas novidades como Moscou, Perth, Honolulu, Kiev, Oslo ou Tel Aviv, hoje sem concorrentes diretos. A França “ultramarina” poderia também ser uma das grandes favorecida pelo dinamismo da companhia norueguesa. Papeete, na Polinésia francesa, é uma das rotas autorizadas – um incremento da oferta atual que poderia consolidar o impressionante sucesso de Taiti nos últimos dois anos.

O hotel La toubana, charme e bom gosto na Guadalupe

O Caribe francês poderia também ganhar uma grande oportunidade no mercado Argentino (e talvez no Brasil). A Norwegian vai competir na rota de Saint Martin, destino bem conhecido dos argentinos, tanto do lado francês que do lado holandês, tanto como ponto de transito para Saint Barthelemy que de saída para numerosos cruzeiros. Já bem instalada na Martinica e na Guadalupe, onde opera rotas para Estados Unidos, Canadá e França, a nova low-cost conseguiu autorizações para Fort de France e Pointe à Pitre. Para essas ilhas francesas que sempre sonharam em receber turistas da América do Sul, mas nunca tiveram ligações regulares (Saint Martin e a Guadalupe tiveram só charters, a Martinica tem um charter semanal da MSC), a chegada da Norwegian Air Argentina pode ser o inicio de uma grande arrancada tanto na Argentina que no Brasil.
Jean-Philippe Pérol

La Samanna em Saint Martin, com reabertura prevista nos próximos meses

 

 

Rangiroa, do outro lado do mundo, enoturismo com golfinhos e baleias!

Entre a lagoa e o Oceano, os vinhedos de Rangiroa

Para quem gosta de vinhos diferentes, o “Special Blend” da Bodega del fin del Mundo é sem dúvida uma excelente opção. Nos confins da Patagônia Argentina, em San Patricio del Chanar, alguns pioneiros conseguiram colher uvas dos melhores vinhedos da região – Malbec, Cabernet Sauvignon e Merlot – e compor o vinho único, aromático, tânico e sensual, que seduz não somente pela sua potência, mas também pela sua origem tão peculiar. Mas, pelo menos pela geografia, esse vinho da Patagônia tem agora um concorrente muito sério para o título de vinho proveniente da última adega do fim do mundo. Na ilha de Rangiroa, no arquipélago das Tuamutus, na Polinésia Francesa, um destemido empreendedor, Dominique Auroy, e um enólogo vindo da Alsácia, Sebastien  Thepenier, estão produzindo três brancos e um rosé, única vinícola num raio de 5 a 10 mil quilômetros nesses confins do mundo do Pacífico Sul.

Os quatro rótulos produzidos em Rangiroa

Depois de experimentar dezenas de uvas em várias ilhas da Polinésia, Dominique Auroy ficou convencido de que o terroir de coral de Rangiroa era o melhor lugar para implantação dos vinhedos, selecionando três variedades para compor o seu “Vin de Tahiti”: Carignan, Grenache e  Muscat. O clima regular e com pouca chuva oferece também a possibilidade de duas safras por ano. O sucesso foi rápido, e a produção subiu para 38.000 garrafas. Depois de descartar os tintos que não chegavam à qualidade requerida, quatro rótulos se destacaram: o “Blanc de Corail”, muito mineral mas com sabores de agrumas, e o “Clos du Récif” , com notas de baunilha, sendo os dois premiados em 2008 e 2009 com a medalha de prata das Vinalies Internationales. O rosé “Nacarat” tem sabores de frutas vermelhas, e o branco doce é um perfeito companheiro para um aperitivo ou um prato tahitiano de frutos do mar.

Le mur de requins de Rangiroa @GIE Tahiti tourisme/Philippe Bacchet

 Mas se Rangiroa pode ser colocada agora nos roteiros do enoturismo internacional, a fama da ilha vem em primeiro lugar pelos seus extraordinários spots de mergulho. Para principiantes ou profissionais, a lagoa oferece emoções múltiplas com muitos tipos de peixes, tubarões, barracudas, golfinhos, tartarugas, desde o spot tranquilo do “Aquarium” para um snorking em família, até a “parede de tubarões” que encontra-se a uns 50 metros de profundidade, perto da famosa passe de Tiputa. É nessa passe, bem como na segunda passe do atol – Avatoru -, que são organizadas as principais saídas dos seis clubes de mergulho. Qual que seja a excursão escolhida, e a hora do dia ou da tarde, a caçada dos tubarões (ponta negra, cinza, martelo, seboso ou limão) é sempre o momento mais espetacular, quando eles espalham as “perches pagaies”, os  “chinchars”, as  “caranges”, ou os “napoleões”.

Golfinho pulando na passe Tiputa

Além do enoturismo e do mergulho, Rangiroa, segundo maior atol de coral do mundo com mais de 250 quilômetros de circunferência, vale também pelas suas belezas naturais. A lagoa azul – uma pequena lagoa dentro da lagoa principal – ou as areias cor-de-rosa, são os passeios mais procurados pelos numerosos casais em lua-de-mel. E, para quem quiser mesmo descansar, que tal tomar um copo de “Blanc de Corail” nas famosas cadeiras laranja da Pousada “Le Relais de Josephine”, esperando uma baleia ou olhando para os golfinhos que brincam de entrar e sair pela passe de Tiputa.

Manuia!*

Jean-Philippe Pérol

*Saude em tahitiano

No Relais de Josephine, o lugar certo para esperar baleias e golfinhos

Tahiti procurando um elenco muito especial para sua próxima campanha: você!

A Campanha da Tahiti turismo

A Campanha Duas Histórias, um Mana, da Tahiti turismo

Desde o ano passado, Tahiti colocou no ar uma nova campanha mostrando porque a Polinésia francesa, famosa no mundo inteiro por ter sido a primeira a oferecer aos turistas os bangalôs sobre as águas azuis dos seus atóis, continua sendo um destino único frente a novos concorrentes. É única pela diversidade das suas paisagens – do cartão postal de Bora Bora até as praias, o mar e a exuberante natureza  de cada uma das suas 118 ilhas – mas também pela cultura do seu povo, a força e a generosidade que os polinésios acreditam tirar do “Mana”, o sopro de vida das suas religiões tradicionais, próximo do “Axé” brasileiro. Os primeiros clipes da campanha “Duas Historias, um Mana” mostraram casais vivendo – alternativamente separados ou juntos- verdadeiras imersões nas ilhas e nas suas culturas.

Elizabeth e Michel, o primeiro casal selecionado

Elizabeth e Michel, o primeiro casal selecionado

Estreando esta semana a série de três vídeos, confira a viagem do casal francês Michel e Elisabeth. Em sua chegada em Tahiti foram logo surpreendidos, pois suas viagens começariam separadas. Eles foram enviados para vivenciar diferentes experiências, em diferentes ilhas. Elisabeth viveu uma imersão na dança e na música da Polinésia, passeios de bicicleta em surpreendentes paisagens, e desfrutou do pôr do sol a beira-mar… Enquanto que Michel desbravou as florestas em um 4×4, mergulhou com tubarões e se aventurou nas cachoeiras … E dentre as atividades que ambos realizaram, as escolhidas foram feitas para que ambos pudessem conhecer varias faces de Tahiti, vivenciando assim o “Mana”, a força e  a presença espiritual que abraça e conecta todos os seres.

A procura de elenco, nova fase da campanha

A procura de elenco, nova fase da campanha

E com isso, o Tahiti inicia já esta semana a busca pelo novo elenco dessa campanha mundial “Duas Histórias/Um Mana”. Se os três primeiros casais foram escolhas de marketing, tanto pelos perfis que pelos países de origem, da Mering Carson, agência responsável pela campanha, os três próximos elencos estão abertos a todas as candidaturas. Serão agora selecionados  três casais ou famílias, vindos de qualquer país do mundo, que poderão estrelar nos próximos clipes de promoção das Ilhas de Tahiti. Os candidatos selecionados, casais ou famílias de turistas “verdadeiros”, “comuns”, terão suas experiências compartilhadas permitindo que pessoas do mundo todo possam vivenciar o que eles estarão sentindo e fazendo, se imaginando no mesmo cenário.

Thom e Jeff, um dos casais das próximas series

Thom e Jeff, um dos casais das próximas series

Para se candidatar e participar dos capítulos 4, 5 e 6 da série “Duas Histórias/Um Mana”, famílias ou casais devem criar um vídeo de 15 segundos dizendo:
1 – o que asas Ilhas de Tahiti os inspira
2 – quais seriam suas 3 atividades favoritas no Tahiti.
E depois depois devem postar o vídeo nas redes sociais (Facebook, Twitter, Instagram) utilizando o hashtag #TakeMeToTahiti. A data limite de postagem dos vídeos é o dia 5 de abril de 2017. Os casais e famílias escolhidos para fazer parte do elenco serão anunciados em Abril. Eles passarão dez dias nas Ilhas de Tahiti, em Junho, tendo suas aventuras e experiências filmadas e compartilhadas no mundo inteiro, levadas pelo sopro do “Mana”.

dscn0868

Nos altares de pedra, nas aguas azuis, nas matas fechadas, a força envolvente do Mana

Lembrando da bem sucedida e mundialmente premiada campanha do Queensland “O melhor emprego do mundo” que gerou em 2009 1,4 milhão de participações e 35.000 videos, os organizadores são confiantes no sucesso.  E com a popularidade de Tahiti no Brasil –  quase 250.000 fãs na página Facebook da Tahiti turismo, podemos torcer para ter brasileiros no próximo elenco de “Duas Histórias/Um Mana”. Você?

Como participar para entrar da seleção do elenco

Como participar para entrar da seleção do elenco

 

 

 

Há 40 anos, o último Lima-Papeete-Tóquio da Air France

 

Ilha de Tahiti

A beleza da ilha de Tahiti vista pouco antes da aterrissagem

Nos meados de 1975, quando a Air France começou a estudar a abertura de uma rota inovadora entre Paris e Lima, apoiada na escala francesa de Caiena e pousando em Manaus, ela já tinha aberto há dois anos uma outra rota revolucionária na América do Sul. Era um voo Lima Papeete Tóquio, atravessando duas vezes por semana o Pacífico, e dando assim à Air France a possibilidade de chegar pela primeira vez no Tahiti – na época, área exclusiva da então outra grande companhia francesa, a UTA. Nas projeções dos marqueteiros que analisavam a abertura de Manaus, as duas linhas iam se reforçar mutuamente, tanto com os fluxos de passageiros viajando da Zona Franca para o Japão, quanto com as cargas dos intercâmbios entre a Amazônia e o Extremo Oriente – peixes ornamentais indo ou peças industriais  vindo.

Mas, as duas rotas nunca chegaram a operar juntas. Enquanto o primeiro B747 pousava em Manaus no dia 31 de março 1977, o B707 do Lima Papeete Tóquio parava de voar. Anunciada em janeiro pelo então Diretor Geral da Air France, Gilbert Pérol, essa decisão tinha sido uma imensa decepção para o pessoal da companhia. Pela sua rota excepcional – mais de vinte horas em cima do Pacifico -, pelo seu itinerário – sendo um dos últimos exigindo um navegador na tripulação técnica -, pela integração de Tahiti à “maior rede do mundo”, pelas tripulações com base em Lima e rotações de 15 dias em Tóquio e Papeete, o vôo tinha integrado em menos de quatro anos a história mítica da Air France, e os pilotos fizeram imediatamente uma greve de repúdio.

O Being 707 A, obsoleto logo no meio dos anos 70

O Boeing 707 A, obsoleto logo no meio dos anos 70

Mas a decisão foi mantida porque o prejuízo era muito importante, e porque não tinha perspectivas de equilíbrio a médio ou longo prazo com os Boeing 707 A obsoletos. A ocupação dos aviões era alta (mais de 80%, uma taxa excepcional na época), porém as receitas eram fracas com os maiores fluxos provenientes de imigrantes uruguaios indo para Austrália ou de coreanos vindo para o Brasil. Mas, no final, foram mesmo os custos que selaram o destino do Lima Papeete Tóquio. As tripulações reforçadas e dedicadas eram pouco aproveitadas, e os B707 A tinham um consumo de combustível insuportável depois da alta dos preços consecutivo ao primeiro choque petroleiro.

Xangai, agora com voos charters para Papeete

Xangai, agora com voos charters para Papeete

40 anos depois, o mito do vôo transpacífico via a Polinésia Francesa ainda perdura, não somente pela memória do Lima Tóquio da Air France, mas também pelos projetos que continuam aparecendo. Tendo sempre a ligação China América Latina – e às vezes China Brasil – como fonte de tráfego, esses projetos são por enquanto inviáveis, mas poderiam num futuro próximo se consolidar, mostrando assim que Air France tinha sido somente pioneira demais.

Jean-Philippe Pérol

selo-tyo-lim

Em abril 1973, o selo peruano comemorativo da inauguração

 

Cartaz promocional do voo

Cartaz promocional do voo TYO PPT LIM

Otimismo e novidades para casamentos e luas de mel!

Lua de mel na Polinesia francesa

Lua de mel na Polinesia francesa

Para quem está planejando a sua lua de mel, a Franca é sem duvidas um dos destinos mas cobiçado, seja pelo romantismo que ela sempre carregou, seja pela sua multiplicidade de opções, simples ou luxuosas, praias ou montanhas, ambientes urbanos ou lugares isolados, inverno ou verão. Assim, se Paris é uma preferência disparada, Bordeaux e seus vinhedos, o Val de Loire e seus castelos, a Côte d’Azur e seu glamour, ou os Alpes e suas paisagens atraiam também os noivos. No Caribe, a França oferece Saint Martin, Saint Barth ou a Martinica, outros destinos privilegiados para as luas de mel. E, se tiver que recomendar o mais sonhado dos lugares, os agentes de viagem do mundo inteiro escolherão provavelmente Bora Bora, na Polinésia francesa.

Em Firenze, o terceiro congresso dos wedding planners

Em Firenze, o terceiro congresso dos wedding planners

Mesmo se os pedidos evoluíram muito – hoje 22% dos casais querem descobrir destinos diferentes e 13% colocam a cultura em primeiro lugar- , agencias de viagem e profissionais continuam tendo um papel importante na organização das luas de mel. Dados e tendências interessantes foram recentemente mostrados pela empresa especializada QnA internacional durante o terceiro congresso anual dos “Destinations Wedding Planners”. As luas de mel e os casamentos realizados em destinos internacionais representam 27% do total, seja um montante de 80 bilhões de dólares. O primeiro mercado fica na América do Norte, Estados Unidos, México e Canada, com 24 bilhões. Segue a Ásia com 17,6 bilhões e a Europa com 16,0 bilhões. A América do Sul, incluindo o Brasil, surpreendeu com 9,6 bilhões gastos em destinos internacionais.

O Hotel e Spa Terreblanche, escolha da Trip Advisor para lua de mel na França

Terreblanche, a escolha da Trip Advisor para lua de mel na França

Os destinos mais populares variam em função de cada região do mundo. Os europeus escolham a França, a Itália, a Espanha ou a Grécia, os norte americanos Nova Iorque ou o México, os asiáticos a Tailândia, a Índia ou Hong Kong. Na América do Sul, o México, o Brasil, Santo Domingo e Havaí estão liderando as preferências. A pesquisa destacou também um forte crescimento global dos destinos europeus, especialmente França e Itália, bem como a volta ou o surgimento de concorrentes como Peru, Bali, Marrocos, Dubai, África do Sul, Vietnã, Las Vegas, Nova Zelândia ou Taiti. Para os casamentos, a pesquisa mostrou também muitas especificidades regionais nos detalhes, por exemplo no numero de convidados nas festas que pode variar de 400 à 1000 na Ásia ou no Oriente Medio, e somente de 120 à 200 na Europa e na América do Norte.

Paris, capital romântica

Paris, capital romântica

Alem das diferencias, a conclusão da pesquisa é um otimismo geral. Com um crescimento mundial de 10% por ano do numero de luas de mel ou de casamentos em destinos internacionais, os profissionais – agentes de viagem, hoteleiros ou wedding planners – ainda têm um imenso campo pela frente se eles souber aconselhar  para seus clientes o destino adaptado e o evento personalizado procurado nesses  momentos únicos.

Em Saint Martin, o boutique hotel Le Temps des Cerises

Em Saint Martin, o boutique hotel Le Temps des Cerises

Esse artigo foi inspirado de um artigo original de Serge Fabre na revista on-line La Quotidienne

Em Taiti, dançando com as baleias!

Baleia brincando nas águas da ilha de Rurutu

Na Polinésia francesa, de junho a outubro, é tempo de “whale watching”, ou até de “whale swimming”. Observar as baleias Jubarte, ou mergulhar com elas, começa com uma longa espera,  de uma hora ou mais, olhando a superfície do mar para ver o jato d’agua que elas assopram quando chegam para respirar. Baleia jubarte respirando em MooreaSubindo a três metros de altura, essa nuvem característica jà era usada pelos caçadores do século XIX para definir o perímetro onde tinha que esperar a próxima aparição do animal, cada dez a vinte minutos para uma baleia adulta, quatro a cinco para um filhote. Era um momento de risco até a proibição da caça comercial em 1986, quando a população de baleias tinha caída para 20.000 animais. Depois, virou um momento de alegria, especialmente no hemisfério sul onde vivem hoje 37.000 das 66.000 baleias Jubarte, muitas delas no santuário marinho de 4 milhões de quilômetros quadrados definido pelo governo da Polinésia francesa em 2002.

Baleia pulando em Raiatea

Baleia pulando em Raiatea

Em Taiti, o “whale watching” pode ser praticado desde a terra firma, na própria ilha de Taiti, da “Pointe des Pêcheurs” e de vários pontos da estrada costeira, em Moorea, ou e em Rurutu onde as águas profundas deixam os animais chegar muito perto do litoral. baleine-et-plongeur-tahitiMas as emoções são muito maiores de barco, quando a baleia é localizada, e que o guia decide da aproximação levando o seu grupo na trajetória do animal, permitindo de quase encostar nele e, se tiver sorte, de participar dos pulos espectaculares dados pela mãe e seu filhote. Esse é o mais brincalhão. Cheio de energia com os 300 litros de leite (com 50% de gordura) que ele mama durante o dia, ele pode pular até três vezes seguidas, abrindo as nadadeiras, saindo na vertical para depois virar no ar, e se divertindo batendo nas ondas antes de mergulhar para se reaproximar da mãe.

Mergulhando com as baleias. Foto de Yann Hubert

Mergulhando com as baleias. Foto de Yann Hubert

Autorizado desde 2002 com normas rigorosas, o “whale swimming” é uma das atividades náuticas que mais cresceu em Taiti. Para os apaixonados, o encontro com as baleias têm que ser mais forte, e mais próximo. Barco de aproximão das baleiasChegando perto do local, o guia vai dar o sinal para entrar na água com máscara, snorkel e pé-de-pato. As vezes,  pode logo nesse instante ser ouvido  o canto da baleia Jubarte macho, um dos mais rico do reino animal, com amplos sons graves e agudos que podem lembrar tanto o rugido de um leão, o grito do Chewbacca de Star wars , ou o canto de uma sereia. Cuidando de não perturbar as baleias, os mergulhadores se emocionam com as subidas rápidas e as brincadeiras do filhote, com a massa imponente e poderosa da mãe que, com uma surpreendente delicadeza, sabe ficar perto de sua cria, colada na sua barriga, desenhando nas águas azuis um balé cheio de graça.

Dancando com os golfinhos, foto de Corinne Bourbeillon

Dançando com os golfinhos, foto de Corinne Bourbeillon

No inicio de novembro, as baleias Jubarte deixam a Polinésia francesa para uma viagem de 6000 quilômetros, a maior migração de todos os mamíferos . Serão  40 dias até as águas da Antártica onde poderão encontrar as duas toneladas de krill que elas precisar comer todo dia, acumulando a gordura necessária para voltar em junho do ano seguinte.DSCN1074 - copie Até chegar essa nova temporada, os viajantes poderão todavia se lembrar que as águas de Taiti, Moorea, Rangiroa ou Bora Bora são também um paraíso para se aproximar dos golfinhos, dos tubarões-baleia, dos cachalotes, das tartarugas, dos tubarões  “ponta negra” ou das raias.

 

Esse artigo foi inspirado e adaptado de um artigo original de Benedicte Menu no jornal francês Le Figaro

DSCN1041

Tubarões “ponta negra”em Bora Bora