Veneza, lógica escolha do Grupo Evok para sua abertura internacional
Para os três co-fundadores do grupo hoteleiro francês Evok Collection, Pierre Bastid, Romain Yzerman e Emmanuel Sauvage, era lógico que Veneza, cidade de história e de emoções, sonho de viajantes de todas as nacionalidades e todos os perfis, devia ser a primeira abertura internacional. Com a compra de um palácio veneziano localizado a 400 metros da Praça São Marco, nasceu assim em dezembro de 2017 um projeto ambicioso, abrir – com a marca Nolinski – uma nova referência em hotelaria de luxo na Sereníssima. As obras de renovação respeitaram o estilo do prédio que já misturava o Liberty, o Art Nouveau e partes mais modernas (mas também tombadas).
No Nolinski Venezia, o charme discreto do luxo sóbrio e descontraido (@Evok Collection)
O Nolinski Venezia é, pela classificação italiana, um 5 estrelas de luxo, mas segue o DNA da Evok Collection, inspirando novas tendências de vida, oferecendo discrição e bem estar no coração de bairros animados, criando novos códigos para hotelaria de alto padrão. Nolinski brinca com os materiais e as harmonias, peças de arte integram decorações clássicas, uma inspiração marina combina com a arquitetura do palácio. O trabalho de artesãos locais pode ser visto através de savoir-faire típicos de Veneza como o marmorino, mas foram também introduzido elementos contemporâneos combinando com o clássico design italiano.
Emmanuel Sauvage, co-fundador e Dietor Geral da Evok Collection (@Cedric Crouillat/Evok Collection)
Para Emmanuel Sauvage, é importante entender os clientes dos hoteis de luxo estão mudando, cada vez mais numerosos mas também mais jovens e mais diversificados, com estilos diferentes. Para ele, “o tradicional palace já pertence ao passado, a Evok represente o futuro com um luxo mais sóbrio, mais sereno, criador de experiências memoráveis, oferecendo mais sonhos de vida”. Esse conceito tem em comum com os grandes hotéis tradicionais de oferecer um serviço muito personalizado, mas essa promessa deve também se livrar dos constrangimentos do passado, com uma visão modernizada, mais intimista, mais discreta e mais descontraída.
Nas pequenas praças de Veneza, o prazer de escapar ao overturismo
Para os quase 30 milhões de turistas que visitam Veneza anualmente, a Praça São Marco, a Basílica ou Palácio Ducal são experiências imprescindíveis, mas uma nova clientela quer viver Veneza de outra forma. Além de um hotel diferente, a Evok quer oferecer a Veneza dos venezianos. A cidade está fazendo um trabalho impressionante para mudar sua imagem, controlar o overturismo, desenvolver um turismo responsável, mais qualitativo, e com mais benefícios para os moradores. O Nolinski Venezia quer ser o portão de entrada desse dinamismo, do seu arte contemporâneo, das suas exposições, dos seus eventos culturais, das suas lojas de luxo.
O Nolinski Venezia quer atrair uns viajantes mais jovens e mais descontraídos (@Nolinski Venezia)
O Nolinski Venezia tem 43 quartos, sendo 8 suites juniors e 12 grandes suites, com preços a partir de 850 €. Todos os quartos têm vista para as ruas ou os tetos da Sereníssima. No sexto andar, a vista é de 360 graus, em volta da única piscina aberta num hotel veneziano. Um lugar perfeito para relaxar antes de tomar um aperitivo no bar do terceiro andar, ou de jantar no Palais Royal Restaurant dirigido pelo chef Philip Chronopoulos, atual chef do restaurante Palais Royal de Paris (2 estrelas no Michelin) e do restaurante do Nolinski Paris. A abertura oficial do hotel foi marcada para o 1 de Julho, mas a equipe já está completa para um « soft opening » no 1 de Maio.
Esse artigo foi inspirado de uma entrevista do Emmanuel Sauvage, Diretor Geral do Grupo Evok, e de Alessandro Caristo , Diretor Geral do Nolinski Venezia, pela jornalista Paula Boyer, publicado na revista profissional francesa TourMag
O Rosewood do Cidade Matarazzo, novo ícone do luxo paulista
O sucesso do último ILTM LATAM mostrou que a retomada do turismo de luxo é agora um fato consumado. Enquanto a China continua quase fechada e lutando para manter seu zero Covid, a Russia paralizada com os boicotes ligado a guerra, e o Japão sempre cauteloso em tempo de incerteza, o Brasil está virando o segundo mercado internacional. E em muitas capitais europeias ou americanas, os brasileiros já estão representando mais de 10% da clientela dos palácios, dos shoppings ou dos restaurantes estrelados. A explosão dos preços das passagens saindo do Brasil – e as dificuldades para encontrar vagas nos aviões – parecem também confirmar essa euforia.
Essa volta do luxo é mundial, a previsão é de chegar em 2025 a US$ 10 trilhões, o dobro do faturamento pre-Covid, com uma media superior a sete viagens de lazer por ano para as classes A+. Mas no mesmo tempo essas viagens vão seguir as novas tendências que vão impactar as escolhas dos destinos. Hoje a segurança deve ser total, sanitária e pessoal, a personalização requerida por 80% dos viajantes deve incluir sob-medida e flexibilidade. A sustentabilidade deve incluir um intercambio com a cultura e a população local, e as experiencias – autenticas, exclusivas, e transformadoras- devem ser o grande foco – incluindo o Wow factor– de cada viagem.
As viagens de luxo dos brasileiros deve também seguir uma outra tendência marcante do turismo mundial, o crescimento das viagens domésticas e/ou de proximidade. Nos Estados Unidos, na França, na Espanha e em todos os países onde coabitam um importante mercado emissor e destinos turísticos atrativos, o turismo domestico deu um pulo impressionante. E está sendo assim no Brasil. Xodó dos ecologistas pelo baixo impacto de carbono, seduzindo os políticos pelo impacto direto nos moradores e nos eleitores, o turismo doméstico seduziu até mais de 90% dos viajantes durante a crise. As pesquisas feitas no ano passado, e as recentes estatísticas da BRAZTOA, mostraram que essa tendência vem para ficar.
Nas aguas do Tapajós, exclusividade e experiências transformadoras
Um novo olhar vai valorizar destinos jà conhecidos mas ainda com grande potencial de turismo de luxo. A poucas horas de avião, em Fernão de Noronha, nos Lençóis, no Pantanal, nas Missões, nas Chapadas, em Jericoacoara, nas Cataratas de Iguaçu, frente as Anavilhanas ou nas margens do Tapajós, paisagens excepcionais e experiências únicas em condições exclusivas esperam o viajante mais exigente. Mesmo acostumado a se emocionar com outros destinos internacionais, poderá encontrar nas paisagens do Brasil o mesmo “Wow” ou o mesmo momento instagramável.
Em Ilha Bela, um luxo caribenho a três horas de São Paulo
Membros ou não da pioneira BLTA , dezenas de hotéis, pousadas ou lodges já oferece um atendimento do mais alto padrão. O Mirante do Gavião, o Saint Andrews, o Txai, o Ponto do Gancho empurraram Nova Ayrão, Gramado, Itacaré ou Florianópolis como destinos de luxo. E o litoral paulista, de Ilha Bela a Paraty, ainda oferece muitos “best kept secret in town” para ricos e famosos que querem alternativas acessíveis de caro. Nos grandes destinos tradicionais, o luxo ganhou o novo impulso no urbanismo e na arquitetura, na cultura e nos grandes eventos, e uma riqueza gastronômica reconhecida pela própria Michelin. Ganhou com a abertura de novos hotéis, como recentemente o Fairmont do Rio ou o Rosewood de São Paulo que já conseguiram uma notoriedade internacional. Um argumento a mais para convencer os viajantes de classe A+ que o turismo de luxo é também brasileiro!
Jean Philippe Pérol
De Valencia ao Rio de Janeiro, o genio de Calatrava
As Sources de Caudalie, um Palace homenageando enoturismo e bem estar
Depois de quase dois anos de turismo reprimido, a esperada corrida para o exterior começou a virar uma realidade, mas seguindo ritmos muito diferentes, seja nos destinos – a abertura das fronteiras ainda sendo lenta- , ou seja nas motivações dos viajantes. Enquanto o setor corporativo recomeça com muita cautela, o lazer parece querer recuperar o tempo perdido e os países abertos para os brasileiros – ontem Mexico e Oriente Medio, hoje França, Portugal ou Suíça, amanha Estados Unidos e talvez América do Sul- estão sendo retribuídos com níveis de reservas até superior a 2019.
O Museu da Marinha, de guarda moveis dos Reis a templo do luxo francês
Se todos as viagens de lazer estão aproveitando essa onda, um setor parece aproveitar ainda mais essa fome de viajar: o luxo. O sucesso de dois eventos profissionais, France Excellence e o ILTM, mostrou que o luxo parece viver um momento privilegiado junto aos “key players” do turismo brasileiro. Focado na excelência francesa, o primeiro foi marcado por palestrantes que mostraram novas tendências do luxo – as vezes, assim como o diretor da Hermès para América do Sul- preferindo evitar a palavra luxo e falar somente de alta qualidade. No último debate do evento, Caroline Putnoki, diretora da Atout France, e Alexandre Allard, criador do projeto Matarazzo, concordaram em dizer que luxo é, antes de tudo, cultura e exclusividade.
O Sofitel Legend conta a glória de Cartagena de las Indias
Tendo deixado a Bienal de Ibirapuera pelos salões do Tivoli, o ILTM foi uma outra demonstração da confiança dos profissionais internacionais na resiliência do mercado das viagens de luxo. “Palaces” e hotéis de luxo de Paris, Londres, Nova Iorque ou Lisboa festejam a volta do seus tradicionais hospedes brasileiros, e as reservas para os próximos vezes deixam esperar para 2022 níveis superiores a 2019. Estações de esqui dos Alpes franceses ou suíços, operadores do Portugal, do Egito, ou dos Estados Unidos confirmaram essas tendências. O otimismo geral terá agora que ser confirmado pelas companhias aéreas por enquanto muito discretas e que ainda devem dobrar sua oferta de assentos para voltar aos níveis anteriores a crise.
O Rosewood São Paulo, luxo juntando assinaturas de Nouvel e Stark
Mas alem da retomada dos próximos meses, os profissionais devem também aproveitar os encontros realizados nesses eventos – France Excellence, ILTM ou em breve Festuris– para responder as novas exigências do turismo de luxo. Os hotéis vão precisar ainda mais de inovação e de serviços personalizados, com vantagem para aqueles que têm uma historia própria ou um patrimônio arquitetural excepcional e souberam valorizar-los. Os agentes deverão propor experiências novas extremamente customizadas, e acima de tudo com conteúdos culturais valorizantes e se possíveis exclusivos.
Nas Ilhas de Tahiti, o Brando combina alto luxo e sustentabilidade
Um quarto pilar do turismo de luxo sai reforçado da crise: a atenção especial dada a sustentabilidade. Trata se de se assegurar de todas as componentes da viagem, dos cuidados com os transportes utilizados, da certeza dos processos dos hotéis reservados. É também de dar um verdadeiro conteúdo de respeito do meio ambiente e dos moradores, incluindo opções de compensação de emissão de carbone, ou em alguns casos envolvimento em projetos locais. Cauteloso com bling-bling, rico em conteúdos, o novo turismo de luxo oferece assim experiencias com quatro pilares: alta qualidade, exclusividade, cultura e sustentabilidade.
O Presidente francês inaugurando a nova Samaritaine dia 23 de Junho
Realizada dia 23 de junho na presencia do Presidente Macron, a reabertura da La Samaritaine era muito esperada pelo parisienses, não somente por se tratar da reabilitação do prédio histórico da outrora mais popular loja de departamento da cidade, mas também por integrar um projeto iniciado há 20 anos pela LVMH, empresa bandeira do luxo a francesa dirigida pelo empresario bilionário Bernard Arnault. A obra espetacular inclui lojas, escritórios, apartamentos e um emblemático hotel Cheval Blanc que abrirá dia 7 de Setembro. Frente ao Pont Neuf, este palace de 72 quartos vai esbanjar luxo com 4 bars e restaurantes, um roof top com uma vista excepcional, um SPA Dior único no mundo, uma imensa piscina e uma academia vanguardista.
Essa foto é até hoje a única do ainda misterioso Cheval Blanc
Uma das curiosidades deste novo templo do luxo vai ser o seu nome. A imponência do local contrasta com a humildade da sábia samaritana que teria, segundo o Evangelho de São João, oferecido água ao Cristo na beira do poço de Jacó. O responsável desta estranheza é o Rei Henri IV que ordenou em 1602 a construção de uma bomba hidráulica, maquina sofisticada erguida do lado do segundo pilar do Pont Neuf para levar água do rio Sena até os jardins dos palácios do Louvre e dos Tuileries. Para fazer esquecer aos católicos parisienses seu passado de rebelde protestante, o Rei tinha multiplicado as obras, a praça des Vosges, a galeria da beira do Rio, e a própria ponte, e queria oferecer a população essa melhoria importante na distribuição da água.
A Samaritaine, bomba hidráulica acolada ao Pont Neuf
Muito moderna pelo época, a imensa construção incluía um maquinário de bronze e um prédio de alvenaria erguido em cima de palafitas onde era hospedado o engenheiro responsável do bom funcionamento da bomba. Na torre que coroava o casarão, simbolizando a distribuição da água, ficavam duas esculturas de bronze, uma do Cristo e uma outra da Samaritana que deu rapidamente seu nome para o conjunto. Durante quase dois séculos, a bomba hidráulica cumpriu o seu papel, e foi varias vezes reabilitada. Começou a decair no reinado do Luis XVI, e foi depenada durante a Revolução quando maquinário e esculturas foram fundidos pelo Exército. Era o fim da Samaritana que o Napoleão mandou desmontar em 1813.
A arquitetura art nouveau da faixada leste
Mas o nome ficou, e foi utilizado anos depois pelo camelô Ernest Cognacq, que vendia tecidos na frente da ponte em baixo de um grande guarda-sol vermelho. Quando abriu em 1868 sua primeira loja no mesmo local, escolheu de chamar-la La Samaritaine para lembrar a famosa bomba hidráulica. Com a ajuda da sua esposa, ex vendedora do Bon Marché, Cognacq revolucionou o comercio parisiense. Preços baixos e fixos, acesso livre aos produtos, credito para os consumidores Transformaram o pequeno ponto de vendas na maior loja de departamentos de Paris. O sucesso leva a instalar anexos até a Rue de Rivoli e, nos anos 1960, a publicidade do grupo avisa com orgulho:« On trouve tout à La Samaritaine. »
La Samaritaine, o nome orgulhosamente posto na faixada da Rue de Rivoli
Mas a partir dos anos 70, La Samaritaine começou a decair, fechando boa parte das suas atividades, renunciando ao luxo, ao material de construção e aos animais de estimação para se concentrar sem sucesso na moda e na decoração. Ameaçada de falência ela é comprada em 2001 pelo grupo LVMH que decide em 2005 de aproveitar a sua exclusiva localização e seu excepcional acervo arquitetural para lançar um icônico projeto de renovação. La Samaritaine, nome da pobre e excluída pagã do Novo Testamento, começou nessa data sua caminhada para virar um dos mais audaciosos templos do luxo mundial.
Madain Saleh, a Petra do sul onde nasceu a escritura árabe
O acordo assinado o mês passado pelo Diretor Geral de Cruise Saudi, e o Presidente de MSC, vai dar um impulso espetacular aos cruzeiros nessa região, dando ao MSC Magnifica a possibilidade de zarpar de Jeddah, segundo porto do Oriente Médio, cidade histórica tombada pela UNESCO e ponto tradicional de entrada dos peregrinos para Meca. Um segundo navio, o MSC Virtuosa, operando no Golfo Pérsico, vai enriquecer os seus itinerários com escalas em Damman, porto dando acesso ao oasis de Al Ahsa, um outro sítio inscrito no patrimônio mundial da UNESCO. Para a temporada 2021/2022, as duas empresas esperam receber até 170.000 novos turistas.
Nos arredores do porto de Al Wajh, o Mar Vermelho ainda virgem de turistas
Os roteiros do MSC Magnifica terão como ponto alto a visita do oasis de Al Ula, também tombada pela UNESCO. A vinte quilômetros do vilarejo, os surpreendentes atrativos da região são os 138 túmulos de Maidin Saleh, segunda capital dos Nabateus, as vezes chamada de “Petra do sul”, antiga capital troglodita de um reinado citado na Bíblia, etapa da “rota do incenso” que ligava a Palestina com o Hejaz. O acesso é possível pelo porto de Al Wajh, famoso pelo seu centro historico e seu litoral, onde os turistas levados pela MSC poderão desembarcar para descobrir esse impressionante e ainda desconhecido acervo da humanidade.
O projeto de hotel de Jean Nouvel em Sharaan
Toda região de Al Ula é o centro de um grande projeto de parque natural, arqueológico e turístico. Com o apoio da França, a Arábia Saudita está investindo na renovação desse conjunto excepcional, incluindo infra-estruturas rodoviárias, ferroviárias e hoteleiras. O projeto integrou uma extraordinário hotel troglodita desenhado pelo arquiteto francês Jean Nouvel. Totalmente integrado nas paisagens, com 40 quartos e três vilas esculpidas nos morros, varandas escondidas, e um imenso pátio central, deve abrir em 2024 e virar um dos símbolos do sucesso das ambições turísticas sauditas.
A Kaaba e o complexo hoteleiro de Meca com seu “Big Ben” gigante
A Arabia Saudita já é o vigésimo quinto destino turístico mundial, e recebeu em 2019 20 milhões de turistas internacionais – três vezes mais que o Brasil-, um pouco mais da metade sendo peregrinos indo para Meca. Pouco conhecido fora do mundo muçulmano, esse turismo religioso foi também profundamente transformado nos últimos anos. Com grandes hotéis de luxo com vista direta sobre a Kaaba, o complexo de Abraj Al Bait revolucionou as infraestruturas locais e as receitas turísticas da cidade santa que chegam hoje a USD 4100 por pessoa. Segundo as autoridades locais, essa evolução vai seguir com o crescimento do número de peregrinos, projetado em 30 milhões para 2030.
O projeto Coral Bloom, luxo, meio ambiente e novas tendências
As ambições do turismo saudita abrangem também o turismo balneário, com a abertura de 50 resorts em 22 ilhas e 6 pontos do litoral, incluindo campos de golfe, marinas, e centros de lazer. O projeto mais espetacular, Coral Bloom, inclui 11 hotéis de alto luxo concebido pelo estúdio Foster & Partners que está sendo desenhado para valorizar o extraordinário meio ambiente da ilha de Shurayrah. Sem prédios, construídos com materiais leves, com design incorporando as últimas tendencias do turismo pós covid, os estabelecimentos vão oferecer uma experiência inovadora de luxo responsável e ecológico. Com aberturas programadas a partir de 2022, serão uma etapa chave para colocar a Arábia Saudita nos grandes destinos turísticos mundiais em 2030.
O Hotel do Palais é desde as origens a alma de Biarritz
Se muitos hotéis no mundo podem ser chamados de “palace” – 31 na França, o único pais do mundo onde a categoria é regulamentada- , uns poucos são verdadeiros mitos, com prédios centenários, localizações excepcionais, histórias de empreendedores, de artistas ou de políticos. Trazem as suas cidades notoriedade e atratividade, são pontos icônicos para os visitantes que juntam na mesma motivação o destino e o hotel. Assim Singapura com o Raffles, Marrakech com a Mamounia, Deauville com o Normandy, Veneza com o Danieli, Iguaçu com o Cataratas, Nice com o Negresco, Paris com o Ritz, Londres com o Savoy, Rio com o Copa, Nova Iorque com o Pierre, ou Cannes com o Carlton.
Durante o G7 de 2019, o hotel foi surpreendido com um almoço histórico
Reinaugurado dia 26 de Março depois de 3 anos de obras, o Hotel do Palais é um desses mitos. Sua história em Biarritz começou como Villa Eugénie, homenagem do Napoleão III a sua esposa espanhola Eugenia de Montijo. Vendido e transformado em Hotel Cassino em 1880, rebatizado em 1893 Hotel du Palais, ele foi completamente reconstruído em 1903 com uma a faixada de estilo “neo-Louis XIII” inspirada do palacete original. Virou ponto de encontro de reis e presidentes como Alfonso XIII da Espanha, Eduardo VII da Inglaterra ou Clemenceau, recebeu celebridades como Coco Chanel, Ernest Hemingway ou Frank Sinatra.
O espetacular lobby do Hotel depois da renovação
Propriedade do município, ele está sendo administrado desde 2018 pelo grupo Hyatt sob a bandeira da Unbound Collection que monitorou a impressionante renovação. O visitante é impactado logo na entrada, com as imensas janelas do restaurante La Rotonde para aproveitar a vista para o mar. No lobby, o branco das paredes deu uma nova vida as tapeçarias, aos lustres, aos pilares de mármore escuro e aos móveis dourados do Conde Orloff. As abelhas imperiais se destacam nos carpetes azuis da escada nobre e dos corredores que foram restaurados, assim como os tecidos, a mobilia centenária e os “trompe l’oeil”, por artesãos especializados.
As suites honram o passado imperial do hotel
O Hotel du Palais dispõe agora de 86 quartos e 56 suítes, com superfícies de 28 à 100 metros quadrados e vista espetacular sobre a cidade de Biarritz ou o Oceano Atlântico. Os arquitetos e decoradores dos Monumentos Históricos e do Atelier COS, responsáveis pelo projeto, foram fiéis ao estilo “Segundo Império” e a própria história do Palace. Cada quarto sendo único, uma atenção especial foi dada aos móveis, as cores, aos tecidos e aos quadros. Nos quartos do último andar, inspirados pelas janelas arredondadas e as escotilhas, foi reconstituído um espetacular ambiente marina lembrando os barcos de cruzeiros.
Das mesas exclusivas do restaurante, a impressionante vista para o Oceano
Quase lotado no primeiro final de semana da reabertura, o Hotel du Palais reabriu respeitando os protocolos sanitários impostos pela pandemia. A piscina californiana de água do mar tem um acesso limitado, a academia está fechada, bem como o cabeleireiro e o SPA de 3000 metros quadrados da Guerlain. O restaurante ainda tem restrições e o jovem chef Aurélien Largeau, que sonha em recuperar a estrela Michelin perdida antes das obras, está servindo o seu menu gastronômico nos quartos. Para quem teve o ano passado que improvisar um almoço de última hora e uma mesa no terraço para Trump e Macron, são desafios normais que um hotel mítico deve saber superar.
Nascida nos vinhedos de Bordeaux, a visão de um turismo enraizado nos “terroirs” levou Alice e Jérôme Tourbier a desenvolver não somente o primeiro hotel categoria Palace da região, mas um verdadeiro conceito inovador e respeitoso do ecossistema. Também presidente de Small Luxury Hotels of the World , Jérôme respondeu a uma entrevista sobre os desafios do turismo de luxo e a evolução do seu grupo hoteleiro .
Alice e Jérôme Tourbier, donos do grupo Les Sources de Caudalie
Vendom.jobs – Qual é sua apreciação sobre a situação da hotelaria de luxo na França?
Jérôme Tourbier – Há trê anos, no meu livro Turismo em perigo, eu chamava atenção sobre a necessidade de considerar o turismo como uma indústria estratégica e de apostar na criação de valor. Quis dizer que a França devia virar um destino de alto padrão, com o melhor ratio “custo /emoção”. Sendo um destino caro, devemos ter uma oferta de qualidade que marca emocionalmente o nosso visitante . Toda a oferta não pode ser de luxo, mas a emoção deve sempre estar presente para seduzir o viajante. Há hoje na França muitos empreendimentos de grande qualidade. Olhando agora além do lucro imobiliário, os investidores estão cada vez mais dispostos a apoiar esse tipo de projeto.
A piscina coberta de Les Sources de Caudalie
V. J. – Quais seriam as condições imprescindíveis para um turismo combinando qualidade e rentabilidade?
J. T. – Na França, se confunde as vezes turismo de alto padrão com consumidores ricos. Claro que todos querem receber o máximo de viajantes com muitos recursos, mas queremos priorizar também aqueles que são interessados pelo nosso patrimônio cultural. Esse equilíbrio é fundamental para valorizar nossa oferta e para proteger nosso savoir-faire. Desta forma, é possível sim ter estabelecimentos de alto padrão, podendo ou não ser de luxo. Existem no pais inteiro por exemple restaurantes com chefs implicados na procura de qualidade, a melhor prova sendo as recomendações do Bib Gourmand do Guia Michelin. A importância dessa oferta de qualidade, não somente gastronômica, é única no mundo.
Com Alice Tourbier frente a Ile aux Oiseaux das Sources de Caudalie
V. J. – A alma do Sources de Caudalie é a integração num patrimônio e num terroir, que trazem autenticidade e sustentabilidade?
J. T. – Quando o Les Sources de Caudalie foi reconhecido como o primeiro “palace” dos vinhedos, o fato de estar completamente integrado no terroir da região foi exatamente considerado excepcional. A nossa inspiração vem diretamente do vinhedo aonde nos constatamos nos últimos vinte anos que existe um luxo autentico diferente do das grandes cidades. Estamos procurando ir sempre mais longe na procura desse luxo, investindo na beleza e nas emoções. Os hóspedes não procuram somente um alojamento, mas querem atividades compartilhadas em volta do enoturismo que funciona como uma vitrine para os vinicultores, os artesãos, os artistas e os produtores locais.
Les Sources de Caudalie, “La Tour de la Dégustation”
V. J. – Pela sua experiência, quais são os próximos passos a seguir?
J. T. – Vimos que o luxo agora é emoção. Fora das capitais, acho que devemos insistir na autenticidade, sem cair na caricatura para poder aproveitar nossa realidade e nossa história mas também levar em consideração as novas clientelas. Temos que mostrar a coerência dos nossos destinos, mas encontrar um equilíbrio combinando as atividades culturais, a gastronomia, o artesanato, a qualidade e a diversidade dos produtos. Um outro fator de crescimento é o numérico. Os profissionais do turismo estão acostumados a falar das consequências negativas da Internet, mas não devemos esquecer que foi ume revolução que criou extraordinárias oportunidades para promover novos destinos até então pouco aproveitados. Foi talvez o caso de Bordeaux.
O restaurante L’Étoile, do hotel Les étangs de Corot
V. J. – Quais são os principais projetos para o futuro do seu grupo hoteleiro?
J. T. – Especialistas do enoturismo, queremos investir em projetos nas grandes regiões vitícolas da França, começando no ano que vem com o Vale do Loire. Estamos acabando a construção do Les Sources de Cheverny, renovando um antigo castelo bem como uma vinícola, reabilitando um patrimônio histórico em total harmonia com as exigências de conforto mais contemporâneas. Nesta região que atrai numerosos turistas, esse novo estabelecimento terá a ambição de ajudar os hóspedes a descobrir as qualidades dos vinhos da região bem como as riquezas culturais dos castelos do Loire. Depois do Les Sources de Cheverny, outros projetos estão sendo estudados na Alsácia, na Borgonha, na Champagne e na Provence.
A suite Rouge Merlot das Sources de Caudalie
Este artigo foi traduzido e resumido de uma entrevista original de Jérôme Tourbier na revista on line Vendôm.jobs
Com Natal e as ferias chegando, é tempo de programar suas próximas viagens, talvez uma “viagem-presente” inovadora como uma experiência de enoturismo juntando uma hospedagem de luxo e um grande vinhedo. Foi assim que a WinePaths, plataforma de acesso ao melhor do mundo dos vinhos e dos licores, selecionou sete ofertas exclusivas capazes de satisfazer os mais exigentes dos enoturistas brasileiros durante esse verão.
Uma grande oportunidade de se hospedar perto do pitoresco vilarejo de Montalcino na Toscana e de participar do concorrido « Benvenuto Brunello », evento de lançamento do novo Brunello de Montalcino
Benvenuto Brunello 15 de Fevereiro de 2019 – 19 de Fevereiro de 2019
Preços para 4 pessoas €2990 por dia, incluindo 3 noites nas Villas de Brunello, a visita da vinícola, uma degustação dos vinhos acompanhados de queijos, aceites e embutidos, e o acesso exclusivo para o evento e a festa Benvenuto Brunello para 4 pessoas
Perto de Franschhoek, o canto mais francês da África do Sul, Mont Rochelle abra os seus vinhedos com 150 anos de tradições para combinar enogastronomia, passeios e Spa.
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Mont Rochelle 3 por 2 1 de Novembro 2018 – 30 de Abril 2019
Preços a partir de €425 por quarto e por noite na base de duas pessoas, iincluindo 3 noites pelo preço de duas, a visita da vinícola e a degustação de vinhos premiados, o acesso a academia, ao campo de tênis e a piscina.
O final do ano é um dos momentos mais mágicos para visitar Meadowood, a propriedade icônica da Napa Valley, ganhando ainda um voucher de USD 100 por dia e por quarto para abater das atividades na região.
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Experiências Natalinas 1 de Dezembro 2018– 31 de Dezembro 2018
Preços sob consultas, iincluindo as atividades Culinário da temporada de Festas, Decoração de biscoitos caseiros, Doces e sobremesas (pelo próprio chef de Meadowwod)
Hotel moderno desenhado pelo Jean Nouvel, o Saint James aproveita essa época do ano para levar seus hóspedes na feira livre onde o seu chef seleciona os seus produtos e conversa com os produtores.
Feria livre dos produtores 8 de Dezembro de 2018 até 6 de Abril de 2019
Preços sob consulta, incluindo o alojamento em quarto de luxo com café da manhã, visita guiada da feira livre e encontros com os produtores que abastecem o hotel, almoço no bistrô Le Café de l’Espérance
Primeiro hotel termal de 5 estrelas de Castela e Leão, o hotel Monasterio era um mosteiro cisterciense do século XII que foi convertido num exclusivo complexo turístico e termal, e que oferece um ambiente excepcional para o Reveillon de Natal.
Reveillon de Natal especial 24 e 25 de Dezembro de 2018
Preços sob consulta, incluindo o café da manha bem como a ceia de Natal, um acesso ilimitado a piscina termal e ao spa, bem como o play center para crianças
O Six Senses Douro Valley está situado numa quinta do século XIX, totalmente renovada, localizada numa colina, em pleno vale do Rio Douro, olhando para os morros cobertos de vinhas e para o rio Douro que corre a seus pés.
Presente dos seis sentidos
1 de Novembro de 2018 até 31 de Março de 2019
Preço sob consulta incluindo 2 ou 3 noites no hotel, um tratamento no Spa e uma degustação de vinho para duas pessoas.
No meio dos vinhedos do Smith Haut Lafitte, as Sources de Caudalie conseguem juntar o luxo e a perfeição de um Palace com o ambiente charmoso e aconchegante perfeito. Para Natal e o Reveillon, duas ofertas estão sendo propostas para esses momentos especiais .
Natal em família a partir de 1.460 € para quatro pessoas: – Uma noite na Grande Suite decorada com árvore de Natal – Café da manhã para toda a família – Ceia de Natal no restaurante La Table du Lavoir ou no duas estrelas Michelin, La Grand’Vigne (bebidas não incluídas) – Café da manhã no La Grand’Vigne (bebidas não incluídas) – Presentes surpresa para toda a família!
Ano Novo, a partir de 1.386 € para duas pessoas: – Duas noites na Grande Suite – Café da manhã – Almoço no La Table du Lavoir, bebidas não incluídas – Ceia de Réveillon no restaurante duas estrelas Michelin, La Grand’Vigne ou La Table du Lavoir (bebidas não incluídas) – Brunch no primeiro dia do ano, com taça de champanhe no La Table du Lavoir ou La Grand’Vigne – Um presente surpresa para as festas!
Frente as Sources de Caudalies, as obras de arte dos vinhedos de Smith Haut Lafitte
Destacada nas pesquisas pelo seu vinho (o vinho francês mais popular no mundo e no Brasil, na frente do Champagne e do Bourgogne), Bordeaux sempre quis ser inovadora e multi cultural quando se tratou de enoturismo. Foi là que nasceu há quase 40 anos International Wine Tours, a primeira operadora especializada, então filial da Wagons lits, que oferecia roteiros em grandes regiões vinícolas dos cinco continentes. Agora na era das novas formas de distribuição e das plataformas receptivas, esse pioneirismo se confirmou com a criação da Wine Paths, uma rede de profissionais do enoturismo oferecendo experiências personalizadas em 11 países do mundo.
Passeios a cavala nos vinhedos de Diamandes
As inovações da Wine Paths começam pelo cuidado em escolher os vinhedos e as adegas, uma tarefa que contou com a expertise do premiadíssimo enólogo Michel Rolland. Tendo participado a criação de vinhos em mais de 250 vinícolas de 21 países, ele fez questão de colocar seus favoritos na seleção da Wine Paths. Os serviços escolhidos são também marcados pela experiência do fundador da empresa, Stephane Tillement. Com 30 anos no turismo de luxo, dono desde 2002 da Mauriac voyages – uma das mais conceituadas agências de Bordeaux, Stephane criou relações de confiança com exigentes e criativos parceiros dos mundos do turismo, do vinho, dos destilados e da gastronomia.
Combinando desde a sua origem em 2017 os dois “savoir faire” do vinho e do turismo, a Wine Paths oferece experiências nos mais procurados destinos de enoturismo. São 150 vinícolas nas regiões produtoras da Argentina, da Austrália, do Chile, da Califórnia, da Nova Zelândia, da África do Sul, da Itália, do Portugal, da Espanha e da França, escolhidas não somente pelos seus vinhos, mas também pela qualidade dos serviços oferecidos nos arredores pelos parceiros locais. Foram assim selecionados hotéis, restaurantes estrelados, ou adegas capazes de propor emoções ou surpresas, desde um rali nos vinhedos do Franschhoek até uma aula de empanadas na Argentina ou um circuito de mountain bike nas estradas da Alsácia.
Com ambição de ser a mais internacional e a mais sofisticada das plataformas de enoturismo, a Wine Paths quer oferecer serviços extremamente personalizados. Cada proposta, seja um voo de balão em Cognac, um passeio a cavalo na Sicília, um itinerário de bicicleta na Rioja, ou um safári aéreo na Austrália, deve se adaptar a cada cliente específico. Essa exigência de qualidade atraiu os 284 parceiros, inclusive alguns que nunca tinham sido presentes numa plataforma de enoturismo, por exemplo os Champagne de Bollinger ou os vinhos do Château Mouton Rothschild. Novos parceiros deveriam ser anunciados esse ano, reforçando as ambições dos fundadores de fazer de Wine Paths um verdadeiro “Guia Michelin” do enoturismo.
Descobrir os vinhedos com luxo e criatividade
Para responder aos pedidos de viajantes procurando as melhores experiências de vinhos, de destilados ou de harmonizações gastronômicas, Wine Paths continua a sua procura de novas parcerias internacionais. A Escócia -e suas rotas de uísque- é um dos projetos mais adiantados. Com quase um milhão de enoturistas e centenas de vinícolas abertas a visitas, o Brasil deve em breve integrar esses novos rumos, acessando as viagens luxuosas e criativas desenhadas pelos especialistas do grupo, e talvez amanhã colocar suas próprias rotas de vinho a disposição dos enoturistas do mundo inteiro nessa plataforma inovadora.
Jean Philippe Pérol
Na África do Sul, vinhedos pode combinar com aventura
Desafio físico e abertura de espírito diferenciam o turismo transformacional
Enquanto “experiência” e “autenticidade” pareciam ser as últimas tendências da indústria turística, a palavra “transformacional” está agora crescendo para definir as novas procuras dos viajantes mais exigentes. Criada em 2016 nos Estados Unidos, o Transformational Travel Council reúne profissionais oferecendo experiências de viagens que visam contribuir na transformação de vida de cada participante. Enquanto o turismo de experiência oferece intensos momentos que enaltecem e as vezes justificam a viagem, mas que não mudam atitudes ou comportamentos futuros, o turismo transformacional quer oferecer experiências com um impacto importante sobre o futuro dia a dia de cada participante. Com uma grande abertura de espírito, a vontade de enfrentar desafios físicos, e o tempo livre para refletir, esses viajantes querem experiências únicas capazes de melhorar a sua própria vida quando voltar.
Os atores do turismo estão se adaptado a essa procura de realização pessoal. Operadoras, hotéis ou receptivos oferecem novos produtos e serviços, tanto para os visitantes quanto para os moradores interessados nessa nova maneira de viajar, especialmente nos setores do turismo de luxo e do bem estar. Com spas cada vez mais diferenciados, o bem estar surfou a onda das viagens transformacionais, virando segundo The Global Wellness Summit (GWS) uma das grandes tendências de 2018. No Butão, um hotel spa Six Senses está abrindo um circuito de cinco pavilhões seguindo os cinco pilares do Índice de Felicidade Humano do país. O resort americano The Red Mountain Resort reinventou seus pacotes de bem estar como experiências sensoriais seguindo os seus heróis. Na Indonésia, o Nihi Sumba Island pretende ser o melhor hotel do mundo com seu novo conceito de Spa safari.
Viajar para mudar a sua vida é também uma das principais tendências do turismo de luxo. Segundo uma pesquisa 2018 da empresa especializada Skift, a realização pessoal é hoje o primeiro luxo. Grandes cadeias hoteleiras e agencias especializadas desenvolvem produtos para seduzir esses viajantes que querem experiências personalizadas, combinando luxo e realização pessoal, seja com ofertas culturais ou espirituais excepcionais, com estabelecimento de ioga de alto padrão ou com ofertas de glamping em lugares fora do comum. A operadora chilena Cascada Expediciones , ganhou o prêmio Transformational Travel dos PURE Awards em 2017 com Dientes Trek, uma caminhada de seis dias no extremo sul da América, onde a beleza, a potência e a fragilidade da natureza transformam as relações entre os participantes e suas visões da modernidade.
Os caminhos de Santiago, uma antiga caminhada transformacional?
Olhando pela historia das viagens, o turismo “transformacional” é talvez não uma novidade, mas ao contrário, é a forma mais antiga de viajar. As viagens de iniciação ou as peregrinações existiam desde a Antiguidade e a Idade Média, e são ainda hoje (de Roma a Santiago, de Meca a Jerusalém ou Benarés), as maiores motivações de viagem. A nova tendência deve muito a chegada dos profissionais do bem estar e do luxo nesse setor, tanto pela criação de novos produtos como pela sua comercialização. Na busca crescente de experiências únicas, o turismo “transformacional” é um passo para frente, uma promessa porém difícil de garantir: por mais perfeita que seja a organização de uma viagem, a realização pessoal dos participantes depende no final somente de cada um.