
A OCDE sugere ideias para uma retomada sustentável
Na euforia da retomada e dos bons resultados de muitos setores do turismo mundial – receitas em alta, revenge travel, boom do luxo ou fortalecimento do turismo domestico-, vários dados mostram também que o fraco desempenho da economia internacional, o choque energético, a guerra na Europa, a volta da inflação e a queda do poder aquisitivo das classes medias podem resfriar o entusiasmo dos profissionais. Segundo o relatório 2022 Organização pela Cooperação e o Desenvolvimento Econômico, a volta dos números de turistas internacionais aos niveis de 2018/2019 não deve agora ser projetada antes de 2025, e talvez somente em 2026.

Segundo o NTTO, os fluxo Brasil Estados Unidos só voltarão em 2027 aos níveis de 2018
Os últimos dados da Organização Mundial do Turismo sobre 2022 mostram um volume de 900 milhões de turistas internacionais, 37% a baixo dos nivéis observados em 2019, mas com variacões regionais extremamente forte, de menos 77% na Asia a menos 17% no Oriente Medio, passando por menos 35% nas Américas e menos 21% na Europa. Assim que foi observado no Brasil – onde os fluxos para Europa já chegaram perto dos nivéis pre-pandemia enquanto o número de turistas para Estados Unidos so deverão voltar aos valores de 2018 em 2027-, o relatório lembra que a situação é assim extremamente diferenciada dependendo de cada pais e de cada mercado.

A Slovénia já se recuperou da crise
Num setor que foi extremamente fragilizado pela crise – a participação do turismo ao PIB nos paises da Organização caiu em media de 1,9%-, a OCDE destaca o sucesso de vários destinos que já superaram o ano passado os números anteriores a 2019. Os destaques são na Europa o Dinamarca, a Slovénia, a Grécia, o Luxemburgo, e a Espanha. No Portugal e na Turquia, os resultados se aproximam dos obtidos antes da crise em numeros de entradas, mas as receitas turísticas já ultrapassaram os valores anteriores. No Oriente Medio, o Egito já recuperou os volumes anteriores e antecipa um forte crescimento das reservas para esse ano.

O Chile lançou um ambicioso programa de apoio ao setot
Para a OCDE, os sucessos de alguns paises não devem esconder que a crise do setor continua em outras regiões, especialmente na Europa Oriental, na Ásia, e que todas devem resolver problemas estruturais – alta dos precos da energia, falta de mao de obra, investimentos em normas ambientais-. Sem pessimismo -e sem ufanismo-, a retomada ainda deve ser sustentada, e varias medidas são sugeridas para as autoridades responsáveis.
- Reforçar a colaboração entre os setores publico e privado para apoiar o crescimento construindo o futuro. Nos Estados Unidos por exemplo, a estrategia national para o turismo e as viagens (National Travel and Tourism Strategy 2022) vai mobilizar toda a administração federal mas será executada sob o controle do Conselho da Politica do Turismo (Tourism Policy Conseil) em parceria com o setor privado.
- Construir um setor solido e estável , mais preparado aos futuros (e inevitáveis) choques. Para reduzir as fragilidades do setor, é importante reforçar a capacidade das administrações e das empresas de reagir muito rapidamente para poder enfrentar mudanças conjunturais ou novas crises politicas, financeiras, climáticas ou sanitárias. Foi assim lançado no Chile um programa “PAR Chile Apoya Turismo 2022” para pequenas e medias empresas. Esse projet integra capacitações profissionais, planificação operacional, assessoria técnica, bem como financiamentos capital de giro e de novos investimentos.
- Tomar medidas de curto e longo prazo para transformar o setor numa atividade verde. A Noruega criou um ferramenta chamado “CO2RISM” para calcular a quantidade de emissões de CO2 ligadas ao transporte dos turistas domésticos e internacionais no pais. Essa calculadora é um exemplo das medidas tomadas dentro da estratégia nacional de turismo que foi adotada pelo governo norueguês para ajudar os profissionais e os destinos a planificar e desenvolver até 2030 um turismo sustentável respeitoso do meio ambiente, da natureza e dos moradores.