Os Emirados Arabes Unidos são considerados o destino mais seguro
Preocupação crescente dos viajantes, a segurança é hoje um fator importante na hora de escolher um destino turístico. Lançado em 2009, o indice de criminalidade publicado no site da Numbeo é por isso mencionado ou utilizado por muitos jornais e revistas internacionais incluindo a BBC, Time, Forbes, The Economist, The New York Times, The China Daily, The Washington Post, USA Today e muitos mais. Baseado nos indices de criminalidade (incluindo drogas, corrupção e discriminação), mas também no sentimento de insegurança dos visitantes, o indice 2022 trouxe algumas surpresas e muitas confirmações que podem explicar ou influenciar algumas tendências.
O mapa mundi da segurança traga algumas surpresas
Com 435 cidades avaliadas, a pesquisa confirma, como era de esperar, que a América Latina e a África são as regiões mais inseguras, ocupando os últimos lugares da lista. De forma mais surpreendente, a América do Norte tem indices ruins ou pelo menos extremamente diferenciados. E se a Europa e a Oceania são globalmente mais seguras, com certas diferencias regionais, a surpresa vem da boa colocação da Ásia e mais ainda do Oriente Médio com vários destinos turísticos onde os viajantes encontram a segurança que responde as suas expectativas.
Os indices por pais destacam a Europa e o Oriente Médio
O ranking dos países, acumulando acima cidades seguras em azul e inseguras em vermelho, vem confirmando este quadro. Nos destinos mais tranquilos, e como era de se esperar, destacam-se os Emirados Arabes Unidos, a Suiça, os Países Baixos e a Noruega, mas também alguns países que não tinham essa fama, como a Turquia ou a Romênia. A China , a Alemanha, a Nova Zelândia confirmam as suas imagens de tranquilidade. As surpresas vêm dos grandes destinos turísticos. No Sul da Europa, a Espanha fica em sexto lugar enquanto a Itália e mais ainda a França constam com o Brasil e a África do Sul nos países mais problemáticos. Umas más colocações divididas com dois outros gigantes do turismo internacional, o Mexico e os Estados Unidos.
Quebec se firma no top do ranking por cidades
Dominado pelas cidades suíças e emiratis, o ranking por cidades mostra porem uma grande diversidade, mesmo em países globalmente mal colocados. Quebec no Canadá é assim no pódio da lista, Irvine na California ou Merida no Mexico são extremamente bem avaliadas. Na França, Brest (na Britânia) está nas vinte primeiras, Estrasburgo e Bordeaux ficam com indice de segurança acima da media. No Reino Unido, enquanto Londres fica atras de Medellin, Edimburgo está muito bem colocada. Na Itália, Trieste esta bem avaliada em quinquagésima quinta posição, e Florença surpreende. No Brasil, Florianópolis e Curitiba destoam das outras capitais brasileiras que dividem as piores posições da lista.
Florianópolis é a cidade brasileiro melhor colocada no ranking
A pesquisa e a classificação da Numbeo devem ser analisadas com um certo cuidado, mas a preocupação com a segurança é uma das mais fortes tendências da retomada pós Covid. Já é um dos motivos do sucesso de vários destinos, seja Dubai, a Suiça, a Croácia, a Noruega, a China (e Taipé) ou a Nova Zelândia. Nos grandes países turísticos, a segurança deve voltar a ser uma prioridade na França, nos Estados Unidos ou na Itália, onde podem ajudar ao crescimento de novos pontos de atração, mais tranquilos e longe do overturismo. As exigências de experiências seguras estão assim abrindo mais oportunidades no Pais Basco, em Taipé, no Quebec, na Alsácia, na California, em Bordeaux, nos países bálticos, ou em Florianópolis.
Nova Iorque continua liderando os destinos de viagens de negócios
Depois da desanimadora pesquisa da Euromonitor que mostrava uma lista das 100 maiores cidades turísticas do mundo com o Rio de Janeiro sendo a única brasileira e só aparecia no nonagésimo lugar, a Egencia está repassando um pouco de otimismo para os profissionais do Brasil. Na pesquisa anual dessa OTA – subsidiaria corporativa da Expedia, São Paulo aparece numa honrada decima oitava posição. Mesmo devendo ser tomada com alguma cautela (Egencia, é presente somente em 65 países, e tem mais força junto as pequenas e medias empresas), a pesquisa fornece dados interessantes porque leve em consideração não somente as viagens corporativos, mas também os eventos, os seminários e o MICE, desenhando assim o novo mapa mundial das viagens de negócios internacionais.
As vinte mais das viagens de negócios no mundo
No pódio continuam as três cidades-mundo, com Nova Iorque em forte crescimento, superando Londres pelo quarto ano consecutivo. Paris, com um aumento de 20% das chegadas nos seus três aeroportos durante os últimos dois anos, se consolida em terceiro lugar e fica esperando que as transferência de sedes sociais consecutivas ao Brexit levam a melhorar ainda mais a sua posição em 2019. Talvez sinal de declínio da Europa nos negócios internacionais, nenhuma outra cidade europeia consta na lista, sendo a ausência da Alemanha e especialmente de Frankfurt (décimo quarto aeroporto mundial) uma das surpresas dessa pesquisa.
La Défense, o bairro Business de Paris
Se a América do Norte ainda consegue colocar seis cidades alem de Nova Iorque nesse ranking ( quatro dos EE-UU e duas do Canadá: a anglófona Toronto e a francófona Montreal), o crescimento da Ásia é mais uma vez comprovado. Singapura registrou o mais forte aumento de trafico nos últimos quatro anos, mais de 200% e oito cidades asiáticas se destacam. Xangai, capital comercial da China, já está em quarto lugar, na frente de Hong Kong e Pequim, bem como de quatro outras cidades do continente: Singapura, Tóquio, Mumbai e Seul. Do outro lado da Ásia, Dubai conseguiu ficar em décimo primeiro lugar, não tanto pela sua atração nas viagens corporativos, mas pelo seu sucesso como destino de congressos e viagens de incentivo.
São Paulo, único destino destacado na América do Sul
A América Latina só conseguiu colocar duas cidades nesse ranking mundial, mostrando que ainda está longe de responder ao mesmo nível que a Ásia as esperanças dos grandes players dos negócios internacionais. A liderança regional ficou com México, homenagem a maior cidade latina com 23 milhões de habitantes.Mas São Paulo, listada em décimo oitavo lugar, poderia nos dois próximos anos aproveitar a volta do crescimento econômico do pais bem como as ambições da Egencia para conseguir subir no ranking.
Bangkok, em 2017 a cidade mais visitada pelos turistas internacionais
Se vários rankings dos destinos turísticos internacionais estão sendo publicado nos últimos anos, o « Global Destination Cities Index » da Mastercard é sem dúvidas um dos mais interessantes, não somente por levar em consideração os números de visitantes e os seus gastos, mas por analisar as performances de 162 cidades nos cinco continentes. Mais completa que a pesquisa da WTTC que mede exclusivamente o impacto econômico do turismo domestico e internacional em 72 destinos, o relatório da Mastercard projeta os resultados do ano a partir dos números de visitantes internacionais, das despesas turísticas, das transações com o cartão de crédito e dos fluxos financeiros. A análise detalha também a duração das estadias bem como a média de gastos diários, mostrando surpreendentes evoluções no posicionamento dos grandes destinos.
TOP 10 VISITANTES
Visitantes 2017
Crescimento 2018
Pernoites medios
Gasto diario medio
Bangkok
20.050.000
9,60%
4,7 noites
USD 173
Londres
19.830.000
3,00%
5,8 noites
USD 153
Paris
17.440.000
2,90%
2,5 noites
USD 301
Dubai
15.790.000
5,50%
3,5 noites
USD 537
Singapura
13.910.000
4,00%
4,3 noites
USD 286
Nova Iorque
13.130.000
4,10%
8,3 noites
USD 147
Kuala Lumpur
12.580.000
7,50%
5,5 noites
USD 124
Tóquio
11.930.000
1,60%
6,5 noites
USD 154
Istambul
10.700.000
19,70%
5,8 noites
USD 108
Seul
9.540.000
6,10%
4,2 noites
USD 181
… São Paulo
1.920.000
13,13%
10,8 noites
USD 61
Singapura se firma como uma das maiores cidades turísticas da Ásia
Pelo segundo ano consecutivo, o turismo urbano da Ásia confirma a sua liderança com o primeiro lugar de Bangkok que recebeu em 2017 mais de 20 milhões de visitantes internacionais. Essa liderança deve ser confirmada em 2018 com um crescimento previsto de 9,6% o que fará com que os tradicionais rivais Paris e Londres batalhem agora pelo segundo lugar. Aproveitando o dinamismo dos mercados emissores da região, principalmente da China, mas também do Japão, da ASEAN e até da Índia, quatro outras cidades asiáticas chegaram na lista das dez cidades mais visitadas pelos turistas internacionais: Singapura, Kuala Lumpur, Tóquio e Seul. Com crescimento bem superior a media mundial, Pukhet, Hong Kong, Pattaya, Xangai, Pequim, Macau, e Shenzhen já estão também brigando para entrar nesse cobiçado grupo de líderes.
Dubai, estratégia e investimentos construindo um grande destino
As cidades do Oriente Médio se fortaleceram em 2017. Dubai chegou em quarto lugar e continuou a surpreender com sua ousadia. O ano passado testou com sucesso os primeiros taxis voadores e quebrou um novo recorde do hotel mais alto do mundo. Com uma oferta turística luxuosa e cada vez mais diversificada, a cidade consegue incentivar seus visitantes a gastar impressionantes USD 537 por dia, um recorde nas 162 cidades da pesquisa. Varias outros destinos da região estão se destacado, seja a Meca pela primeira posição en volume de receitas, Istambul pela sua nona posição no ranking mundial e seus 20% de crescimento previstos para 2018, Antalya pelos seus 9,4 milhões de visitantes, ou Teerã pelo seu crescimento de 2017 e 2018. Mesmo muito dependente da conjuntura politica e securitária, a região se consolida como um dos novos pólos do turismo internacional.
TOP 10 RECEITAS
Receitas em MM USD
Crescimento 2018
Gasto diário médio
Dubai
29,7
7,8%%
USD 537
Meca
18,45
7,40%
USD 135
Londres
17,45
13,70%
USD 153
Singapura
17,02
7,40%
USD 286
Bangkok
16,36
13,80%
USD 173
Nova Iorque
16,1
4,10%
USD 147
Paris
13,05
16,00%
USD 301
Palma
11,96
16,20%
USD 220
Tóquio
11,91
7,80%
USD 154
Pukhet
10,46
12,60%
USD 239
…. São Paulo
1,35
13,13%
USD 61
Paris seguindo no pódio das grandes cidades turísticas
Mesmo perdendo posições, as cidades da Europa continuam sendo muito procuradas, Londres ou Paris alternando na liderança dependendo do critério geográfico utilizado para o calculo das estatísticas (o município de Paris sendo muito menor que o grande Londres, Paris só passa na frente quando incluir os subúrbios). A força do turismo europeu pode porem ser medida pelo numero de destinos destacados nas pesquisas da Mastercard e da WTTC, tanto tradicionais como Milão, Veneza, Barcelona ou Firenze, que mais recentes como Dublin, Palma, Praga ou Dubrovnik. Ao contrario, os rankings carecem de cidades latino americanas, México sendo a única da região em posição de destaque. São Paulo é a primeira cidade brasileira, mas longe dos lideres, em 8º lugar na América latina pelo número de visitantes (1,92 milhões) e em 9º lugar em gastos por visitante na região, com somente USD 61 de gasto diário por pessoa e por dia, e USD 1,35 bilhões movimentados. Na nova conjuntura que se abre agora para o Brasil, vale esperar que o turismo urbano terá um merecido impulso.
Air France comemorando com a Gol e o Ceará o seu hub de Fortaleza
Nunca se falou tanto dos “hubs”, essas plataformas de correspondência aeroportuárias onde as companhias aéreas concentram parte dos seus voos para assegurar aos seus clientes conexões rápidas e seguras. Os hubs estão crescendo no mundo inteiro, inclusive no Brasil, onde Fortaleza está virando um grande hub nordestino, reforçado com a próxima chegada do grupo Air France -KLM ligando, com a cumplicidade da GOL, o Norte e o Nordeste com Paris e Amsterdã. A nível mundial, a OAG (Oficial Airlines Guide) acabou de publicar uma pesquisa pontuando e classificando os maiores hubs mundiais em função dos números de conexões oferecidas aos viajantes dentro de um prazo de seis horas. Mas, enquanto os especialistas esperavam que os Estados e a China iam se mostrar líderes disparados, os resultados mostram uma realidade diferente.
Londres, primeiro hub internacional segundo o OAG
De forma surpreendente, não tem nenhum aeroporto chinês ou norte americano, e nenhum aeroporto dos temidos países do Golfo, no pódio dos três primeiros megahubs mundiais. O vencedor disparado é Londres Heathrow, que aparece como o aeroporto internacional mais conectado do mundo. No último mês de julho, ele chegou a oferecer até 72.000 opções de conexões de chegadas ou de saídas, domésticas ou internacionais, num prazo de seis horas. Atrás vêm Frankfurt e Amsterdã, assegurando para a Europa uma inesperada liderança, ainda confirmada com a posição de Paris Charles de Gaulle em nono lugar, e de Munique em décimo quarto.
O aeroporto de Pequim, ainda fora do Top 30 mundial
No Oriente Médio, nos disputadíssimos caminhos para a Índia e a China, Dubai consegue ficar em 20º lugar, mas é ultrapassado por Istambul, agora em 15º lugar, com rotas aéreas para 270 destinos. Na Ásia e no Pacífico, 16 aeroportos constam no ranking do Top 50, sendo a liderança do megahub de Singapura (em sexto lugar do ranking geral) com 35.000 opções de conexões. A surpresa vem da China, que não coloca nenhum aeroporto nos vinte primeiros, somente três nos cinquenta primeiros – Xangai, Pequim e Cantão -, e que é ultrapassada pela Indonésia (Jacarta), Malásia (Kuala Lumpur), Hong Kong, Tailândia (Bangkok) e até a Coreia (Seul).
São Paulo coloca seu megahub somente em 42º lugar
Nas Américas, o aeroporto de Nova Iorque JFK fica somente em 18º lugar, ultrapassado pelo “most busy in the world” O’Hara de Chicago, pelo menos esperado Toronto Airport, e até por Atlanta, Los Angeles e Miami . O Brasil somente aparece na lista em 42º lugar (com uma pontuação de 120) com o aeroporto de Guarulhos, terceiro da América Latina atrás de México (21º) e de Bogotá (41º). São ainda incluídos no Top 50 os megahubs latinos de Porto Rico (46º) e de Panamá (47º). A pesquisa da OAG destaca, porém, que no ranking especifico dos aeroportos oferecendo as melhores conexões em termo de voos low-cost, Guarulhos aparece num promissório 23º lugar.
O ranking e a pontuação OAG dos 20 primeiros megahubs internacionais
1 – Londres Heathrow 379
2 – Frankfort 307
3 – Amsterdã 299
4 – Chicago 295
5 – Toronto 271
6 – Singapura 257
7 – Jakarta 256
7 – Atlanta 256
9 – Kuala Lumpur 242
9 – Paris CDG 242
11 – Los Angeles 235
12 – Hong Kong 233
13 – Bangkok 226
14 – Munique 221
15 – Istambul 219
16 – Miami 204
17 – Seul 196
18 – Nova Iorque JFK 195
19 – Houston 184
20 – Dubaï 183
A lista completa e a metodologia da pesquisa podem ser encontradas no site da OAG
Esse artigo foi traduzido e adaptado de um artigo original de Serge Fabre na revista profissional online La Quotidienne
O Trump Presidente poderia prejudicar o Trump hoteleiro
Talvez por ter acontecido no fechamento do WTM de Londres, encontro-mor do turismo mundial, o resultado das eleições americanas foi também nos últimos dias o grande assunto das conversas dos profissionais. Uma pesquisa feita nos corredores do Salão tinha revelada que só 7% do trade internacional apoiava o excêntrico bilionário, e que os outros o julgava misógino , racista, sem experiência política, vulgar, e intelectualmente vazio. Agora que Trump foi eleito, e sabendo que nenhum responsável do turismo esperava esse resultado, a grande pergunta é de saber até onde essa vitoria poderá impactar os fluxos turísticos internacionais!
O WTM de Londres, grande encontro do turismo mundial
Se Trump cumpre as suas promessas de campanha, deve reforçar os controles sobre a entrada dos franceses e dos alemães, exigir passaporte biométrico para qualquer isenção de visto, construir um muro para impedir as entradas de mexicanos, controlar de forma estrita os brasileiros, desconfiar dos chineses, e proibir as entradas de qualquer muçulmano. Num total de 78 milhões de turistas entrando nos Estados Unidos, mais da metade seriam assim submetidos a algum tipo de constrangimento. E cinco dos de maiores mercados emissores para os Estados Unidos são na lista negra do magnata. Segundo o relatório anual da WTM, o resultado das eleições americanas pode assim ter grandes consequências sobre o turismo mundial.
Os danos das declarações do candidato – e as prováveis decisões do Presidente – podem ser catastróficas para a imagem dos Estados Unidos nos grandes mercados emissores, os novos valores não correspondendo mais com os ideais que os visitantes estão procurando. Temida pelos responsáveis de Visit USA ou de Brand USA, esse risco já está virando realidade. Uma pesquisa da Travelzoo mostrou que 20% dos britânicos estão descartando viajar agora para os Estados Unidos, e a maioria pensa que o turismo americano vai ser prejudicado. Paradoxo surpreendente, o empresário Trump será mais prejudicado ainda pela queda da imagem dos Estados Unidos, a metade dos clientes das agencias de viagens inglesas declaram não querer mais se hospedar nos hotéis do magnata.
O turismo canadense aproveitando o novo cenário?
Enquanto o turismo mundial continuará a crescer nos próximos anos, as possíveis dificuldades dos Estados Unidos poderão ser aproveitadas por alguns dos seus concorrentes. É o caso do Canada que constatou nos últimos dias, das Províncias Marítimas até Montréal e Vancouver, um boom das reservas vindo não somente da Inglaterra e da Europa, mas também dos próprios Estados Unidos. No Brasil, se o cambio ajudar e o Dolar se fortalecendo frente ao Euro, a Europa poderia ser a grande favorecida. É so relembrar o impacto do saudoso Bush sobre as viagens internacionais. Durante as suas presidências, o numero de brasileiros indo para os Estados Unidos perdeu a liderança, passando de 740.000 entradas a 770.000, enquanto as viagens para Europa tinham cresceram de 600.000 a mais de 1.000.000. O ranking se inverteu de novo em 2015, 2,2 milhões contra 1,8 milhões, pelo carisma do Obama. Em 2018, o Canadá, a França, o Portugal ou a Itália terão talvez de agradecer o Donald.
Jean-Philippe Pérol
Em Paris, a opção de juntar a Torre Eiffel e a estátua da Liberdade!
Os clichês britânicos mais procurados depois do Brexit
Se os políticos e os economistas do mundo inteiro foram muito negativos sobre as consequências do Brexit, os turistas internacionais parecem ter aprovado a decisão dos ingleses. Aproveitando uma queda da libra de quase 10% – a moeda atingiu seu nível mais baixo dos últimos 30 anos-, as entradas de turistas subiram de 4,3% em julho. Se as chegadas da Europa ainda são fracas (em recuo de 1,8% mas caiam de 6,8% antes do plebiscito) , a alta é puxada pelos os chineses, os americanos, os canadenses e a maior parte dos não-europeus que crescem de 8,6%. E se ainda é cedo para desenhar tendências a longo prazo, a alta deve se prolongar nos próximos meses: as reservas da International Net bookings, que eram em queda de 2,8% em maio, estão agora também em alta de 4,3%.
Turista americano em Londres
Os americanos são há muito tempo os mais numerosos turistas internacionais na Inglaterra. Foram 3,3 milhões em 2015, um crescimento de 10% em relação a 2014, e, segundo Visit Britain – a agencia nacional de promoção do turismo, vários indicadores mostram que a popularidade do pais cresceu depois do Brexit. Os números estão bastante impressionante na Internet: 38% de visitantes a mais no próprio site da VisitBritain, mas também 138% a mais nas pesquisas no site da British Airways nos Estados Unidos, 30% a mais no site e nas vendas da Expedia. Os hoteleiros ingleses confirmam um crescimento das reservas, especialmente os “last minut bookings”.
O distrito financeiro da City
A fraqueza da libra depois do Brexit é dada pelos profissionais como a primeira razão desse crescimento surpreendente. Num destino visto há anos como muito caro, ela não somente impulsionou as reservas internacionais, mas impactou também as viagens dos próprios britânicos. Com um poder aquisitivo diminuído e já impactando os destinos ligados ao dólar, eles estão aumentando sua procura de viagens domésticos, e a Airbnb já anunciou que a procura de apartamentos no mercado inglês subiu de 122% desde o plebiscito. Essa tendência favorecendo as “staycations” está sendo observada também pela Expedia.
Abbey Road, um dos imperdíveis clichês
O maior impacto do Brexit sobre o turismo na Grã Bretanha deverá porem se medir em termo de imagem. Em primeiro lugar pelo reposicionamento em termo de preços que os hoteleiros já perceberam e ampliaram com uma seria de iniciativas para dar aos visitantes “more value for money”, oferecendo up-grades, diárias de cortesia ou serviços complementares. A libra barata reforça a atratividade da marca, e deve aumentar ainda mais sua força nas clientelas mais jovens e nos mercados emergentes. Mas o maior impulso dado a imagem do pais será de mostrar a sua diferencia. Enquanto os destinos turísticos devem cada vez mostrar uma identidade forte e um conteúdo que justifica a escolha de viajantes internacionais cada vez mais experientes, o novo posicionamento britânico vai ser uma extraordinária oportunidade. Frente a uma Europa aonde a “harmonização” poderia levar a uma banalização, a Grã Bretanha poderá atrair ainda mais pelo sua peculiaridade. Para os destinos turísticos, é importante lembrar que “Vive la différence”.
Jean Philippe Pérol
Entre a Europa e o mar aberto, a Grã Bretanha sempre deverá escolher o mar aberto
A Trip Advisor divulgou dia 30 de Março os seus Travelers’Choice Awards 2016, seguindo um algoritmo misturando os números de comentários, os elogios dos visitantes as belezas naturais, atrações, hotéis ou restaurantes dos destinos, bem como os números de reservas feitas no próprio site da Trip Advisor. Se as criticas referentes a opacidade das ponderações, a realidade dos comentários ou a falta de valorização dos critérios quantitativos ainda perduram, a lista é porem interessante, tanto pelas cidades que a componham que pelas evoluções aparecidas desde o ano passado, tanto a nível mundial que na França ou no Brasil.
Londres, vencedora dos Awards mundiais 2016
And the winner is … Londres. A capital britânica, que briga com Paris pela liderança do turismo internacional, está recolhendo os resultados do seu dinamismo, da sua diversidade cultural, das exposições do British Museum e da National Gallery, das compras no Harrods ou do charme de Abbey Road. Os ingleses souberam também aproveitar muito bem os seus grandes eventos, incluindo o pós-Jogos Olímpicos ou a expectativa dos 400 anos da morte do Shakespeare. Se a lista dos 10 mais mundiais perdeu as duas metrópoles chinesas, ela voltou a incluir Nova Iorque que tinha sido injustiçada em 2015. E mesma se a Ásia continua de mostrar a sua força – com Siem Reap, Hanoi e agora Bali- , os grandes clássicos europeus como Roma e Praga seguem bem posicionados. Passando da sétima a quarta posição, Paris mostrou que guarda todo o seu poder de atractividade, e que as numerosas novidades – museus abertos ou renovados, mas também novas opções de shopping- estão atraindo apaixonados bem como novos viajantes.
O TOP 10 dos destinos turísticos da França trouxe muitas novidades. Os quatros líderes (Paris, Nice, Lyon e Bordeaux) conservaram os seus rankings, mas Marselha está colhendo os benefícios da novidades trazidas em 2013 pelo ano europeu da cultura, especialmente o surpreendente Museu das Civilizações da Europa e do Mediterrâneo (MUCEM). Com a Disneyland Paris e seus doze milhões de visitantes anuais, com seu outlet “La Vallée” e seu shopping gigante , a chegada de Marne la Vallée não é uma verdadeira surpresa, especialmente para os brasileiros. É também com toda lógica que a cidade bretã de Saint-Malo entrou nessa lista. Acesso privilegiado ao Mont Saint Michel, ela atrai pelo seu acervo arquitectural, o seu porto fortificado e sua excepcional historia marítima que deixou rastros no mundo inteiro, inclusive na América Latina onde as Malvinas (“Malouines” em francês) carregam o seu nome!
Discutíveis pela falta de transparência e pelos conflitos de interesse, o Top 10 da Trip advisor é, assim mesmo, um indicador de tendências, tanto a nível mundial que ao nível de cada pais. A força de Londres, Paris ou Nova Iorque, a irresistível ascensão da Ásia, o eterno charme de Roma ou Istambul são indiscutíveis, e não pode ser desprezado o dinamismo de pequenos mas fascinantes destinos como Angkor (Siem Reap) ou Bali (Ubud) . Na França, as chegadas de Marselha, de Saint Malo ou de Marne la Vallée mostraram a importância dos grandes investimentos em infra-estruturas, sejam culturais, patrimoniais, comerciais ou turísticas. No Brasil também, as evoluções 2015 – recuo de São Paulo, Gramado ou Florianópolis, subida dos destinos de praias do Nordeste e do Rio de Janeiro – traduzem a crise econômica que pesa sobre as viagens de negócios, e a expectativa do impacto dos Jogos Olímpicos . Agora, que serão os Top 10 Awards 2017?
Jean-Philippe Pérol
O Top 10 dos Destinos Travelers’ Choice no mundo (e a evolução 2015/2014, saíram Pequim e Xangai):
1 – Londres (+2)
2 – Istambul (-1)
3 – Marrakech (+3)
4 – Paris (+3)
5 – Siem Reap (+4)
6 – Praga (-1)
7 – Roma (-5)
8 – Hanoi (=)
9 – Nova Iorque (novo)
10 – Ubud (novo)
O Top 10 dos Destinos Travelers’ Choice na França (e a evolução 2015/2014, saíram Bayeux, Lourdes, Cannes, e Morzine):
1 – Paris (=)
2 – Nice (=)
3 – Lyon (=)
4 – Bordeaux (=)
5 – Marselha (novo)
6 – Marne-la-Vallée (novo)
7 – Estrasburgo (novo)
8 – Aix-en-Provence (+2)
9 – Chamonix (-1)
10 – Saint-Malo (novo)
O Top 10 dos destinos no Brasil ((e a evolução 2015/2014, saíram Curitiba e Porto Alegre):
1- Rio de Janeiro (+1)
2- Gramado (-1)
3- Jericoacoara (+4)
4- Ipojuca (+4)
5- São Paulo (-2)
6- Foz de Iguaçu (-1)
7- Florianópolis (-3)
8- Buzios (novo)
9- Natal (novo)
10- Salvador (-4)
Estrasburgo, colocando a Alsácia nos melhores da França
Sob a polêmica presidência dos irmãos Coen, o júri do 68º Festival de Cannes vai mais uma vez premiar com a “Palme d’Or” um dos 19 candidatos selecionados nos mais artísticos dos critérios. Com o impressionante impacto de certos filmes nos últimos anos – so na Franca foram por exemplo o Da Vinci Code ou o Bom Ano -, o Festival poderá talvez um dia premiar os filmes ou os seriados que levaram o maior numero de turistas para os lugares de filmagem.
Se fosse, o favorito para 2015 seria Game of Thrones que está seduzindo os aficionados desde o primeiro capitulo. O mundo de “Winter is coming” é imaginário, mas as imagens foram filmadas em toda Europa, da Irlanda a Malta, da Croácia a Espanha e até Islândia ou Marrocos. O turismo desses cinco países está tirando um impressionante proveito. A Irlanda do Norte realizou uma campanha de promoção muito bem sucedida, apoiada em roteiros mostrando os principais lugares dos cenários. A Croácia teve um aumento de 8 a 16% das reservas de hotéis para Dubrovnic – o Port Real do seriado. E na Ilha de Malta, onde foram filmados vários episódios da primeira estação, as reservas de avião aumentaram 26%.
Dois outros seriados seriam também nominees. Negociado de antemão com os realizadores, a promoção turística do Yorkshire e do West Berkshire foi desde o primeiro episódio integrada a filmagem de Downtown Abbey. Com o apoio duma campanha do turismo britânico, a historia da família Crawley já dobrou o numero de visitantes para Highclere Castle, o castelo do século XVII escolhido como cenário, e foram registrados 105.900 pernoites e 13 milhões de libras de receitas turísticas suplementares na região. Menos famoso, mas muito na moda, o seriado americano Breaking Bad levantou o turismo de Albuquerque (Texas) onde ficam a casa dos White e o restaurante “Los Pollos Hermanos”, com vários itinerários na região publicados em sites como Lonely Planet ou RoadTrippers.
Mesmo menos recentes, duas séries de filmes poderiam também levar a “Palme d’Or” do turismo esse ano. 20 anos depois do primeiro Harry Potter, o fluxo de turistas para os principais lugares das filmagens – a Catedral de Durham na Inglaterra e a região de Glencoe na Escocia – não para. Inaugurado em 2012 em Londres, o Warner Bros Studio Tour permanece um sucesso, mostrando o Elfe Dobby ou as vassouras de bruxa de Quidditch. Pelo impacto geral sobre o turismo no país, os filmes da trilogia do Senhor dos Aneís poderiam ser os premiados. Terra do realizador Peter Jackson, a Nova Zelândia teve seus extraordinárias paisagens divulgadas no mundo inteiro pela trilogia cinematográfica adaptada dos livros de Tolkien. Numerosos roteiros são oferecidos no pais inteiro, e na Ilha do Norte, perto de Matamata, a aldeia dos Hobbits virou um parque temático. O sucesso turístico da Nova Zelândia, que recebeu 3 milhões 200 mil visitantes em 2014, quase 70% a mais desde a saída do primeiro filme da série, se deve muito ao Frodo Bolseiro e a seus companheiros.
Sem chances para esse ano, a França poderá talvez concorrer para a “Palme d’Or” do Festival virtual de 2016 com a novela Babilônia. As lindas imagens da Gloria Pires na Ponte Alexandre III ou o romântico jantar no badaladíssimo restaurante La Tour D’Argent jà estão sem duvidas impactando o turismo brasileiro para Paris.
Numa época não muito distante, as grandes companhias aéreas só dependiam de grandes destinos, de grandes mercados e da notoriedade herdada desde a era dos seus pioneiros. Foi na Europa principalmente o caso da Air France, da Lufthansa e da British Airways que dominaram o crescimento da aviação até os últimos anos. Os tempos estão mudando, e hoje os três grupos são duplamente ameaçados, dum lado pelo sucesso da companhias low-cost que esta prejudicando seus voos intra-europeus, e do outro lado pelo poderoso crescimento das companhias do Oriente Médio que competem com as suas ofertas para a Ásia e até parte da África..
Na Europa as companhias low-cost, lideradas pela Ryan Air e Easy Jet, jà abocanharam em 2013 mais de 32% do mercado. Nas distancias de menos de três horas, lá onde os trens bala (o TGV francês ou seus concorrentes alemão ou espanhol) também ameaçam os voos tradicionais, a única chance para Lufthansa ou Air France é de desenvolver as suas próprias filiais low cost. Já estão investindo na Transavia ou na GermanWings , assumindo o risco de enfrentar os poderosos sindicatos de pilotos. E são cientes que os seus futuros nos voos de curto e médio alcance dependem desse sucesso. Para 2015, Lufthansa está até preparando uma experiência « low cost » com sete Airbus densificados para o Oriente Médio, o Caribe e a América do Norte, mesmo sabendo que esse modelo econômico nunca foi bem sucedido em longas distancias.
Mas é provavelmente frente ao Qatar, aos Emirados ou a Turquia que acontecerá a grande briga para o futuro das três maiores companhias europeias. Cada semana a Qatar Airways, a Emirates ou a Etihad são noticias de grandes jornais ou de revistas internacionais. Elas compram aparelhos novos, abram rotas cada vez mais distantes – inclusive no Brasil-, e ganham prêmios pela qualidade excepcional dos seus serviços de bordo. A concorrência é em parte desleal: essas companhias tem dinheiro a custo zero para comprar aviões novos, seu combustível tem preços baixíssimos, e os aeroportos do Golfo tem tarifas muito especiais. Podem parecer companhias piratas, mas não se pode também negar que elas tem verdadeiros vantagens, não somente em termo de produtos, mas também pela eficiência dos seus hubs, especialmente entre a Europa e a Asia.
O paradoxo é que a Air France ou a Lufthansa foram as primeiras a inventar hubs muito sofisticados, apostando numa dinâmica de conexões e não mais (ou não somente) numa lógica de mercados. Era arriscado porque se a Franca, a Alemanha ou a Inglaterra são justamente alguns dos poucos países que podem se vangloriar de ser no mesmo tempo grandes destinos internacionais e mercados emissores de primeira linha, a lógica do hub é aberta a todos.
Para alimentar esses hubs de Doha, Dubai, Abu Dhabi ou até Istambul, as companhias do Oriente Médio não somente multiplicam os voos mas também investem em companhias europeias. Etihad já é o maior acionista da Air Berlin e da Alitalia, certamente com a intenção de consolidar sua plataforma de Abu Dhabi. Grandes clientes da Airbus, investidores nos grandes hotéis de Londres ou Paris, desenvolvendo suas atividades no catering com Dnata ou Air Chefs, todas essas companhias vão continuar a se desenvolver entre a Europa e a Ásia, sonhando talvez repetir o cenário Qantas (a companhia australiana abandonou seus voos para Europa e só alimenta agora o hub de Dubai…).
Air France, British e Lufthansa estão assim frente ao enorme desafio, um luta pela sobrevivência que preocupa seus dirigentes e que deixam alguns observadores convencidos que algumas alianças ou fusões ainda podem aparecer seguindo os acontecimentos vistos nos Estados Unidos.
Mas os viajantes preferem os voos diretos. E pelo menos para a Air France, existem trunfos suficientes para enfrentar a dura concorrência tanto das low costs que das companhias do Golfo. Não se trata somente da qualidade do serviço ou da notoriedade, mas da vantagem de ter um nome integrando a palavra França, de ter sua base no aeroporto de Paris, ou de se apoiar no quinto mercado emissor e no primeiro destino turístico do mundo. A ultima campanha “France is in the air” parece confirmar que esse caminho esta sendo seguido!
Jean Philippe Pérol
Esse artigo é uma tradução e uma adaptação dum artigo original do Serge Fabre publicado na revista profissional on line PAGTOUR. Para acesso direto ao artigo original em francês, por favor clicar aqui.
No dia 6 de Maio de 1994, a Rainha Elizabeth II e o então Presidente francês François Mitterrand inauguraram o túnel entre os dois países. A Inglaterra não era mais uma ilha, o continente não era mais isolado, e um sonho de quase duzentos anos tornava-se realidade.
Era em 1802 que tinha sido pensado o primeiro projeto. O engenheiro Albert Mathieu-Favier fez a proposta de um túnel com duas galerias. Com as guerras de Napoleão a ideia não avançou e foi somente em 1851 que saiu um novo projeto, um outro túnel, essa vez pré-fabricado e de aço. Em 1852, uma outra proposta, uma ponte com 400 pilares de pedras, foi logo abandonada. A ideia do túnel, essa vez levantada pelo francês Aimé Thomé de Gamond e John Hawkshaw voltou a ser considerada e levou as primeiras obras a partir de 1878 em Sangatte. Mas as dificuldades técnicas, a oposição de políticos e militares levaram a um embargo das obras em 1883 enquanto menos de dois km de galerias tinham sido realizadas.
Demorou noventa anos para mais uma tentativa frustrada em 1971, abandonada depois de 700 metros. E foi em 1981 que o projeto atual começou a nascer numa reunião em Londres entre os governos francês e inglês. Margaret Thatcher concordou em ligar a Inglaterra com o continente, mas exigiu que o financiamento seja fechado sem um penny de dinheiro público. Talvez lembrando dos desastres financeiros que acompanharam as obras do Canal de Suez ou do Canal de Panamá, a dama de ferro tinha razão de se preocupar, e os centenas de milhares de pequenos acionistas que investiram no projeto logo no lançamento foram em maior parte arruinados quando a ação da empresa, lançada a mais de 5 Euros em 1987, baixou para alguns centavos quinze anos depois. Nesse tempo o custo total do projeto Eurotunnel tinha subido para 15 bilhões de Euros.
Mas a obra foi um sucesso, virando o mais comprido túnel submarino do mundo com 38 km em baixo do mar e um total de 50 km. Em seis anos, 12000 operários finalizaram os três túneis (um em cada sentido mais um para o serviço), os dois terminais e todas as infraestruturas. Iniciada em maio de 1994, a abertura foi progressiva, primeiro com as navetes para caminhos, depois os trens de carga, as balsas para carros de passeios, e, a partir de novembro 1994, os TGV Eurostar. Em vinte anos, 330 milhões de passageiros.
Hoje são quase 20 milhões de passageiros e 1,5 milhão de veículos por ano que viajam pelo túnel entre Londres, Paris, Lille ou Bruxelas. A empresa, que emprega 3700 funcionários e deixa um lucro operacional de mais de 100 milhões de euros, nunca foi tão prospera e tem vários projetos de shopping, de eco-sitio e de golfe mostrando o seu envolvimento no turismo.
O túnel teve um impacto decisivo sobre os fluxos turísticos entre a Franca e a Inglaterra que cresceram de mais de 50% . Mas teve também consequências para todos os turistas, e até para os brasileiros que foram mais de 50.000 a juntar Paris e Londres, hoje um dos roteiros mais vendidos na Europa pela Rail Europe. Bruxelas também ficou mais visitada. No norte da França, a simpática, animada e muito surpreendente cidade de Lille começou a atrair brasileiros que estão gostando do seu patrimônio cultural ( pelos museus, o segundo da Franca depois de Paris), da sua arquitetura flamenca, da sua famosa venda de rua, do sua gastronomia despretensiosa e das suas cervejas únicas. Assim, para festejar esses vinte anos da Eurotunnel, que tal uma “petite bière“? Santé!