Occitânia, as viagens que fazem você crescer

Carcassone, um dos lugares mais emblemáticos da região

Sendo o catalizador de uma verdadeira revolução do turismo mundial, o Covid 21  está obrigando os destinos a ter criatividade para antecipar a mutação dos fluxos turísticos e se reposicionar frente a procura de novas experiências. Se destinos mais exclusivas, na Europa do Norte, no Pacífico ou no Caribe, são pioneiros na antecipação desse novo turismo, os lideres tradicionais não querem ficar de fora. Na França, a Occitânia – região de Toulouse, Lourdes e Carcassone – está  liderando o lançamento dessas ideias novas. Depois de mudar seu nome de “Comité regional de tourisme” para “Comité regional de turismo e lazeres”, dando um foco forte no turismo local e no doméstico, mostrou outras frentes criativas.

O “aligot”, prato tradicional disputado entre a Occitânia e a Auvergne

Se o tempo é de turismo de proximidade, a Occitânia não perdeu oportunidade enquanto se trata de se promover nos mercados distantes. Enquanto alguns (raros) países ainda não reconheceram a vitória de Biden, os dirigentes da região já mandaram para o futuro presidente dos Estados Unidos uma pequena cesta de recordações do terroir: sopa de “pistou”, “aligot” (purê de batata com queijo Cantal), flor de sal da Camargue, e, claro, o tão famoso Cassoulet -a feijoada francesa. As iguarias foram acompanhadas de uma carta de parabéns que destacava os produtos da região, solicitando isenções de taxa de importação e lembrando que os turistas americanos continuarão a ser muito bem vindos.

Lourdes continua sendo o segundo destino turístico da França

As novas viagens devem ter sentido, oferecer encontros e permitir descobertas, respeitando autenticidade e durabilidade  dos destinos. Dona de um patrimônio natural, cultural e humano excepcional, enriquecido desde os caminhos de Santiago e tendo em Lourdes a experiência do segundo destino turístico da França, a Occitânia notou que seus valores tradicionais – agora chamadas de “Occitalité”, misturando convivialidade, responsabilidade, generosidade, hospitalidade – respondem perfeitamente a essas novas tendências. Esse novo turismo é extremamente bem recebido pelos atores locais – moradores e profissionais – pelo seu impacto positivo sobre as oportunidades sociais, o desenvolvimento econômico ou a viabilização de projetos sustentáveis.

A nova proposta occitana: as viagens que fazem você crescer

Para colocar sua região no Top 10 dos destinos turísticos da Europa, os responsáveis da Occitânia apostam que esse conceito de “Occitalité” vai ajudar a diferenciar a sua oferta. Escolhendo como leme ” As viagens que fazem crescer”, mostra uma resposta a tendencia definida por um especialista como  “o fim do turismo e a volta das viagens”,  a nova procura de turismo transformacional. Uma experiência que vai fazer crescer o viajante pela espiritualidade sempre presente da região, pelo ritmo dos encontros, pela ética encontrada no respeito das culturas e da sustentabilidade. Com uma impressionante diversidade na sua oferta, espiritual, cultural, gastronômica, enoturísticas, nas praias, nas montanhas ou nas cidades, de carro, de bicicleta, de peniche ou a pé caminhando nas trilhas, essa experiência pode ser oferecida de forma personalizada para cada viajante.

Jean-Philippe Pérol

No vale do rio Dordogne, o requintado Chateau de la Treyne

Esse artigo foi redigido a partir de um comunicado de imprensa mandado por Jean Pinard, Diretor Geral do “Comité regional de turismo e lazeres” da região Occitânia

 

Moradores e compatriotas, a revolução-mor do turismo pos Covid?

A Occitânia aposta no turismo de proximidade Foto Patrice Thibault)

Mudando o nome de Comité regional de turismo da Occitânia para Comité regional de turismo e lazeres da Occitânia, os responsáveis dessa grande região turística francesa – sede de destinos famosos como Lourdes, Carcassonne ou Toulouse- aproveitaram uma das maiores revoluções que está sendo trazida pela crise do Covid 19: a nova força do turismo local e doméstico, dos moradores e dos compatriotas. Necessidade durante os meses de fechamento das fronteiras internacionais, essa procura de novas clientelas para compensar o sumiço das clientelas estrangeiras virou o novo eixo estratégico da politica turística occitana, com um orçamento de 3 milhões de Euros logo no primeiro ano.

No Brasil, a Occitânia é a terra de Lourdes e dos caminhos da fé

Longe de ser um detalhe, a mudança de nome mostra a vontade de revalorizar o consumo de lazeres dos moradores, uma virada estratégica para um segmento de clientela que já era cortejado como ator chave do turismo mas nem sempre percebido como consumidor. Mesmo se a ideia não é de desprezar as clientelas internacionais, essa nova orientação deve reequilibrar tanto a oferta de produtos que a comunicação. Segundo Vincent Garel, presidente do Comité, serão assim valorizados o slow-turismo, o turismo sustentável, o glamping, ou o turismo solidário. Com focos nos jovens e nas famílias, essa atenção para moradores levará a um reposicionamento em volta dos valores proprios da Occitânia.

O Pont du Gard atrai tanto turistas como moradores

Sucesso durante a crise, o turismo doméstico não representa somente um segmento de substituição, mas é parte de uma estratégia de longo prazo, não somente pela sua realidade atual mas pelo potencial de crescimento que ele representa. Jean Pinard, Directeur do Comité, gosta de lembrar que 40% dos franceses nunca saiam de férias, um número impressionante que mostra as oportunidades que todos os atores podem encontrar nesse público, tanto para estadias de curtas durações que para ferias principais. Com uma dimensão social que vem reforçar seu impacto econômico, essa nova prioridade deve atrair mais atenção e mais apoios dos responsáveis políticos.

 

Além da Occitânia, a OMT publicou recentemente um relatório sobre interessantes iniciativas junta a clientelas locais. Foi destacada a Slovenia, que  começou a campanha com uma sensibilização para as medidas sanitárias, dando a possibilidade de ganhar uma qualificação Green & Safe. Todas as regiões turísticas do pais foram convidadas a desenhar três itinerários especiais para os turistas domésticos. Eles são apresentados no site do Slovenian Tourism Board  e nas mídias sociais. A campanha mundial e o aplicativo The Time is Now. My Slovenia. têm agora versões em esloveno, e um vídeo promocional  foi divulgado com o apoio de influenciadores locais..

The creative Finnish Booard now targeting local market

O mesmo relatório da OMT mencionou também a campanha da Finlândia.  Com uma verba de 500.000 euros, apoiada na promoção internacional  “100 Reasons to Travel in Finland” da  Finnish Association of Tourism Organisations, a campanha destaca as ofertas dos pequenos profissionais que podem assim promover produtos mais específicos para turistas finlandeses. Centenas de ofertas são apresentadas no site Web, com sugestões de itinerários ou de circuitos. Esses exemplos, e outros da Noruega, da Austrália ou do Canadá, deixam os especialistas da Organização Mundial do Turismo prever que moradores e compatriotas abrem grandes oportunidades para o turismo pos Covid19.  .

Jean=Philippe Pérol

Turismo num raio de 100 km, um conceito que vai longe

Carcassona, inscrita duas vezes ao Patrimônio da UNESCO

O luar iluminando a cidade de Carcassona

Enquanto a UNESCO está sendo violentamente criticada pelo Presidente Trump pelas suas escolhas patrimoniais,  Carcassona festeja os vinte anos da sua inscrição ao Património mundial da humanidade mostrando os acertos dessa lista que conta hoje mais de mil monumentos. A cidade fortificada recebe hoje mais de 2 milhões de turistas – sendo a quinta cidade mais visitadas da França, e o reconhecimento da sua importância cultural pela UNESCO foi sem duvidas um fator chave da sua popularidade junto aos viajantes franceses e internacionais. Sendo ainda atravessada pelo “Canal du Midi” – outro monumento francês pertencendo ao Patrimônio mundial- o conjunto oferece um acervo cultural único e duas vezes premiado.

As impressionantes muralhas da cidade fortificada

Conhecidas desde os últimos séculos do Império Romano, as fortificações foram reforçadas de 1082 a 1209 pela dinastia dos Viscondes de Trencavel que tentavam consolidar um estado independente entre a França e a Espanha. Tendo tolerado nas suas terras a heresia dos Cátaros e seu ascetismo místico, o ultimo visconde – Raymond Roger Trencavel-, teve que enfrentar a partir de 1209 uma cruzada militar que acabou com a devolução do seu feudo para o Rei da França. Durante os reinados de Saint Louis e dos seus sucessores, a cidade fortificada foi ampliada para corresponder a seu novo estatuto de fortaleza real, e uma segunda muralha de 3 quilômetros e 32 torres foi erguida. Um novo centro urbano, a Bastide Saint-Louis, foi construído, dando ao conjunto o aspecto que ele tem até hoje.

Mas se Carcassona parece ainda hoje mostrar a gloria de Saint Louis, Rei da França, é porque ela foi completamente restaurada logo no século XIX, em 1853, quando o arquiteto Viollet le Duc conseguiu convencer Napoleão III de financiar as obras de reabilitação, uma obra gigantesca que demorou quase 60 anos mas já atraiu 50.000 turistas em 1913! Agora as ruas estreitas da cidadela, as salas abertas para as visitas (sendo a mais procurada a Camera Rotunda e suas pinturas murais), e a basílica romana e gótica com seus espetaculares vitrais são lotadas de visitantes durante o dia. Mas, a noite,  são exclusivas dos 35 moradores e dos hospedes dos dois hotéis que ficam dentro da cidade fortificada, o MGallery Hotel de la Cité e o Best Western Le Donjon.

A Praça Carnot e a Fonte de Neptuno

Atravessando o Rio Aude, a antiga Bastide Saint Louis é hoje o centro da cidade, com suas ruas herdadas do século XIV vibrando de vida e de cultura. Feiras livres, pequenos empórios, lojas inesperadas, livrarias e terraços de cafés acolhedores são paradas obrigatórias depois de uma visita do Museu das Belas Artes, ou de um passeio nas margens do Canal do Midi. E se Carcassona têm dois restaurantes gastronômicos estrelados pela Michelin (La table de Frank Putelat et le Domaine d’Auriac), vale a pena experimentar nos pequenos bares ou bistrôs as duas especialidades da região: o seu vinho, o “Cité de Carcassonne”, produzido nos 160 hectares de vinhedos que cercam a cidade, e seu “cassoulet”,  esse prato mítico da cozinha occitana que alguns fãs gostariam de inscrever como terceiro Patrimônio mundial de Carcassona.

Jean Philippe Pérol

O porto fluvial de Carcassona no Canal du Midi

A alma de Carcassona se encontra também lendo a historia dos cátaros

 

“Tour de France” 2016, privilegiando montanhas e riquezas turísticas

Mont-St-Michel

Depois de dois anos começando no exterior, na Holanda (Utrecht 2015) ou na Inglaterra (Leeds 2014), o “Tour de France” escolheu de homenagear uma das maiores atrações francesas, o Mont Saint Michel, para dar o inicio da sua 103a edição com uma etapa na Normandia, ligando a Maravilha do Ocidente e as praias do Dia D. O roteiro completo da mais prestigiosa corrida ciclista foi anunciado dia 20 de Outubro, com muitas surpresas para alegrar não somente os esportistas mas também os turistas.

O circioto do Tour de France 2016

O circuito do Tour de France 2016

A montanha vai ser muito prestigiada. O “Tour de France” chegará no dia 14 de Julho no temido Mont Ventoux, e passará sua ultima semana nos arredores do Mont-Blanc. No total serão nove etapas de montanhas, as mais dramáticas mas as mais queridas dos torcedores, com vinte e nove passos e quatro linhas de chegadas nos topos em Andorra, no Mont Ventoux, em Finhaut-Emosson e em Saint-Gervais Mont-Blanc. Uma das duas etapas do famoso “contra o relógio” será também disputado  perto do Mont-Blanc. E se oito etapas foram desenhadas nas planícies para ajudar os “sprinters”, é claro que essa nova edição do “Tour” vai, segundo o próprio Christian Prudhomme, diretor da corrida, favorecer os especialistas da montanha, seja nos Alpes, nos Pirenéus ou nos vulcões da Auvergne.

Grotte Chauvet

A Caverna do Pont d’Arc, replica da “Grotte Chauvet”, patrimonio da UNESCO

Se o “Tour” guardou um toque internacional, com breves passagens na Espanha, em Andorra e na Suíça, ele deu, esse ano, um cuidado especial na valorização das novidades e nas riquezas do turismo francês. Além do Mont Saint Michel e das praias da Normandia, terá algumas paradas em lugares especiais  que vão alegrar os seus seguidores. DSCN0049 - copieDestacam-se assim Carcassonne – com as suas muralhas fortificadas patrimônio mundial da UNESCO -, a Gruta Chauvet – também recentemente listada pela UNESCO-, ou a estação de esqui de Megève tão querida pelos brasileiros. No meio das 273 candidaturas de municípios querendo receber o “Tour”, os organizadores também escolheram alguns charmosos vilarejos como Sainte-Marie-du-Mont (Normandia), Arpajon-sur-Cère (Auvergne), L’Isle-Jourdain (Midi Pyrénées), Villars-les-Dombes (Jura), Moirans-en-Montagne (Jura), Finhaut (Suiça) —, talvez para se preparar melhor com o contrasta da tradicional chegada nos Champs-Elysées em Paris.

Jean-Philippe Pérol

Chegada do Tour de France nos Campos Eliseus

Chegada do Tour de France nos Campos Elísios

 

 

14 Juillet: uma data, um desfile, uns fogos, uns bailes e muita festa!

 

feu d'artifice du 14 juillet 2012 sur le sites de la Tour Eiffel

O 14 de Julho, também chamado de Dia da Bastilha em alguns países amigos, virou festa national da França em 1880 com um voto da Câmara dos deputados que oficializou mas não deixou claro o motivo exato da escolha dessa data. Tomada da Bastilha Para alguns, era a comemoração do 14 de Julho 1789, a sangrenta tomada da fortaleza real da “Bastille”, símbolo da prepotência e do autoritarismo da monarquia, pelo povo parisiense que procurava armas para se opor as tropas militares hostis as reformas políticas. Charles_Thévenin_-_La_Fête_de_la_FédérationPara outros, era a festa da Federação, no dia 14 de Julho 1790, quando meio milhão de parisienses e de soldados “federais” vindo da França inteira assistiram a uma missa solene durante a qual o rei Louis XVI jurou fidelidade aos princípios da jovem Revolução.

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A festa do “14 Juillet” tem três imprescindíveis tradições. A primeira é o desfile militar, homenagem as Forças Armadas nas quais todo povo confiava nesse final do sigilo XIX para enfrentar a ameaça alemã e recuperar as “províncias perdidas”, a Alsácia e a Lorena.Desfile do 14 de Julho 2015 Até 1914 o desfile era no hipódromo de Longchamps, e foi a partir da vitoria de 1919 que ele virou tradição, descendo os Champs-Elysées.Banda das Agulhas Negras em Paris Juntos com os militares franceses, desfilem também tropas de países amigos – ingleses em 2004, africanos em 2010, argelinos o ano passado, mexicanos esse ano, e mesmo os cadetes brasileiros das Agulhas Negras em 2005! -.  O desfile é tradicionalmente encerrados pela Legião estrangeira – com um passo mais lento que as tropas regulares, ela não pode desfilar na frente -, pela Guarda Republicana a cavalo e pelos aviões da “Patrouille de France” (a esquadrilha da fumaça francesa).

Fogos de artificios em Carcassonne

As duas outras tradições que fazem a alegria dos moradores e dos visitantes são os fogos de artifícios e os bailes, ambos organizados em quase todos os 36.000 municípios do pais. Tradição da realeza francesa, que comemorava assim as vitorias militares, os casamentos ou os nascimentos da família real, os  fogos de artificio viraram durante a Terceira Republica uma tradição popular. Ela foi se repetindo desde a primeira festa do 14 de Julho, em 1880,  quando rodas de fogos escreverem na noite parisiense as palavras “Vive la République” para a alegria dos espectadores presentes.

Bailes populares 14 de Julho

Os bailes são os outros grandes momentos dos 14 Juillet, sendo o mais tradicional de todos o “Bal des Pompiers”, o baile dos bombeiros. Organizado desde os anos trinta em Paris, ele exista hoje em milhares de municípios que se orgulham dessa festa que junta a população, os turistas e os mais populares dos militares (pelo menos na França, mas também em muitos outros países) , os bombeiros. Baile dos bombeiros!Famosos pelos seus “accordeonistes” (sanfoneiros ), os bailes dos bombeiros se abriram agora as musicas mais contemporâneas, virando grandes eventos populares em cidades como Dijon, Nice, Estrasburgo, Toulouse ou Nancy.

14 de Julho em Manaus

O  “14 Juillet” é também festejando em muitos lugares do mundo, incluindo no Brasil onde São Paulo, Rio de Janeiro, Brasília ou Manaus tiveram eventos populares para comemorar uma festa nacional que quer, desde o seu inicio, ser a festa de todos os amantes da Liberdade, da Igualdade e da Fraternidade.

Jean Philippe Pérol

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Paris e o deserto francês? Os turistas brasileiros jà estão saindo dessa!

O CENTRO POMPIDOU VISTO DE NOTRE DAME DE PARIS

Paris e o deserto francês, o famoso livro do geógrafo francês Jean-Francois Gravier no qual ele opôs a hegemonia e o dinamismo parisiense ao abandono do interior da França, está  muito ultrapassado. Desde 1947 o cenário dos territórios mudou, e cidades como Lyon, Nice, Marselha, Bordeaux, Nantes ou Lille, viraram grandes capitais regionais atraindo investimentos, fluxos de populações e grandes eventos. Uma nova lei, votada no ano passado, redesenhou uma Franca de  treze regiões metropolitanas e quatro de ultramar, cada uma com sua capital atraente, seu peso econômico e suas riquezas turísticas.

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Os turistas internacionais que visitam a Franca também já se espalham pelo pais inteiro. Paris e sua região Ile de France receberam em 2014 30% das receitas do turismo francês e 70% foram gastos nas outras regiões. Os dois vice lideres são a região Rhône Alpes, – com seus dois grandes atrativos: a cidade de Lyon e as principais estações de esqui -, e a região da Provence – com Marselha, a Cote d’Azur, Avignon, e seus vilarejos cercados de oliveiras ou de campos de alfazema. Nos outros favoritos dos viajantes estrangeiros destacam se a Aquitânia (com Biarritz, Bordeaux e seus vinhedos), a Britânia, o Languedoc (com Montpellier e Carcassonne), e o Midi Pyrénées de Lourdes e Toulouse.

SALÃO RVEF PARIS 2015 No salão de turismo “Rendez vous en France”, que a Atout France organizou a semana passada em Paris com o apoio da Air France, mais de 600 dos 750 expositores mostraram para cerca de 1000 visitantes vindo do mundo inteiro – incluindo 40 brasileiros, a terceira mais importante delegação – a força do turismo nas regiões francesas.

Grandes conhecedores de Paris que continua sendo o seu primeiro destino na Europa, os brasileiros ainda são poucos a passear pelo interior da França. A não ser por excursões rápidas nos castelos do Loire ou na Normandia, ainda menos de 20%, principalmente os mais experientes, saiam da capital. Os expositores do “Rendez vous en France” deixaram então bem claro a vontade de muitos destinos franceses de receberem mais turistas vindo do Brasil. São grandes cidades como Bordeaux, Marselha, Toulouse ou Lyon, que podem se posicionar como destinos de viagens competindo com qualquer outra grande capital europeia. JOANA D ARC EM ROUENSão cidades menores que podem ser incluindo em roteiros de carro ou de trem, como Deauville, Lourdes, Rouen, o Mont Saint Michel ou Saint Tropez. São estações de esqui que querem voltar a ver casais ou famílias aproveitando o inverno francês em Val Thorens, Megéve ou Courchevel. Enfim são regiões inteiras, como Rhône Alpes, a Champagne, o Val de Loire, a Aquitânia, a Provence ou Midi-Pyrénées, que jà mostraram para 2015 novos produtos e serviços focados nos turistas brasileiros.

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Girando pela Franca (uma ideia que foi na época copiada do saudoso Salão da ABAV no Brasil), o “Rendez vous en France” vai no ano que vem parar em Montpellier. A região Languedoc, vencedora da licitação feita pela Atout France, aproveitará sem duvidas esse evento para lembrar seu acervo cultural – e a imperdível Carcassonne -, seus vinhos alegres, ou as noites descontraídas e animadas da sua capital. Um destino a mais na novas rotas dos turistas brasileiros no interior da França.

Jean-Philippe Pérol

LIDO PARIS MERVEILLES

Salões de turismo: o WTM surpreendendo e saindo na frente!

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Se os profissionais achavam que o Brasil sentia falta de um grande salão internacional de turismo a altura do crescimento do setor e dos seus sete milhões de viagens internacionais, o quadro mudou completamente. A chegada  em São Paulo da nossa querida Feira das Américas, o sucesso da requintada Travel Week e o lançamento da WTM com toda força da Reed Exhibition deram aos agentes de viagens, as operadoras, aos fornecedores  e a todos os destinos as opções de encontros e de negócios que eles precisavam.

World Travel Market Latin America 2014 - LogoPrimeiro dos três esse ano,  o WTM impressionou com a organização, a qualidade dos estandes e a globalização dos expositores. Um pessoal atencioso, um registro ágil, uma planta clara (com a Braztoa essa vez estrategicamente localizada e sem a  antiquada serpentina), e uns seminários bem preparados mostraram o profissionalismo da Reed. Os estandes surpreenderam pela qualidade do design e da montagem, seja a Alemanha, a Suíça, Israel, Nova Iorque, a Argentina , Santo Domingo ou Pernambuco.foto[1] A França apostou também pesado nessa segunda edição do WTM Latin America: em uma forte parceria com Accor e Air France, consegue uma visibilidade há muito tempo não alcançada nos seus salões brasileiros, e levou doze participantes franceses. Foram Marselha, Montpellier, Carcassonne, Midi-Pyrénées e dois destinos caribenhos, a Martinica e Saint Martin. A diversidade dos destinos  presentes mostrou que o mercado do Brasil interessa agora os quatro cantos do mundo.  GI_124_7fa19O Canadá vem com toda força. Empurrada pela novela da Globo que ajudou esse grande país turístico a passar os 100.000 turistas brasileiros, a Turquia se destacou, mas também a Rússia, a Jordânia, a Índia, a Coreia, a Grécia, o Marrocos, Dubai ou Abu Dhabi…

Ricardo-Hida-Ricardo-Bethel-Aida-Weinum-Jean-Philippe-PerolKate-Richardson-e-Jean-Bruno-Gillot

O sucesso do WTM só poderá porém ser definitivo se os visitantes forem mais numerosos. Pouco agentes, especialmente no último dia, estandes das operadoras visitados por muitos  fornecedores em vez de compradores, e estandes dos destinos assediados de vendedores de publicidade com crachás de jornalistas mostraram que os agentes de viagem brasileiros ainda não optaram pelo novo salão. A presença ainda discreta (ou mais focada no internacional) dos grandes estados turísticos brasileiros, bem como das grandes operadoras, talvez desanimou aqueles cujas vendas são mais focadas no doméstico… E a impossível localização no quase inacessível Transamerica desanimou muitos potenciais visitantes.

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Para a próxima edição, já confirmada no Expocenter Norte do 22 ao 24 de Abril 2015, a frequentação deverá, sem dúvidas, melhorar muito. Terá talvez que ajudar os expositores inventando uma sinergia com a Travel Week agora pertencendo ao mesmo grupo mas com calendários conflitantes. fotoTerá também que convencer os agentes de viagens de se apropriar e de visitar um salão exclusivamente profissional e cuja dimensão meramente  internacional é mais complementar que concorrente do seu evento de classe, aberto ao público e muito focado no imenso mercado domestico. As oportunidades de crescimento do WTM Latin América são  muito promissoras, e, com mais de 25% dos expositores já de contrato assinado para 2015, ele saiu com certeza na frente para ser o grande salão internacional que o Brasil precisava há mais de dez anos. Parabéns!

Jean-Philippe Pérol

Turismo em Midi-Pyrénées: a fé, a espiritualidade, e a arte de bem viver.

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Viajando de Paris para Madrid ou Barcelona, ou de Bordeaux para Nice, o viajante atravessa uma região francesa cuja historia é marcada pela espiritualidade. Là comecam muitos dos caminhos de Santiago, là se expandiram as igrejas romanas, lutaram os cruzados de Simão de Montfort contra a heresia dos Cátaros. Là tambem nasceu Bernadette Soubirous, a menina cujas visões da Virgem transformaram o vilarejo de Lourdes na segunda cidade turística da França depois de Paris.

Jà conhecidos dos romeiros brasileiros, a região Midi-Pyrenées, antiga Ocitânia, oferece também outros sítios turísticos que justificam uma parada de três ou quatro dias no roteiro na França ou na Espanha. Rocamadour-franceDo passado espiritual ou religiosa, os imperdíveis são não somente Lourdes, sua gruta ou sua procissão de ciros, mas também a cidade medieval de Rocamadour e sua impressionante Via Crucis, ou a catedral de Albi, patrimônio da humanidade pelo contraste entre a austeridade das paredes de tijolos e a riqueza da decoração interna.Cópia de DSCN0028 Se não sobrou nada da rígida religião dos cátaros, a beleza do castelo de Montsegur mostra ainda hoje a força da fé que os levaram a morrer. Na vizinha Carcassonne, cidade fortificada tombada pela UNESCO, as muralhas e as torres são testemunhas dos esforços dos reis da França e dos Papas de Roma para liquidar a heresia.

Forte da sua cultura e espiritualidade, a região é também orgulhosa do seu modernismo. Foi de Toulouse que saíram os primeiros voos para América do Sul, e que são hoje fabricados os aviões da Airbus. E do alto dos seus 270 metros, a ponte de Millau é uma das mais modernas (e bonitas) do mundo, parecendo mais uma obra de arte, um veleiro navegando nas nuvens, que uma infra-estrutura de transporte.

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Para festejar a alegria de viver outrora celebrada pelo seu mais famosa artista Toulouse Lautrec, os brasileiros poderão brindar com o mais famosa vinho da região, o Cahors, que é produzido com uma uva pouca conhecida na França mas que ficou muito famosa na Argentina onde foi exportada: a uva Malbec.IMG_0825 Esse vinho poderá ser o perfeito parceiro de alguns pratos típicos, por exemplo o cassoulet, um primo da feijoada feito com feijão branco. Com o foie gras ou o Roquefort, as duas estrelas gastronómicas da região, combinara melhor a personalidade do branco Floc de Gascogne. E saboreando um copo de Armagnac num bar da famosa praça do Capitole em Toulouse, a cidade rosa, poderão pensar que tem lugares no mundo onde espiritualidade e fé podem muito bem combinar com a arte e o prazer de bem viver.Henri_de_Toulouse-Lautrec_032Jean-Philippe Pérol