
O Presidente chileno sob o olhar dos moai
Sob o frio olhar doa “Moai”, frente ao prefeito e as autoridades da Ilha, o Presidente do Chile anunciou varias medidas para responder a preocupação dos moradores, tanto para proteger sua identidade que para regular o fluxo de turistas que poderia ameaçar os frágeis equilibros naturais e humanos do “umbigo do mundo”. A primeira medida, simbólica mas muito importante para os “rapanui”, os 40% de habitantes descendentes de polinésios, vai ser de mudar o nome oficial. Abandonando o “Ilha de Páscoa” herdado de Jakob Roggeveen, primeiro navegador europeu que desembarcou no Domingo de Páscoa 1722, para Rapa Nui, a grande Rapa dos navegadores vindo de Rapa Iti, o Chile quer reconhecer e homenagear a cultura peculiar que dos Rapanui construíram a partir do século VIII e que querem preservar hoje.

O mágico encontro dos visitantes com os Moai
Lembrando que Rapa Nui foi visitada o ano passado por 120.000 turistas, mas que essa ilha mágica é muito delicada e deve ser protegida, o governo chileno se comprometeu a ficar atento ao crescimento demográfico incontrolado da ilha, e a regular o turismo. Assim, decidiu que os não residentes, chilenos ou estrangeiros, não poderão mais ficar mais de 30 dias. Os turistas deverão preencher uma declaração referente a sua estadia, mostrar uma passagem ida e volta, e ter uma prova de hospedagem, seja uma reserva de hotel, seja uma carta convite de um morador. Numa clara concessão ao povo nativo da ilha, os parentes, filhos ou cônjuges de “Rapanui” não serão submetidos a essas exigências.

Ao contrario dos Moai, os Rapanui não querem mais virar as costas para o mar
Mais medidas foram anunciadas para proteger o meio ambiente e o desenvolvimento sustentável de Rapa Nui. O Chile avalizou um pedido dos moradores cujos representantes tinham pedido o ano passado a criação de uma gigantesca reserva marítima de 700.000 quilômetros quadrados para proteger o ecosistema da ilha. A medida deve permitir a sobrevivência das espécies marinas, impedir a exploração predatória dos recursos pesqueiros, regular as atividades bloquear a introdução de espécies exóticas invasoras, e tomar medidas para antecipar a acidificação do oceano bem como as mudanças climáticas. Outras medidas devem também ser tomadas para regular a construção imobiliária, especialmente de hotéis.

Na única praia da ilha, turistas, moradores e cavalos selvagens
Nesse novo episódio do conflito mundial entre os moradores e os turistas, os amantes desse destino excepcional tombado pela UNESCO devem se alegrar dessas medidas reguladoras. É certo que os fluxos turísticos serão impactados e elitizados, e que as ligações aéreas – inclusivo os projetos de voos para Tahiti- podem se complicar. Tem porem de se lembrar que Rapa Nui já foi vitima, antes mesmo da chegada dos europeus, de uma dos grandes desastres ecológicos da Historia, e que, assim que foi verificado nas trilhas de Machu Pichu, as restrições podem levar a um novo turismo, não somente mais respeitoso da cultura e da ecologia rapanui, mas ainda injetando mais receitas na economia e na sociedade da ilha.
Jean-Philippe Pérol

No Porto de , os barcos dos últimos pescadores
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