Na Polinésia francesa, de junho a outubro, é tempo de “whale watching”, ou até de “whale swimming”. Observar as baleias Jubarte, ou mergulhar com elas, começa com uma longa espera, de uma hora ou mais, olhando a superfície do mar para ver o jato d’agua que elas assopram quando chegam para respirar. Subindo a três metros de altura, essa nuvem característica jà era usada pelos caçadores do século XIX para definir o perímetro onde tinha que esperar a próxima aparição do animal, cada dez a vinte minutos para uma baleia adulta, quatro a cinco para um filhote. Era um momento de risco até a proibição da caça comercial em 1986, quando a população de baleias tinha caída para 20.000 animais. Depois, virou um momento de alegria, especialmente no hemisfério sul onde vivem hoje 37.000 das 66.000 baleias Jubarte, muitas delas no santuário marinho de 4 milhões de quilômetros quadrados definido pelo governo da Polinésia francesa em 2002.
Em Taiti, o “whale watching” pode ser praticado desde a terra firma, na própria ilha de Taiti, da “Pointe des Pêcheurs” e de vários pontos da estrada costeira, em Moorea, ou e em Rurutu onde as águas profundas deixam os animais chegar muito perto do litoral. Mas as emoções são muito maiores de barco, quando a baleia é localizada, e que o guia decide da aproximação levando o seu grupo na trajetória do animal, permitindo de quase encostar nele e, se tiver sorte, de participar dos pulos espectaculares dados pela mãe e seu filhote. Esse é o mais brincalhão. Cheio de energia com os 300 litros de leite (com 50% de gordura) que ele mama durante o dia, ele pode pular até três vezes seguidas, abrindo as nadadeiras, saindo na vertical para depois virar no ar, e se divertindo batendo nas ondas antes de mergulhar para se reaproximar da mãe.
Autorizado desde 2002 com normas rigorosas, o “whale swimming” é uma das atividades náuticas que mais cresceu em Taiti. Para os apaixonados, o encontro com as baleias têm que ser mais forte, e mais próximo. Chegando perto do local, o guia vai dar o sinal para entrar na água com máscara, snorkel e pé-de-pato. As vezes, pode logo nesse instante ser ouvido o canto da baleia Jubarte macho, um dos mais rico do reino animal, com amplos sons graves e agudos que podem lembrar tanto o rugido de um leão, o grito do Chewbacca de Star wars , ou o canto de uma sereia. Cuidando de não perturbar as baleias, os mergulhadores se emocionam com as subidas rápidas e as brincadeiras do filhote, com a massa imponente e poderosa da mãe que, com uma surpreendente delicadeza, sabe ficar perto de sua cria, colada na sua barriga, desenhando nas águas azuis um balé cheio de graça.
No inicio de novembro, as baleias Jubarte deixam a Polinésia francesa para uma viagem de 6000 quilômetros, a maior migração de todos os mamíferos . Serão 40 dias até as águas da Antártica onde poderão encontrar as duas toneladas de krill que elas precisar comer todo dia, acumulando a gordura necessária para voltar em junho do ano seguinte. Até chegar essa nova temporada, os viajantes poderão todavia se lembrar que as águas de Taiti, Moorea, Rangiroa ou Bora Bora são também um paraíso para se aproximar dos golfinhos, dos tubarões-baleia, dos cachalotes, das tartarugas, dos tubarões “ponta negra” ou das raias.
Esse artigo foi inspirado e adaptado de um artigo original de Benedicte Menu no jornal francês Le Figaro