Nova Iorque e Singapura agora destinos mais caros do mundo

Líder durante muitos anos, Singapura agora empata na liderança

Nos fatores que impactam a escolha dos destinos de viagens, os preços comparativos são cada vez mais decisivos e as fortes evoluções da era post pandemia poderiam anunciar novas tendências. De acordo com o Índice mundial do custo de vida , publicado pela Unidade de Inteligência da revista inglesa The Economist (EIU), a inflação mundial foi de 9% en 2022. A guerra na Ucrânia, as sanções ocidentais contre a Rússia, o disparo do petróleo e das commodities, bem como a subido dos juros e as variações de câmbio levaram a uma crise mundial. O relatório do EIU destaca assim que os aumentos de preços nas 172 cidades onde foram feitos os levantamentos foram os mais altos registrados nos últimos 20 anos, mexendo na tradicional e esperada lista dos destinos mais caros do mundo.

Nova Iorque seria agora a cidade mais cara do mundo

A maior novidade desse ranking vem de Nova Iorque. Mesmo se sempre apareceu no topo da lista – era em sexto lugar no ano passado-, a Big Apple chega pela primeira vês em primeiro lugar, empatando com Singapura. Puxadas pela valorização do dólar americano frente as principais divisas internacionais, outras cidades estado-unidenses aparecem também nas dez primeiras da lista: Los Angeles no quarto lugar e São Francisco no oitavo. No geral, as 22 cidades dos Estados Unidos onde a pesquisa foi feita esse ano tiveram fortes aumentos de custos e subiram no ranking, especialmente Portland, Boston, Chicago e Charlotte. 

As crises politicas não tiraram Hong Kong dos destinos mais caros

Há muitos anos destacada nas campeãs de preços altos, a Ásia se beneficiou esse ano das evoluções cambiais. Vencedora de 2021, Tel Aviv caiu para a terceira posição, e somente Hong Kong se manteve na lista das dez cidades mais caras, enquanto Tóquio, Osaka, Pequim, Shanghai, Guangzhou e Seúl tiveram fortes quedas dos seus índices de preços que foram impactados pelas depreciações das suas moedas em relação ao dólar americano. É interessante anotar que o índice concorrente do The Economist, o ECA International, dando menos importância aos fatores cambiais e aos produtos de luxo importados, continua colocando cinco cidades da Ásia no topo da sua lista.

O Londres post Brexit ficou muito mais barato

Na Europa, pelo menos enquanto se trata de custo de vida, Londres parece ter beneficiado do Brexit. Saiu do topo da carestia e ficou em vigésimo sétimo lugar, longe das 4 cidades do Top 10. As duas grandes cidades da Suiça, Zurique e Genebra, são agora as mais caras da Europa, seguidas de Paris e Copenhagen. Com a guerra e uma inflação acelerada, as capitais dos países do leste, inclusivo Moscou e São Petersburgo, experimentaram aumentos significativos do custo de vida. Mas ao contrário, mesmo com um aumento medio de 22% do preço da gasolina, as quedas do Euro, da Libra e do Franco suíço fizeram muitas destinos europeus, como Estocolmo, Lyon ou Luxemburgo, cair de posição na lista

Tunisia é destaque dos destinos mais baratos

Para preparar suas viagens de 2023, o relatório do The Economist mostra algumas oportunidades. Excluindo uma dramatização da guerra,  a inflação deve diminuir para 6,5%, os preços dos combustiveis e dos produtos alimentares cair. Os bloqueios das cadeias de suprimentos ou de logistica devem ser superados, trazendo mais otimismo para os consumidores. Os viajantes deveriam também aproveitar as oportunidades,  seja nos tradicionais destinos europeus ( França, Espanha, Portugal) agora mais acessíveis, seja nos destinos mais baratos da lista oferecendo, na Tunísia, na Índia, ou na Ásia central, excepcionais custo/benefícios.

 

As 10 cidades mais caras do mundo em 2022, no ranking do The Economist

1. Nova Iorque

1. Singapura (empate)

3. Tel Aviv, Israel

4. Hong Kong

4. Los Ángeles (empate)

6. Zúrique

7. Genebra

8. São Francisco

9. París

10. Copenhagen

10. Sídnei (empate)

 

As 10 cidades mais baratas do mundo em 2022, no ranking do The Economist

161. Colombo (empate)

161.Bangalore (empate)

161. Alger  (empate)

164. Chennai

165 Ahmedabad

166. Almaty

167. Karachi

168. Tashkent

169. Tunis

170. Teheran

171. Tripoli

172. Damasco

 

Na Suiça Romanda, os hotéis urbanos imaginando o seu futuro

Os hotéis dos centros urbanos estão preocupados com o retorno improvável dos viajantes de negócios aos níveis pre-pandemia. Como compensar essa queda, procurar novos clientes, redefinir os serviços e os espaços, se reposicionar na vizinhança? Para tentar responder a essas perguntas, a Associação dos hoteleiros da Suiça Romanda e dois institutos de formação da região realizaram uma importante pesquisa que mobilizou grupos de hoteleiros, de especialistas do turismo e de técnicos. Todos concordaram no fato que o hotel deve voltar a ser um lugar de vida multifuncional, e estabeleceram uma lista de propostas que foram testadas e depois organizadas em torno de quatro temáticas principais.

Ecole Hôtelière de Lausanne (EHL) revela as principais tendências de viagens atuais

A prestigiosa Escola Hoteleira de Lausanne foi um dos parceiros da pesquisa

A primeira idéia é que os hotéis devem ser mais abertos para as comunidades, os moradores e os outros turistas. Eles devem favorecer e até incentivar os encontros, os intercâmbios e a convivialidade entre os hospedes, os visitantes e as populações. Os hotéis podem oferecer a produtores e atrações locais de apresentar ou até vender os seus produtos dentro dos seus espaços. Os restaurantes podem aproveitar a disponibilidade da baixa estação para organizar cursos de cozinha regional. A diversificação das atividades vai gerar novas fontes de renda tanto para os estabelecimentos que para os locais,  reforçando a visibilidade e a integração.

Os hotéis urbanos da Suiça querem seduzir os millennials

Os hotéis urbanos do futuro devem ter espaços interiores mais flexíveis para responder as novas exigências e atrair uma clientela mais diversificada, incluindo os millennials. Além dos quartos para os hóspedes, deverão ser oferecidos a clientes externos opções de alugueis de  salas de bem estar, de lojas, ou de salas de reuniões. O novo modelo econômico integrará ofertas para estudantes, funcionários temporários ou pessoas com estadas longas ( vários meses, até um ano ou mais ). Esses segmentos vão necessitar de tarifas especiais ou de quartos personalizados, mas também de serviços diferenciados – maquina de lavar, cozinha, correios …

WOJO, espaço de co-working colaborando com Accor

Para esses novos clientes, os hotéis poderão integrar espaços de trabalho, configurações de teletrabalho e mesmo de co-working. As salas deverão responder as exigências desses consumidores (sejam eles hospedes ou moradores), com os equipamentos requeridos mas também com ambientes favorecendo o contato, as interações entre colegas e os intercâmbios com os funcionários. Os serviços oferecidos deverão incluir refeições, atividades e parcerias com empresas locais, fazendo dos hotéis não somente os locais de estadias para os viajantes mas verdadeiros destinos,  centros de networking entre moradores e visitantes.

Os millennials pedem um novo relacionamento com o mundo do trabalho

Hoteleiros, especialistas e técnicos concordam sobre a importância da personalização e da diversificação das ofertas de cada estabelecimento para poder atrair esses novos clientes, especialmente aqueles que estão procurando estadias longas. Essa virada necessitará umas respostas a muitos desafios, o maior sendo a dificuldade de encontrar os colaboradores capacitados para enfrentar as mudanças. Para isso as empresas deverão mudar seus esquemas de trabalho e se adaptar as exigências de novas gerações de funcionários que dão prioridade a sua qualidade de vida. Os hoteleiros que poderão se adaptar a essas novas expectativas dos viajantes, dos moradores e dos colaboradores serão os pioneiros do turismo urbano do futuro.

Este artigo foi adaptado de um artigo original de Elisabeth Sirois na revista profissional on-line Reseau de veille en tourisme, Chaire de tourisme Transat  

No porto de Marselha, a difícil relação entre política e turismo

 

A renovação urbana, grande vencedora da pandemia?

No coração de Manhattan, a 42nd é agora deserta

Apresentado um relatório sobre o crise do Covid nos centros urbanos, o secretário geral da ONU, Antonio Guterres, lembrou que as grandes cidades são as mais atingidas, concentrando até 90% dos casos. Os confinamentos pararam com o coração das suas atividades. Com os trabalhadores, os visitantes, os estudantes e até os moradores cada vez mais raros nas ruas, comércios e restaurantes estão sofrendo com as indispensáveis precauções sanitárias, ou são obrigados a fechar pelo menos provisoriamente. Em muitos países,  ajudas governamentais ainda estão evitando fechamentos definitivos, mas a retomada será muito difícil.

A crise acelerou a popularidade das ciclovias

Muitas prefeituras tentaram com sucesso de adaptar a utilização do seu espaço público as necessidades da luta contre a epidemia, investindo em transporte mais seguros com a aceleração de projetos antigos ou o lançamento de novas iniciativas : ampliação das áreas pedestres e das ciclovias, construção de pontos de abastecimentos de veículos elétricos, aberturas de terraços nas calçadas e nas praças públicas. Em uma conjuntura normal, essas idéias encontram fortes resistências mas com a crise foram facilitados pela urgência de ajudar o acesso seguro aos comércios locais, elos chaves da vitalidade das ruas dos centros urbanos.

O centro histórico de Québec enfrenta a queda do turismo

Além do comércio e dos restaurantes, as prefeituras devem também agir para ajudar o setor hoteleiro dos centros urbanos que estão em situação crítica. Além de muitos hotéis fechados, as taxas de ocupação de 2020 estão raramente ultrapassando 40% nos dias de pique, e caindo a menos de 20% em destinos acostumados a receber turistas internacionais – 18% por exemplo em Montreal. 2021 começou pior ainda, e mesmo Paris, primeira cidade turística mundial, estava em janeiro com uma taxa oscilando entre 34% para os hotéis mais populares, até 7% para os 5 estrelas que são as maiores fontes de visitantes para as lojas e os restaurantes das ruas comerciais.

Montreal é a cidade mais verde do Canada

No Canadá, os profissionais pensam que a crise vai acelerar algumas tendências do urbanismo que já preexistiam: construções mais sustentáveis, desenvolvimento da agricultura urbana, ampliação dos parques e das áreas arborizadas, apoio a todos os tipos de transportes a propulsão elétrica. Um grupo de 50 especialistas e personalidades assinaram uma Declaração 2020 para a resiliência das cidades canadenses. Eles estão pedindo uma economia verde, limpa e com poucas emissões de carbone, listando 20 medidas para assegurar uma urbanização responsável, acelerar a “decarbonização” e aderir de vez ao crescimento sustentável.

Paris projetando um futuro dinâmico, acolhedor e verde

A agonia dos centros urbanos não começou com a pandemia. Os shopping centers das periferias bem como o e-comércio já estão esvaziando as ruas há anos. A crise do Covid acelerou o movimento mas provocou também uma maior conscientização e muitas vezes uma forte mobilização dos profissionais. No Canadá, foi publicado o relatório Devolvendo a rua principal que apresenta ações para dinamizar o coração das grandes cidades.  No Québec, uma outra iniciativa junta apresentações de projetos de cidades com centros renovados, dinâmicos, motores da  economia turística, onde cultura e gastronomia são autênticos e vibrantes, onde os moradores são felizes, orgulhosos de viver e de receber os turistas.

O Québec investindo em “rues conviviales” para renovar os centros urbanos

Este artigo foi traduzido e adaptado de um artigo original de Claudine Barry na revista profissional on-line Reseau de veille en tourisme, Chaire de tourisme Transat  

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