Pelo segundo ano consecutivo, o site Skift Travel IQ publica um ranking mundial dos sites de viagens, pegando todos aqueles que tiveram um número de visitas mensais superior a 5 milhões. Atualizado cada três meses, esse ranking ficou mais interessante ainda esse ano porque consolidou todas as sub-marcas e todos os sites nacionais das empresas relacionadas.
Indicadores chaves para o futuro, esses resultados já foram analisados pela empresa especializada (Pagtour, artigo de Serge Fabre) que destacou a liderança da booking.com, a progressão de Tripadvisor, as dificuldades de Orbitz e Travelocity, ou o sucesso do marketing agressivo de Cheapoair.com. Mas anota-se tambem três tendencias que parecem muito importantes do ponto de vista das oportunidades e do futuro do trade brasileiro.
A primeira é que dos 33 sites listados, 19 são americanos, a Grã Bretanha sendo o único pais da Europa a marcar boa presença com 4 sites e a França sendo completamente ausente. Nos BRICS, mais que o bom resultado da Índia (3 colocados: MakeMyTrip, Yatra, e Cleartrip) e a emergência da China (2), o que impressiona é a dinâmica do Brasil que é o único pais fora os EE-UU a ter um representante no Top Ten (Hotel Urbano) . A presencia de Decolar em décimo sétimo lugar (e a provável chegada em breve na lista de outros atores como Viajanet ou Submarino) mostra que o Brasil é mesmo um dos grandes do web turístico.
A segunda observação é a quase total ausência dos grandes atores tradicionais do turismo, tanto operadoras como agências de viagens, sendo a Thomas Cook e a Thompson (ambas inglesas) as únicas exceções. Parece que a dificuldade dos gigantes do setor para se adaptar ao mundo novo não é uma especificidade brasileira, mas não deixa assim mesmo de ser uma espada de Dâmocles pesando sobre esses grupos e já ameaçando os seus resultados.
Destacando atores novos, esse ranking mostra também que o futuro do turismo vai ser feito com produtos e serviços novos. Em termo de hospedagem, é significativo que dois sites de ofertas entre particulares já entraram na lista, Airbnb e o grupo Homeaway. Mostra o incrível crescimento da oferta não comercial que foi durante muito tempo esquecido pelo setor, inclusivo pelos destinos. Sabendo por exemplo que um terço dos americanos ou dos brasileiros que viajam para França não ficam em hotéis ou aparthoteis, há um potencial excepcional nessa área para os profissionais, com alguns destinos já bem adiantados (exemplo de Paris). A outra novidades é o crescimento dos sites comparativos, Kayak e agora Skyscanner, que mostram que modelos econômicos não baseados em vendas atraiam cada vez mais o consumidor (é por sinal também o caso da Travelzoo que tem uma honrosa décima sexta posição).
Jean-Philippe Pérol
Clique aqui para ter o artigo completo do Serge Fabre na Pagtour bem como a lista detalhada dos 33 sites e dos subsites agregados.