Quem são os ecoturistas?

Costa Rica, destino pioneiro do ecoturismo

O ecoturismo vai crescendo junto com a consciência ecológica das populações. Ele junta, segundo a OMT, “todas as formas de turismo viradas para o meio ambiente e nas quais a principal motivação do turista é de observar a natureza bem como os modos de vida tradicionais”. Respeitando os ecossistemas e as culturas locais, o ecoturismo favorece o crescimento económico sustentável das comunidades envolvidas. Em algumas regiões do mundo – por exemplo no Canada, na Nova Zelândia ou no Brasil-, se fala até de turismo comunitário, quando esses produtos e serviços turísticos diferenciados são oferecidos com a participação ativa de comunidades como atores do seu próprio turismo.

Encontro com comunidade do Rio Canumã (AM)

O ecoturista é um viajante procurando meio ambiente e atividades desde que apareceu, há trinta anos atrás, mas sua maneira de viajar está evoluindo muito nos últimos anos. Alem de solteiros ou casais, viajam famílias com crianças, grupos de amigos e grupos multigeracionais. Aos tradicionais “back-packers” se juntaram também os “flash-packers”, novos aventureiros fãs de liberdade, de emoções e de encontros, mas com recursos suficientes para exigir serviços, conforto e segurança. Em função do seu envolvimento na defesa da ecologia e do tipo de atividades que ele pratica, o Observatório do Consumo Responsável da Universidade de Montreal definiu uma tipologia do ecoturista que pode ajudar tanto os profissionais que os próprios viajantes.

Observar baleias ou caminhar nas trilhas, ecoturismo em Taití!

Segunda essas pesquisa, o primeiro perfil de ecoturista é o convencional. Ele quer em primeiro lugar relaxar e descobrir lugares diferentes e novas paisagens. Ele não é um militante do meio ambiente, quer aproveitar a natureza mas não quer sacrificar o seu conforto e sua segurança. Ele gosto de pacotes turísticos incluindo algumas atividades, em grupo ou com amigos. O ocasional não é também muito motivado pelas considerações ecológicas ou comunitárias. Mas que um encontro com a natureza ou as populações locais, o ecoturismo é para ele uma desculpa para praticar suas atividades favoritas – caminhada, arvorismo, escalada, mergulho, caiaque, surfe ou asa delta.

Etiopia crescendo como destino de ecoturismo

O terceiro perfil do ecoturista é o consciente mas não praticante. Ele é perfeitamente a par das exigências ecológicas e do impacto do turismo sobre o meio ambiente. Ele é aventureiro, quer praticar suas atividades, quer experiências culturais e encontros com moradores, mas não aceita de sacrificar conforto e bem estar em nome da proteção do meio ambiente. O mais convencido dos ecoturistas é o militante verde. Ele é não somente consciente do impacto do turismo sobre a natureza e sobre a sociedade, mas quer que toda a sua viagem seja em perfeito harmonia com suas convicções ecológicas. Todas as suas atividades devem ser em total respeito dos ecossistemas, com preferências para caminhadas, observações de animais, e acima de tudo para encontros com as comunidades.

Ecoturismo de aventura no Quebec

Com um controle cada vez mais forte do setor turístico, seja pela autoridades (Embratur no Brasil), pelas operadoras internacionais (a Francesa Voyageurs du Monde sendo uma grande pioneira), pelas associações nacionais (Ecotourisme Quebec no Canada, ABETA no Brasil) ou pelos próprios atores, o ecoturismo está ganhando credibilidade e confiança do consumidor no mundo inteiro. São oportunidades para países como o Canada, os Estados Unidos, a Austrália, a Nova Zelândia ou o Brasil que tem espaços protegidos, natureza selvagem, profissionais conscientes e comunidades de moradores mobilizadas. E se hoje os ecoturistas ainda são um nicho de mercado, a crescente preocupação dos viajantes com o futuro do planeta desenha imensas perspectivas.

Esse artigo foi  traduzido e adaptado de um artigo original de Chantal Neault na revista profissional on-line Reseau de veille en tourisme, Chaire de tourisme Transat 

O Belle Amazon, ecoturismo e conforto com a Turismo consciente  

 

O Jacareaçú da Katerre e o Mirante do Gavião em Nova Airão (AM)

Street Art: São Paulo, claro, mas também Paris ou Lille!

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Recebendo há pouco tempo um amigo francês e perguntando o que ele queria ver em São Paulo, fiquei surpreso pela sua resposta: Street Art, porque nessa arte os paulistanos são uns dos líderes mundiais. Na verdade, ver os murais e os prédios pintados de São Paulo era mesmo o principal motivo da sua viagem. Valeu então recordar que se a capital paulista virou mestre nessa arte, outras cidades no mundo se destacam, inclusive na França não somente Paris mas também Lille.

A arte de rua virou hoje parte essencial das paisagens urbanas, e até integrou os pacotes turísticos dos profissionais do setor. As vezes politizadas, as vezes reivindicativas, as obras podem ser legais ou ilegais, quase sempre temporárias e integradas a construções urbanas. Não precisando da bilheteria de um museu, elas são oferecidas a toda população (e a todos os turistas).

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As prefeituras reagiram de formas diferentes a essa nova expressão artística e a suas perspectivas para o turismo. Filadélfia por exemplo decidiu há 30 anos valorizar tanto as criações (são 3000 obras na cidade) como os próprios artistas nos tours da cidade. Em Montreal a galeria Fresh Paint expõe obras de artistas nacionais e internacionais, e o Festival ‘Under Pressure’ tenta levar a arte de rua para a população.

Paris virou uma cidade pioneira no acesso do Street Art para os visitantes.3 ok O projeto Tour Paris 13, maior exposição de arte urbano do mundo, atraiu dezenas de milhares de turistas em outubro do ano passado durante o mês que antecipou a destruição programada do prédio onde as obras tinha sido pintadas. Um aplicativo específico, ‘My Paris Street Art‘, indica a localização das novas obras, dando as explicações necessárias e ajuda o visitante a enriquecer a base com suas próprias descobertas. A arte de rua ajuda também a levar o turista fora dos lugares tradicionais. Num subúrbio de Paris, ‘Vitry sur Seine’ virou assim um destino vedeta da cultura urbana, esbanjando modernidade, poesia e abertura nas fachadas até então cinzas e tristes.

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Desde 2004, quando foi premiado como Capital europeia da Cultura, a cidade de Lille está oferecendo espaços de criação para a arte de rua. E a partir de 2013 começaram a integrar essas obras nos roteiros turísticos. Acompanhado ou não de um guia profissional, um passeio de bicicleta ajuda a descobrir as maiores realizações de vários artistas de rua, franceses, japoneses ou australianos. No ano passado a cidade recebeu também a primeira Bienal internacional de Arte Mural que deu um impulso ainda maior a produção artística local.

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O turismo e a arte de rua podem então ter uma relação intensa e proveitosa, com novos produtos e novas motivações de viagens, emocionante interações com a população, e um forte impacto de renovação das imagens de destinos tradicionais. É porem importante que esse trabalho seja feito com transparência e sinceridade, respeitando o ambiente especifico dessa arte, sua marginalidade e seu caráter único que não podem ser banalizado num produto turístico comum.

Jean-Philippe Pérol

Esse artigo usou como uma das suas fontes um trabalho de Camille Derelle publicado no Réseau de veille en Tourisme da Chaire de tourisme transat de l ESG UQAM. Para ler o artigo original sobre esse assunto, um analise feito em parceria entre Tourisme Montreal e Réseau de Veille en  Tourisme, fazer seguir o link: http://veilletourisme.ca/2014/02/03/lart-de-la-rue-dynamise-les-destinations-touristiques/

Seis tendencias fortes do turismo para 2014

ANNECY

Observadores e analistas do turismo internacional, Paul Arseneault, da Universidade do Quebec em Montreal, e Pierre Bellerose, de Tourisme Montréal, convidaram pelo segundo ano consecutivo um seminário sobre as grandes tendências esperadas em  2014, selecionando 14 ideias marquantes. Visto da outra ponta  do continente americano, e com um olhar franco-brasileiro, achei que seis tendências fortes  vão se destacar aqui e influenciar o trabalho e as ofertas dos professionais no Brasil.

A primeira é que os fluxos turísticos estão se concentrando nos grandes centros urbanos dispondo de aeroportos internacionais. Segundo a Organização mundial do turismo, esse fenómeno esta se acelerando nos últimos cinco anos. Essas cidades estão se organizando, virando verdadeiros hubs para as regiões em volta. Assim na França, além de Paris, seria o caso de Marselha com a Provence, de Bordeaux com a Aquitânia ou de Lyon com os Alpes e o Vale do rio Rhone.

O shopping esta mudando. Com a abertura das fronteiras alfandegarias, a mundialização das ofertas e o crescimento das compras on-line, o comercio tem que virar também um divertimento e uma “experiência” . É o “retailtainment” que mistura shopping, lazer e eventos, uma tendência  que obriga as lojas a aproximar se do turismo na procura de momentos de “fun”.

PONT DES ARTSJá se sabia que os habitantes eram indispensáveis ao sucesso dos investimentos turísticos, ou que eram atores chaves da promoção das suas cidades. Agora, os habitantes são um componante mesmo do próprio produto turístico ou cultural. O turista quer o contato, quer viver em Paris não somente feito um parisiense mas junto com os parisienses. Esse desejo de participação  encontre se no crowdfunding, no crowdsourcing ou no crowdlearning. Agencias e receptivos locais terão que integrar essas procuras as ofertas apresentadas.

O “Menu das 50 milhas”, seja a gastronomia atrelada a produtos do local e da época virou uma exigência do consumidor. O maior desafio agora vai ser de combinar essa tendência com os pedidos de qualidade, de diversidade e os costumes alimentares do mesmo consumidor internacional.

Receptivos e hoteleiros tem agora que satisfazer um cliente cada vez mais informado e autônomo. Ele já podia controlar sozinho os serviços anteriores a sua viagem (informações, reserva de avião ou de quarto, dynamics packaging…), mas ele hoje pode também não depender de ninguém no local, procurando dicas, endereços ou reservas no Trip advisor, no Foursquare ou nos sites especializados. Para os hotéis, a resposta vai ser (ou já é) a hiper-personalizaçao dos produtos e dos serviços, uma tendência muito marcante junto aos clientes dos países emergentes, especialmente do Brasil.

As medias sócias serão cada vez mais essenciais, Depois de tantas oportunidades, é bom porem lembrar que a velocidade e a transparência do web pode ser uma ameaça – o risco do “Far Web”. INTERNETTodos os profissionais tem que que seguir com muita atenção a sua reputação on line, respondendo com cuidado aos avisos negativos e valorizando as opiniões positivas. Com a vontade dos internautas de ter uma resposta personalizada a suas criticas ou observações, é cada vez mais necessário de ter agentes especializados para responder on-line.

Jean-Philippe Pérol

Para o acesso ao artigo do Globe Veilleur  (em francês), segue o link:

http://veilletourisme.ca/2014/01/16/les-14-tendances-touristiques-pour-2014/?tagged=&utm_source=bulletin-22-01-2014&utm_medium=email&utm_campaign=globeveilleur