A história do transporte aéreo, uma guerra com poucos sobreviventes

A fusão com a Varig só atrasou o fim da Cruzeiro

Se o transporte aéreo cresceu de 5% por ano desde a Segunda Guerra Mundial, a história das grandes empresas do setor foi bem mais movimentada. Na América do Sul, olhar 50 anos para trás é sem dúvidas assustador. A VIASA venezuelana desapareceu em 1997, a AVIANCA sobreviveu, mas atravessou dois “Chapter 11” e as falências de várias subsidiárias, a Ecuatorián de Aviación colapsou em 2006, enquanto a Faucett e a Aeroperú desapareceram. No Chile, a LAN Chile se manteve mas a LADECO foi absorvida. A Aerolinas Argentinas também se manteve, protegida pelo seu estatuto público, mas a LAP paraguaia e a PLUNA uruguaia pararam de operar em 1994 para a primeira, em 2012 para a segunda.  O Brasil não escapou destas convulsões, e as 4 grandes companhias aéreas que sobrevoam os céus tupiniquins nos anos 1970 desapareceram, a Cruzeiro em 1993 , a Sadia/Transbrasil em 2001 , a VASP em 2005 e a VARIG em 2006.

A sede da PANAM na Park Avenue foi muito tempo o símbolo da sua potência

Se esse quadro parece desanimador, é importante ressaltar que as mesmas dificuldades foram enfrentadas pela companhias aéreas  históricas dos outros continentes. Assim nos Estados Unidos onde, desde 1960, 65  tiveram que buscar a proteção judicial do “chapter 11”, e 32 delas, incluindo os mais prestigiosos nomes do setor. A PAN AM, a grande pioneira que revolucionou o transporte aéro no final dos anos 1960, abriu a primeira volta ao mundo, iniciou os voos do B747, criou os sistemas de reserva eletrônicos, revolucionou as atividades comerciais. A sua sede arrogante na Park Avenue parecia o símbolo da sua supremacia mundial, até que a liberação do setor e a chegada dos low costs a levassem a sua falência em 1991.

O Concorde unilateral da Braniff voou de Paris para Dallas

A sua concorrente  TWA , com a qual dividia as principais rotas internacionais, seguiu o mesmo caminho. Muito tempo liderado pelo excêntrico Howard Hugues, a companhia era o símbolo de sucesso do seu país. Vítima dos mesmos problemas que a PANAM, desapareceu com as dificuldades  e teve que fusionar com a  American Airlines em 2001. Outra vítima famosa foi a Braniff que, depois de uma trajetória fulminante, marcada pelos seus aviões coloridos e a parceria num Concorde Paris Dallas com a Air France, desapareceu em 1982. A própria American Airlines, assim como as outras duas grandes transportadoras aéreas estadunidenses nascidas nos anos 1920, Delta Airlines  e United Airlines, só sobreviveram depois de ter passadas pela triste mas salvadora experiência do  « Chapter 11 ».

A queda da Swissair chocou o mundo da aviação mundial

Na Europa, a guerra do aero deixou também poucos sobreviventes entre as grandes empresas históricas do setor. A espetacular queda da Swissair em 2002 foi somente um acidente numa longa e saudosa lista onde constam a UTA francesa, a BCAL da Escócia, a Sabena belga, a Olympic grega, e ultimamente a Alitália, a SAS escandinava só escapando pela sorte de conseguir um « Chapter 11 » bem gerenciado. Talvez sem surpresa,  as empresas que se saíram melhor foram justamente as três maiores companhias europeias, enraizadas nas três maiores potências econômicas da região: França, Reino Unido e Alemanha.

A Air France se saiu reforçada, guardando a elegância

Enquanto a ascensão das companhias do Golfo e a força dos seus hubs pareciam  irresistíveis, e que os low costs enxugavam a maior parte das ligações intra-europeias, as três empresas escreverem exemplos de resiliência e de transformações vencedoras. A  Air France,  com o apoio firme dos sucessivos governos franceses, conseguiu não somente se sair das crises, mas ainda ser bem sucedida na complicada fusão com a KLM. A British Airways, perto da falência no início dos anos 2000, teve que reduzir suas ambições e sua rede, mas  sobreviveu brilhantemente. E a Lufthansa não foi poupada pelas crises, mas superou todas as dificuldades e ampliou sua cobertura através de aquisições seletivas. As três ganharam e sobreviverem, mas agora a guerra continua, e o Oriente Médio e a Asia serão talvez os próximos campo de batalha.

Esse artigo foi inspirado em um artigo original da revista profissional on-line francesa Tourmag

 

Tahiti, pelo menos uma vez na vida!

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Desde 2013 e a Copa das Confederações, quando o seu time fez história no Recife ao marcar o seu primeiro gol oficial fora do seu continente, Tahiti está olhando cada vez mais para o Brasil. Já são quase três mil brasileiros que viajaram para lá esse ano, e as ambições dos taitianos são de dobrar esse numero nos próximos anos. Com uma imagem tão especial, especialmente mas não somente para lua-de-mel, com suas 118 ilhas cercadas de areias brancas ou negras, e suas águas declinando todos os tons de azul, a Polinésia francesa é um destino que já faz sonhar quase todos os viajantes. Difícil talvez é escolher um roteiro, e decidir como chegar lá.

Com uma estadia média de nove ou dez dias, a primeira decisão importante e de escolher as suas ilhas prediletas. Duas já são imprescindíveis. Bora Bora é o clichê que não pode ser perdido. Imortalizada pelos aviadores americanos que tiveram aí uma base militar durante a segunda guerra, ela é o cartão postal da Polinésia. presidential-overwaterNos seus hotéis com quartos de palafitas (O Hilton é espetacular), pode-se mergulhar no lagão, nadar com as arraias ou dar comida para os tubarões. As pequenas ilhotas – mutu- são lugares ideais para um piquenique ou um churrasco de peixes. Alugar um Buggy para uma volta da ilha é uma ocasião de descobrir não somente os antigos centros religiosos hoje abandonados (mesmo se nem sempre bem cuidados), mas também uma multidão de lojas de artesanato. A ilha principal, DSCN1262Tahiti, é muitas vezes esnobada pelos turistas, talvez por ser a capital. Mas é um ponto obrigatório já que todos os voos chegam em Papeete, e merece ser aproveitada em qualquer roteiro. As suas praias de areia negra podem agradar não somente os surfistas e a ilha oferece paisagens surpreendentes, jardins românticos, e os sortudos poderão talvez ver uma ou duas baleias se aproximar do litoral. Na cidade, duas visitas são paradas obrigatórias: visitar uma “bijouterie” para sonhar frente as pérolas negras, e conhecer as “roulottes”, as barraquinhas da Praça Vaiete onde turistas e moradores se encontram no final do dia para tomar um drinque ou ter um jantar descontraído.

A dúvida do viajante vai começar então na escolha da terceira ilha. Huahine é uma excelente opção porque além dos clichês de praia e de mar, de lindas paisagens e de uma vegetação luxuriante, ela tem uma das mais ricas heranças culturais e arqueológicas.DSCN0869 Com a indispensável ajuda de um guia qualificado, o visitante poderá descobrir os marae (antigos altar de sacrifícios humanos) ou as armadilhas de pescaria e suas estranhas anguilhas domesticadas com olhos azuis. Os nativos explicam que esse  clima de segredos e de descobertas,  junto com a forma muito especial da sua montanha principal, deram origem ao nome desse ilha: a ilha mulher.

Para quem está procurando os hotéis de altíssimo padrão, a terceira ilha dum roteiro tahitiano pode ser escolhida entre Tahaa, ilha sagrada dos antigos polinésios onde se esconde um requintado Relais Chateaux Taha’a Resort and Spa, e Tetiaroa , a ilha do Marlon Brado onde foi construído o hotel The Brando, o mais luxuoso resort dos mares do sul, milagre de design, de conforto, de tecnologia e de respeito ao meio ambiente.

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©R&C Le Taha’a Island Resort & Spa

Na espera duma ligação aérea entre São Paulo e Papeete (se fala há anos dum voo direto que continuaria depois até Xangai), a primeira opção de voo para Tahiti é o voo semanal da LAN Chile via Santiago de Chile. Uma viagem de somente 16 horas e que oferece a opção de combinar com a Ilha de Páscoa, mas com uma conexão muito demorada em Santiago e o risco dum único voo. A rota via Los Angeles é um pouco mais demorada, mas tem a vantagem de ter mais de um voo por dia, a Air Tahiti Nui e a Air France tendo conexões com os voos da American Airlines.

Tahiti é sem duvida uma viagem excepcional, romântica e sensual, o destino por excelência duma lua de mel fora do comum ou de comemoração dum grande momento da vida. DSCN1107E se tiver a oportunidade de poder repetir para um segundo roteiro, aproveite as ilhas esquecidas na primeira viagem, não perca Moorea, ou tente viver a experiência diferente das Ilhas Marquezas que tanto fascinaram os artistas Jacques Brel ou Paul Gauguin,

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