American Airlines: o fim dos serviços comerciais para as agências de viagens?

American Airlines com novas estratégias na era da retomada

Esperada desde o mês de Abril, e já realizada nos Estados Unidos apesar das importantes críticas do setor, a reestruturação da sua força de vendas europeia foi anunciada  pela diretoria da American Airlines. Numa decisão dramática, tomada num momento  de forte crescimento do volume de vendas e dos resultados da empresa, todos os funcionários dos serviços comerciais de vendas e de suporte da Alemanha, da Itália, da França e da Espanha foram despedidos. Em toda Europa, foram somente preservadas 10 pessoas da equipe na Inglaterra, além do call center de Liverpool.

A British e a Iberia deverão assumir os serviços cortados

Essa estratégia, coordenada com seus parceiros da One World, segue o exemplo de outras companhias aéreas dentro das alianças concorrentes: a Lufthansa na Star Alliance, ou a Air France com a Delta na  Sky Team, iniciado na América do Norte e inspirado do acordo anterior da KLM com a North West. A restruturação já tinha sido iniciada com um serviço cliente chamado JBS (Joint Business Selling), operado com a British Airways e a Iberia que devem agora assumir todos os serviços da American Airlines. O atendimento personalizado será exclusivo das grandes contas empresariais.

Os agentes duvidam da neutralidade da NDC em relação às vendas diretas

Essa reorganização pode também ser a consequência da vontade da American de favorecer a NDC (New Distribution Capability), uma nova norma tecnológica do setor para a distribuição e a venda de passagens pelas companhias aéreas e as agências de viagens. Com uma oferta muito mais completa que os ferramentas de distribuição tradicional, a NDC é acusada de romper a neutralidade oficial em relação aos circuitos de distribuição. O CEO da American Airlines, Robert Isom, teve que confirmar que todas as medidas tomadas  eram consequências da prioridade dada às vendas  diretas, e que isso poderia ter um impacto sobre o relacionamento com as agências.

Vendas diretas e bleisure devem compensar a queda das viagens de negócios

Mesmo preocupando os profissionais do turismo, a estratégia escolhida, tanto com a NDC, que, com a redução drástica das equipes de vendas, e a aproximação maior com as grandes empresas aparece como uma resposta a queda duradoura das viagens de negócios, cujos volumes são ainda 19,2% abaixo do nível de 2019. Os resultados do primeiro trimestre estão 37% acima do ano passado,  mas de 12 bilhões de USD, tanto pelo aumento de 9,2% da oferta que pelo forte crescimento das tarifas domesticas e internacionais, e as ações da America

Esse artigo foi traduzido e adaptado de um artigo original da revista francesa profissional on-line Mister Travel  

 

As companhias low cost chegando até nas grandes alianças!

As grandes alianças desafiadas pelas low-cost

As grandes alianças enfrentando os desafios das low-cost

Com o crescimento das low-cost nos voos intercontinentais, as barreiras entre as grandes companhias tradicionais e as recém chegadas estão pouco a pouco desaparecendo. Vencendo os seus preconceitos, muitas empresas regulares estão até abrindo subsidiarias para competir com o novo modelo econômico da bem sucedida Norwegian. E até  a Air France conseguiu convencer os seus pilotos de aceitar a criação da “Boost”, filial low-cost que aproveitará ganhos de produtividade de 15% para abrir (ou reabrir) rotas hoje deficitários  – Brasilia ou Recife podendo ser opções de curto ou médio prazo. Para quebrar as barreiras, um outro sinal muito forte do novo olhar sobre as low-cost está sendo dado com a provável entrada de companhias a baixo custo nas grandes alianças internacionais.

Oneworld, procurando parcerias em pais emergentes

Oneworld, procurando parcerias em pais emergentes

A Oneworld, impressionada pelos mercados que as low-cost ganharam nos últimos anos, está procurando parceiras nos países emergentes. Bem posicionada na América Latina com a LATAM, está olhando principalmente na China, na Índia e na África, em lugares aonde essa aliança está sendo distanciada pelas suas concorrentes da Skyteam e da Star Alliance. Varias negociações estão perto de ser fechadas com companhias africanas, as dificuldades maiores sendo de respeitar as posições dos parceiros regionais.

Jazz, subsidiaria low cost da Air Canada

Jazz, subsidiaria low cost da Air Canada

A Star Alliance está mais adiantada na sua colaboração com as low-cost. Em 2016 ela iniciou parcerias  com a companhia sul-africana Mango, empresa domestica que está se desenvolvendo no internacional, e com a chinesa Juneyao Airlines, empresa de Xangai operando em 35 cidades da China e em Hong Kong. A Star Alliance também inovou montando novas parcerias com as subsidiarias low-cost dos atuais sócios da aliança. Deverá ser em breve o caso da Scoot de Singapore Airlines, da EuroWings da Lufthansa ou da Jazz de Air Canada.

U-Fly, primeira aliança de companhias low-cost

U-Fly, primeira aliança de companhias low-cost

Alem de bater na porta das grandes alianças, as companhias low-cost estão criando suas próprias alianças. Em janeiro de 2016, 4 empresas operando no sul da China lançaram a primeira aliança de low-cost, U-Fly, juntando  HK Express, Lucky Air, Urumqi Air e West Air. Essa aliança foi logo superada pela Value Alliance que agremiou em Maio 2016 8 companhias da Asia mas tambem do Oriente médio e do Pacifico: Cebu Pacific, Jeju Air, Nok Air, NokScoot, Scoot, Tigerair Singapour, Tigerair Australia et Vanilla Air. Quarta aliança mundial em termos de passageiros, cobrindo 160 destinos com frotas juntando 176 aparelhos, a Value Alliance não anunciou programa de fidelidade, mas tem muitos projetos, especialmente na área da informática, que mostram que as companhias low-cost querem integrar, até nas alianças, o mundo dos grandes da aviação comercial internacional.

 

Esse artigo foi traduzido e adaptado de um artigo original de Serge Fabre na revista on-line La Quotidienne

Value Alliance now challenging the biggest traditional careers

Value Alliance desafiando até as maiores companhias tradicionais