
Os canais de Utrecht, uma alternativa ganhadora
Se a Holanda é chamada desta forma nas mídias internacionais, e as vezes na própria comunicação, o seu nome oficial sempre foi Países Baixos. Desde 1579 – quando se revoltaram contra o então domínio espanhol-, as Províncias Unidas eram sete. Passaram hoje a ser doze, mas a Holanda continua sendo somente uma delas, mesmo se a mais importante pela potência da sua economia e a predominância das suas três cidades, Amsterdã, Roterdã e Haia. Até agora tolerante com essa dualidade de nomes, o governo decidiu que a partir do primeiro de janeiro de 2020, os documentos oficiais dos ministérios, das universidades, das embaixadas e das empresas públicas terão obrigação de utilizar exclusivamente o nome Países Baixos. Um novo logotipo, combinando as iniciais NL com a tulipa cor de laranja já simboliza a mudança.

O antigo e o novo logotípo do turismo dos Paises Baixos

Amsterdão não aceita mais o overturismo
A cidade de Amsterdã já tinha tomado varias medidas contra o overturismo, começando com uma regulamentação drástica (mas pouco eficiente) das atividades de AirBnb, reforçou as restrições. Foi assim decidida a redução dos transportes coletivos para os turistas como os barcos táxis, os segways ou as carruagens. As excursões de barco – os “bateaux-mouches”- não poderão mais parar no centro da cidade, os barcos hotéis não serão mais autorizados, e os navios de cruzeiro já foram avisados que não serão mais bem vindos. Ao mesmo tempo, antecipando a notoriedade crescente do destino, o Netherlands Board for Tourism & Conventions (NBTC) anunciou uma nova politica de segmentação dos mercados para espalhar os fluxos turísticos e ainda melhorar os impactos sobre a economia nacional.

Maastricht seduziu os exigentes redatores da Lonely P;anet
O NBTC deveria assim fechar seus escritórios da Itália, da Espanha e do Japão, ampliar suas ações na China e reforçar suas campanhas na Alemanha, nos Estados Unidos, na Inglaterra, na Bélgica e na França. A prioridade será de atrair viajantes experientes, já conhecendo a Holanda, querendo descobrir os Países Baixos além de Amsterdão, em cidades históricas como Maastricht, Groningen ou Arnhem, e valorizando os produtos artesanais de todas as regiões do pais, sejam tulipas, queijos, tamancos, porcelanas ou obras artísticas contemporâneas. Com US$ 10 milhões de verbas do governo, essa nova e corajosa política de “melhor turismo”, combinando apoio à economia local, luta contra o overturismo e “upgrade” do destino, deve ajudar os Países Baixos a melhorar ainda mais seu ranking dentro do turismo mundial.
Jean-Philippe Pérol