Na marina de Benoa em Bali, o Star Clipper fascina o visitante com seus quatro mastros, seu casco branco e seus metais brilhantes. Subindo a bordo, os passageiros ficam emocionados com o primeiro encontro com a tripulação, a instalação nas cabinas, o welcome drink e o primeiro jantar. Mas é na hora de zarpar que se nota a maior diferencia com um cruzeiro tradicional, quando os 170 passageiros sobem no deck para olhar o vento encher as 16 velas. Foi o sonho de reviver a grande epopéia dos “clippers” que incentivou o armador sueco Mikael Krafft a construir uma nova geração de veleiros gigantes, oferecendo uma experiência de navegação tradicional, mas com a tecnologia e o conforto do século XXI. Hoje são três embarcações construídas nos estaleiros de Gand ou de Gdansk, o Royal Clipper, o Star Flyer, e o Star Clipper lançado em 1992 e navegando agora entre o Pacífico e o Oceano Índico.
Deixando Bali, o navio atravessa durante a noite o estreito de Lombok, e chega no dia seguinte nas ilhas Gili, três ilhas com praias intocadas e fundos marinhos protegidos. Logo depois do navio ancorar, pés de pato e snorkels são distribuídos para um primeiro mergulho com peixes multicolores, corais, tartarugas e anémonas de mar. Para percorrer os 500 quilômetros até as ilhas Komodo, o Star Clipper navega todo o dia seguinte, sendo uma oportunidade de sentir o ambiente peculiar do veleiro, ler no salão, sentir o vento sentado no deck, deitar na rede gigante esticada na proa, aproveitar a piscina, participar da manobra ou até subir no mastro. Várias conferencias são propostas sobre a historia dos clippers, a cultura da região, as rotas das especiarias, ou a erupção gigantesca que sacudiu a região em 1815 e cujas marcas podem ainda ser vistas quando o navio segue a costa da ilha de Sumbawa.
O deck do Star Clipper
Esse cruzeiro único necessitou dois anos de pesquisas para estudar as correntezas e os ventos, escolher as escalas, assegurar a logística e os serviços necessários. Navegando quase 100% a vela, o veleiro segue os itinerários com os ventos mais favoráveis para seus 2500 metros quadrados de velas triangulares ou quadradas. Sendo muito menor que os navios de cruzeiros gigantes, o Star Clipper pode atracar em lugares mais exclusivos, com mais liberdade e mais velocidade para desembarcar seus passageiros. E todos querem descer para a excursão mais procurada desse cruzeiro, a visita do Parque Nacional de Komodo , patrimônio mundial da UNESCO, terra dos famosos dragões. Na realidade são lagartos gigantes que podem chegar a três metros de comprimento e 160 quilos. Descobertos em 1910, muito protegidos, vivem comendo carniças mas são capazes de caçar e devem ser observados com muito cuidado.
Pantai Merah, a Praia rosa de Komodo
A ilha de Komodo oferece belezas mais poéticas na baia de Pink Beach, quando o Star Clipper para em frente a essa famosíssima praia. A cor da areia vem da secreção vermelha de um animal microscópico que vive nos arrecifes de coral. Fragmentos desses corais se misturam com a areia branca para dar os tons de cor-de-rosa que dão a essa praia uma cor única e um ambiente romântico. Depois do barco zarpar, várias outras ilhas oferecem paisagens deslumbrantes ou belas ocasiões de mergulho: Satonda, a ilha sagrada com suas oferendas espalhadas e seu lago vulcânico salgado, Gili Meno e Gili Nanggu, locais mais turísticos onde pode não somente mergulhar mas também andar de bicicleta ou passear de carruagem. De volta em Bali, é a ocasião de aproveitar a diversidade da “Ilha dos Deuses” onde o Sul hinduísta e festivo coabita com o Norte muçulmano e artista, mas a saudade é grande na hora de deixar a vida a bordo do Star Clipper!