Com mais de um terço dos viajantes americanos ou brasileiros ficando fora dos hotéis tradicionais, os especialistas (incluindo da Atout France) anunciavam há vários anos essa nova tendência, a procura de meios de hospedagem diferentes e fora dos circuitos profissionais. Uma verdadeira revolução que a Airbnb soube aproveitar. Sete anos depois do seu lançamento, essa start-up, com serviço de aluguel de particular a particular , já é valorizada pelos mercados em 10 bilhões de dólares, seja mais que um grupo hoteleiro tradicional como Hyatt.
O sucesso da empresa de São Francisco disparou nos últimos dois anos depois que fundos de investimentos trouceram mais de 800 milhões de dólares no capital. Em 2013 foram realizadas mais de 6 milhoes de reservas oriundas de 175 paises, mais do dobro do ano anterior. No site são oferecidos uns 600.000 apartamentos, casas ou simples quartos, a preços extremamente em conta comparando com os hotéis. O volume de vendas já atinge 250 milhões de dólares, com um crescimento de quase 100%.
Esse sucesso num setor novo esta criando problemas. Os alojamentos oferecidos não tem sempre contratos de propriedade ou de aluguel autorizando esse tipo de atividade, e a parte fiscal (pagamento de taxas turísticas ou de impostos municipais ou federais) não esta sempre muito clara. Mesmo se queixando das autoridades que, segundo Joe Gebbia, um dos fundadores da Airbnb, “não estaõ facilitando nada”, a start-up esta tentando negociar. Assim por exemplo em São Francisco onde aceitou de pagar uma taxa de 4% sobre todas as reservas feitas. Um exemplo que outros municípios poderiam seguir.
A industria hoteleira começa também a se preocupar porque algumas ofertas chegam a ser não somente de semanas mas de diárias, competindo diretamente com ela sem ter as mesmas obrigações legais e fiscais. vários municípios, incluindo Nova Iorque ou Paris, começar a preocupar se tanto com a proteção dos consumidores que com a concorrência desleal feita a um setor econômico chave. Mas a complexidade desse circuito de venda direta de particular a particular não facilita a intervenção publica.
Quais que sejam os problemas que Airbnb – ou alguns dos seus concorrentes como HomeAway- vão enfrentar, é certo que os viajantes já mostraram que esse tipo de serviço tem um campo imenso pela frente. Não somente pelos preços atrativos, mas também porque se encaixam nessa nova tendência de querer viajar vivendo em Nova Iorque feito um nova-iorquino ou em Paris feito um parisiense. Os profissionais do ramo, tanto hoteleiros que agentes de viagem, tem que ver nisso não uma ameaça mas uma nova oportunidade. Cabe também as autoridades encontrar um quadro legal protegendo uma justa concorrência com os meios de hospedagem mais convencionais bem como os próprios turistas.
Jean-Philippe Pérol
Esse artigo foi traduzido e adaptado do Le Monde
Jean-Philippi é prazer poder acompanhar seu blog, grande abraço
Lucio Chaves