
A igreja Saint Nicolas, testemunha de uma longa amizade franco-russa
O turismo russo tem uma longa história em Nice. Antes da cidade virar francesa em 1860, a família do czar e a nobreza da corte já vinham passar o inverno em suntuosos casarões. Juntos com a capela ortodoxa, construída em homenagem ao principe herdeiro, e a catedral São Nicolas, hoje pertencendo a Federação da Russia, são testemunhos de 160 anos de intercâmbios culturais e turísticos. Raros durante o comunismo, os turistas russos voltaram com toda força a partir de 1989. Em 2019 eles representavam na Côte d’Azur 7% das receitas turísticas, o nono mercado international com quase 200.000 pernoites.

O Negresco, grande nome da hotelaria de Nice @Gregoire Gardette
Na hora da retomada pos Covid, os profissionais da região tinham muito esperanças na volta desses viajantes que gastam 4 vezes mais que a media dos franceses e duas vezes mais que os europeus. Eles deviam ser visíveis nos palaces, nos hotéis 5 estrelas, nos restaurantes estrelados, nas lojas de luxo, nos alugueis de iates ou de mansões. A guerra acabou com essas esperanças, e acabou também com um promissor fluxo de ucranianos – que ia ser impulsionado com uma nova ligação aérea Nice Lviv. O prejuízo econômico já foi estimado em 200 milhões de Euros pelos responsáveis do turismo da região, e pode ser muito maior se contabilizar a ausência dos donos de residências particulares ou de iates, afugentados pelas sanções econômicas.

A volta dos americanos deve em parte compensar os ausentes
Os russos estão faltando – e os chineses ainda não tem previsões de volta -, mas outros mercados intercontinentais importantes já estão aquecendo. Os estado-unidenses estão sendo esperados com toda força durante o verão, e três companhias aéreas já reabriram ligações diretas com os Estados Unidos, United inaugurou em maio um Nice Newark. São esperados mais voos do Canada e do Oriente Medio, alem das tradicionais ligações com a Inglaterra, a Europa do Norte, a Bélgica e a Suiça. Uma boa surpresa poderia também vir dos turistas brasileiros que colocaram a Côte d’Azur, da fronteira italiana até Saint Tropez, logo depois de Paris como destino preferido nesta temporada.

A Turquia foi o grande destino do turismo russo em 2021