Se os Reis da França gostavam antes de tudo da doçura do seu clima e da abundância das suas florestas, se foram as suas paisagens culturais que levaram a UNESCO a declarar-lo Patrimônio da Humanidade, o Val de Loire é antes de tudo a terra dos “Châteaux”. De Sully sur Loire até Angers, mais de 40 castelos, em maioria construídos na Idade Media mas completamente revisitados no Renascimento, fazem dessa região a “Douce France”, terra do Bem viver a francesa, das arquiteturas majestosas, das belas artes, da gastronomia finas e de vinhos atraentes.
Assim que os nove reis da França que aqui moraram e que os números artistas que aqui trabalharam, cada viajante tem que escolher o seu ou os seus castelos preferidos quando visita a região. Os apaixonados pela arquitetura gostarão de Chambord, da sua majestade e dos seus telhados ouriçados de 262 chaminés, de Chenonceau e da elegância da sua ponte-galeria, de Amboise e do seu gótico flamejante, de Loches e do seu patrimônio militar, ou de Blois onde sete reis imperaram estilos arquitectorais diferentes.
Os parques e jardins vão também ajudar o viajante a diferenciar os castelos, escolhendo seja os primeiros ensaios de Amboise, o parque “a inglesa” de Azay le Rideau, os dois conjuntos de Chenonceau, o parque de Chaumont sur Loire ou a perfeição de Villandry. E em Chambord, os 5440 hectares da Reserva nacional de Caça e animais selvagens lembram a vida, a riqueza e a beleza das florestas primárias de carvalhos e pinheiros.
Mas a emoção do visitante vem além de tudo da Historia, das lembranças e da herança cultural, de fatos heróicos, de eventos trágicos ou de anedotas divertidas que cada um desses castelos vai carregando desde o século XVI.
Mas são as historias de amor que fazem os mais bonitos e os mais românticos castelos, e assim é Chenonceau, o “Château des trois Dames”.
A terceira dama de Chenonceau deu ao castelo seu aspecto atual, criando uns novos jardins, inaugurando as duas galerias sobre a ponte, e realizando umas das mais extraordinárias festas da historia da realeza francesa, onde não faltavam principes, políticos, artistas e ninfetas. Com tantos amores, ciúmes, belezas, heróis e vilões, não é surpreendente que o “Châteaux des trois Dames”, o mais feminino dos castelos, seja, com 850.000 entradas por ano, o mais visitado do Val de Loire.
Jean-Philippe Pérol