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Turismo e liberdade

 

Não é talvez por acaso que a o turismo moderno só nasceu quando triunfava, na Europa e nas Américas, as novas ideias de progresso e de liberdade. Foi em julho 1841, depois das revoluções americana e francesa, depois da independência das ex-colonias espanhois e do Brasil, depois dos movimentos de 1830 e antes da “primavera dos povos” de 1848, que o Thomas Cook comercializou a primeira viagem organizada entre Leicester e Loughborough . A liberdade nunca deixou de marcar a historia do turismo. Depois da primeira guerra, em 1919, quando os primeiros escritórios de turismo no exterior abriram para acompanhar o inicio dos grandes fluxos de viajantes internacionais. Depois da segunda guerra, quando o Trigano fez do Clube “a mais bela ideia desde a invenção da felicidade”. Nos anos dourados das “30 gloriosas”, quando empreendedores do turismo fundaram as grandes operadoras que ajudaram milhões de pessoas a descobrir essa maravilhosa liberdade: viajar.

Assim que foi lembrado pela Organização mundial do turismo na sua Carta Magna, o turismo só existe com liberdade. Para o viajante, tem que ter liberdade de sair, de passear, de cruzar as fronteiras. Ele precisa também ter liberdade de ir e vir no destino escolhido, falar ou fazer amizade com os outros turistas ou os moradores encontrados, ter acesso, quando querer, as informações ou meios de comunicações que precisa . E para os países receptores, o turismo responsável vira do mesmo jeito um extraordinário acelerador de progresso e de liberdade.

Fanáticos não aceitam essas liberdades, deixando rastros de sangue que fizeram essa vez dezessete vitimas na França, tentando calar a imprensa e semear o ódio entre franceses de crenças diferentes. O imenso desfile de hoje , com mais de um milhão de participantes em Paris, Lyon, Bordeaux e Marselha, seguindo as marchas de ontem em milhares de cidades e de vilarejos, mostrou o quanto fracassaram. A França não vai renunciar a nenhuma das suas liberdades, nem para seus cidadãos, nem para seus moradores, nem para os seus visitantes.

Os franceses estão ficando imensamente gratos pelas manifestações de solidariedade que chegaram do mundo inteiro, e, claro, especialmente do Brasil onde já recebemos no turismo francês mais de 400 mensagens de apoio de profissionais, de jornalistas ou de simples cidadãos. A todos eles, queremos não somente transmitir nossos agradecimentos, mas também uma mensagem carregada por cada um dos participantes aos desfiles desse domingo. Com medidas de segurança reforçadas mas sem renunciar a esse clima de liberdade tão elogiado pelos nossos visitantes,  queremos continuar a dividir com eles esse jeito de viver. Bem vindo na Franca, et vive la Liberté!

Jean-Philippe Pérol

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