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Menos Euros, mas com mais viagens e mais compras?

PL

De acordo com o Banco Central, as despesas de brasileiros em viagens internacionais somaram US$ 2,120 bilhões em janeiro, uma queda de 7,8% em relação ao mesmo período de 2013. Vindo depois da forte alta do IOF sobre as despesas feitas com cartão de crédito no exterior, essa mudança reforçou os temores daqueles que acreditam que a morosidade da economia, a paixão pela a Copa do mundo e as incertezas da eleição para presidente vão reduzir os fluxos de turistas brasileiros para o exterior.

É certo que o Real a 3,20 por um Euro, bem como a alta do imposto, terão um impacto sobre as viagens, mas as pesquisas de comportamento e as experiências anteriores mostram várias razões para ser otimistas, podendo até confirmar que 2014 verá um crescimento, mesmo que menor, do turismo brasileiro.

As viagens internacionais cresceram 140% nos últimos seis anos, e são a terceira grande atividade de lazer com 24% das preferências da classe média (atrás somente das saídas e das atividades culturais). 91% dos brasileiros das classes A e B querem viajar para o exterior nos três próximos anos e só 28% deles pensam que motivos econômicos podem impedir esse sonho. E quando se pergunta qual é a sua reação frente a alta do dólar, o viajante coloca em primeiro lugar disparado a redução das compras (44%), depois a escolha de um hotel mais em conta (26%) e a diminuição dos gastos em restaurantes (22%). Alguns falam em encurtar a viagem (22%), em adia-la (21%), outros em mudar o roteiro (17%), mas só 1% em cancelar. Viajar virou uma necessidade.

Mais experiente hoje, o turista brasileiro sabe também achar as dicas para otimizar seu orçamento de viagem, especialmente para França. Tem que evitar a alta temporada (cuidado ela é diferente dependendo dos lugares, em Paris  julho e mais ainda agosto são baixa temporada, em Nice tem que fugir do verão até da primavera). Para se hospedar, hotéis tipo Íbis da Accor  são cada vez mais populares. Outras tendências fortes, com mais de um terço dos brasileiros, são as escolhas por apart-hotéis, alugueis de apartamentos ou de casas para viver feito um francês. Vale a pena passar mais tempo no interior onde os hotéis são sempre mais baratos que na capital, mas mesmo em Paris pode se encontrar boas surpresas aceitando se hospedar fora das áreas turísticas ou nos subúrbios mas próximos. Para se deslocar, o sucesso do trem (TGV ou outros produtos da Rail Europe) é impressionante, são hoje quase 70.000 brasileiros que utilizam esse meio de transporte seguro e barato dentro do país.

Mesmo com o real enfraquecido, dá para aproveitar melhor as compras. Tem, em primeiro lugar, que se lembrar de quando se vê um preço de 100 Euros, é o contrário dos Estados Unidos onde se paga  as taxas por cima disso (será 107 ou 108). Na França vai ser no final só 87 porque vai ter um reembolso de 13%, a famosa ‘detaxe’. Os Galeries Lafayette, o Printemps – o antigo e o novo Le Louvre-, o Bon Marché, bem como muitas lojas oferecem esse serviço. Os outlets estão crescendo, sendo o mais famoso o La Vallée perto da Disney. Para muitos produtos de beleza ou de gastronomia, os supermercados Monoprix são excelentes opções. E se for em setembro, não perca a fabulosa feira de vinhos dos supermercados Leclerc com preços e ofertas deslumbrantes.

Mesmo com menos Euros, podemos ter mais viagens e até mais compras na França em 2014!

Jean-Philippe Pérol

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