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Van Gogh, eterno hóspede de Auvers-sur-Oise

Les bords de l’Oise, de Vincent Van Gogh

Mesmo se Van Gogh passou somente os últimos 70 dias da sua vida nessa pequena cidade dos arredores de Paris, Auvers-sur-Oise ficou profundamente marcada  pela sua estada, ganhando uma projeção internacional que continua até hoje através das paisagens e dos personagens que ele imortalizou nos quase oitenta quadros que ele pintou na região. E se Auvers-sur-Oise atrai também pelo seu castelo, com seus jardins floridos e seus íris, com seus casamentos e seu festival ” Normandia  impressionista “, o turismo aproveita em primeiro lugar a omnipresença do artista gênio.

Castelo de Auvers-sur-Oise e seus famosos Íris

Van Gogh estará presente nas novidades previstas esse ano, como o lançamento da construção de um novo barco de passeio, replica do barco onde trabalhava o pintor  Charles-François Daubigny (1817-1878), um artista que Van Gogh admirava tanto que o homenageou com seu quadro “Le jardin de Daubigny”.    E para descobrir as beiras do Rio Oise que ele tanto gostava, Auvers-sur-Oise se juntou com dois outros municípios da região para propor um “cruzeiro pique-nique”  onde os turistas poderão aproveitar as paisagens favoritas do pintor enquanto estarão almoçando. Na casa do Doutor Gachet, o famoso benfeitor e amigo,  uma bem sucedida renovação e a uma exposição de obras inéditas fazem o visitante mergulhar no ambiente da época , dando a impressão que o Vincent pode aparecer a qualquer hora.

A Auberge Ravoux em Auvers sur Oise

É porem na Auberge Ravoux, onde Van Gogh se hospedou de maio até julho de 1890, que a emoção de uma visita em Auvers sur Oise é a mais forte. A pequena albergue guardou a decoração e o ambiente dos bares de artistas no final do século XIX. O quarto de 7 metros quadrados, que o pintor alugava e onde ele estocava as suas telas embaixo da cama, guardou toda a sua simplicidade. E no restaurante, ainda é possível sentar e almoçar na mesma mesa onde ele fazia as suas refeições. Conservar a alma do lugar é a luta do proprietário do local, Dominique-Charles Janssens, um cidadão belga que encontrou a então chamada “Maison de Van Gogh” por acaso (o caro dele bateu na frente em 1985). E se apaixonou então, ao ponto de comprar-la, restaurar e reabrir, reaproveitando o seu antigo nome de “Auberge Ravoux”. Sem apoio, mas com muita paixão, conseguiu convencer uns bancos, alguns patrocinadores e algumas operadores de turismo (inclusive a Wagons lits quando encontrei com ele pela primeira vez). Hoje ele recebe no local dezenas de milhares de visitantes vindo do mundo inteiro, mas o sonho do Janssens é de poder um dia pendurar na parede do pequeno quarto numero 5 um quadro do Vincent. A 30 milhões de dólares, pode parece impossível, mas sua garra e sua paixão já fizeram alguns milagres em Auvers-sur-Oise …

Jean-Philippe Pérol

Mesa na frente da Auberge Ravoux

 

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