Ilustrado com violência na semana passada em Paris, o conflito entre o gigante do transporte colaborativo Uber e os motoristas de taxis está quase virando uma Guerra mundial. Com a cumplicidade das autoridades e um frequente apoio do poder judiciário, os taxis estão ganhando muitas batalhas.
Mas na economia colaborativo, o fator chave do sucesso é o consumidor, ou melhor o consum-ator. Bastava surfar no web ou entrar no Face durante a greve dos taxis parisienses para ver de que lado torcia a imensa maioria dos internautas.
Não é por acaso que depois de ter inaugurado os seus serviços em março 2010 em São Francisco, a Uber já está valorizada em quase 50 bilhões de dólares e deve faturar 10 bilhões em 2015.
Não tem duvidas que os transportes colaborativos da Uber e dos seus concorrentes, identificados com as tendências e os consumidores do século XXI, não poderão ser parados por medidas corporativistas de reta guarda. Em vês de medidas repressivas, as autoridades deverão definir um novo quadro jurídico para essa atividade e todos os atores. Terão que proteger melhor os clientes – seguranca dos veículos, qualificação e idoneidade dos motoristas, transparência das tarifas frente ao algoritmo as vezes abusivo da Start-up- , e verificar que a empresa pagam os impostos e taxas que correspondem a sua atividade. Para dar aos taxis todas as chances de enfrentar essa concorrência, será talvez necessária de renovar também os regulamentos corporativistas e os comércios de quotas, que encarecem desnecessariamente os custos e servem de proteção a serviços de qualidade irregular ou sem criatividade.
A guerra mundial entre os taxistas e as empresas de transporte colaborativo pode assim acabar somente com vencedores. E para os taxistas parisienses, uma satisfação a mais: serão sem duvidas felizes de saber que os fundadores da Uber, Garrett Camp, Travis Kalanick e Oscar Salazar, tiveram essa ideia em Paris, em março 2008, quando tentavam desesperadamente encontrar um taxi para chegar a uma conferencia sobre o Web. Como falava Audrey Hepburn: “Paris is always a good idea!”
Jean-Philippe Pérol