Uber x Taxis . Paris is always a good idea …

Paris, os Campos Eliseos

Ilustrado com violência na semana passada em Paris, o conflito entre o gigante do transporte colaborativo Uber e os motoristas de taxis está quase virando uma Guerra mundial. Com a cumplicidade das autoridades e um frequente apoio do poder judiciário, os taxis estão ganhando muitas batalhas. UBERPOPEm alguns países, o serviço UberPop foi proibido. É o caso da Franca desde o mês de janeiro, mas também da Espanha, da Itália, da Dinamarca, da Bélgica, da Holanda, da China ou da Tailândia.    O  carro-chefe da Uber, o serviço mais profissionalizado UberX, foi também totalmente proibida no Portugal, na Hungria, na Índia, em algumas cidades da Alemanha, da Suíça, bem como em algumas estados ou municípios dos Estados Unidos. E em muitos países, inclusive no Brasil, alguns ou todos os serviços da empresa só funcionam graça a liminares de justiça.

UBER BHZ

Mas na economia colaborativo, o fator chave do sucesso é o consumidor, ou melhor o consum-ator. Bastava surfar no web ou entrar no Face durante a greve dos taxis parisienses para ver de que lado torcia a imensa maioria dos internautas. uber-cabNão só os preços mais baixos, mas a praticidade do aplicativo, a rapidez e a qualidade do serviço já seduziram os milhões de usuários que gostaram dos veículos novos, dos motoristas bem vestidos que descem para abrir a porta, oferecem agua ou balinhas, não pedem gorjetas (todos os pagamentos são feitos com cartão de credito) e são avaliados depois de cada corrida pelo cliente.

Não é por acaso que depois de ter inaugurado os seus serviços em março 2010 em São Francisco, a Uber já está valorizada em quase 50 bilhões de dólares e deve faturar 10 bilhões em 2015. UBER NICE CANNESPresente em 50 países e 250 cidades do mundo, a start-up é baseada numa ideia simples: um aplicativo intuitivo relacionando num mínimo de tempo um cliente e um motorista particular. Com uma estratégia completamente virada para o consumidor, incluindo patrocínios e serviços personalizados, com redes locais de motoristas organizados, animados e valorizados, com uma fortíssima presencia nas mídias sociais divulgando eventos locais e ações inovadoras, Uber consegue não somente contornar os seus críticos mas também ficar na frente dos seus concorrentes. Sempre com novos produtos – agora UberX, UberBerline, UberVan, UberPOP, UberKittens e UberPool – , ela consegue atrair cada mês 80.000 novos clientes e 20.000 novos motoristas.

UBER SAO PAULO

Não tem duvidas que os transportes colaborativos da Uber e dos seus concorrentes, identificados com as tendências e os consumidores do século XXI, não poderão ser parados por medidas corporativistas de reta guarda. Em vês de medidas repressivas, as autoridades deverão definir um novo quadro jurídico para essa atividade e todos os atores. Terão que proteger melhor os clientes – seguranca dos veículos, qualificação  e idoneidade dos motoristas, transparência das tarifas frente ao algoritmo as vezes abusivo da Start-up- , e verificar que a empresa pagam os impostos e taxas que correspondem a sua atividade. Para dar aos taxis todas as chances de enfrentar essa concorrência, será talvez necessária de renovar também os regulamentos corporativistas e os comércios de quotas, que encarecem desnecessariamente os custos e servem de proteção a serviços de qualidade irregular ou sem criatividade.

O CEO DA UBER

A guerra mundial entre os taxistas e as empresas de transporte colaborativo pode assim acabar somente com vencedores. E para os taxistas parisienses, uma satisfação a mais:  serão sem duvidas felizes de saber que os fundadores da Uber, Garrett Camp, Travis Kalanick e Oscar Salazar, tiveram essa ideia em Paris, em março 2008, quando tentavam desesperadamente encontrar um taxi para chegar a uma conferencia sobre o Web. Como falava Audrey Hepburn: “Paris is always a good idea!”

Jean-Philippe Pérol

TAXI PARISIEN LIVRE

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