Pau de selfie e cultura: ameaça ou oportunidade?

OBAMA NO SELFIE

O pau de selfie, o indispensável acessório de alguns fãs da Facebook ou da Instagram que para dividir as suas emoções de viagens, acabou de ser proibido nas visitas do castelo de Versalhes. Lembrando a especificidade do lugar, a estreiteza de varias salas e a fragilidade dos objetos expostos, o diretor avisou que os guardas eram agora encarregado de fazer respeitar essa proibição. SELFIEO Louvre ainda não se pronunciou a esse respeito, mas os seus dirigentes ficaram cautelosos, talvez pensando nas reações negativas dos jovens e dos estrangeiros (especialmente americanos, chineses e brasileiros) que componham a maioria dos 9,3 milhões de visitantes. Lembraram que os paus de selfie não são proibidos mas que só podem ser utilizadas respeitando as obras expostas e a convivência com o público.

SELFIE NA FRENTE DA PIRAMIDA DO LOUVRE

O Centro Pompidou parece estar caminhando para proibição, justificando que ela se aplica também a bengalas e mochilas. Seguindo uma tendência quase global, a National Gallery de Londres acabou de anunciar essa mesma medida. O porta-voz do museu declarou que os pau de selfie representavam um perigo para as obras expostas bem como para os direitos autorais. “Autorizamos as fotos pessoais mas não as profissionais, especialmente com flash ou com tripé. E consideramos que os paus de selfie se assimilam aos tripés.” Explicações não muito convincentes, mas que foram avançadas na Espanha pelo Museu da Rainha Sofia e que o British Museum deve adotar em breve para justificar a mesma decisão.

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Vários museus americanos, o Moma e o Metropolitan em Nova Iorque, ou o Smithsonian em Washington, já se pronunciaram também contra esse polemico assessorio, bem como o Museu dos Uffizi em Firenze ou o Heritage em Amsterdam. Em Madri o Museu de Prado lembrou que não é permitido fazer qualquer foto das obras expostas, bem como entrar com qualquer acessório considerado perigoso – bengalas, guarda-chuvas ou outros.

France Selfie Stick

Proibido nos shows na Inglaterra ou nos estados de futebol no Brasil, o pau de selfie pode sem dúvidas ser uma fonte de polêmicas. Pode ser de má gosto ou pode ser ridículo. Como cada novidade, o seu uso pede cuidados especiais ou pelo menos bom senso em não invadir uma foto alheia ou atrapalhar outros turistas ao esticar o equipamento. IMG_2374Mas diretores de museus bem como estrategistas do turismo devem se lembrar que esses acessórios ajudam os viajantes a mostrar novos ângulos de cenários famosos ou a juntar grupos de amigos em uma só foto. Junto com os smartfones ou as medias sociais, eles fazem parte dessa grande revolução de liberdade e de alegria que o web carregou nas vidas dos cidadãos da aldeia global. Em vez de proibir os paus de selfie, é sem dúvidas melhor seguir o exemplo do Obama, reagir com audácia e criatividade vendo neles não uma ameaça mas  uma oportunidade para divulgar melhor museus ou eventos culturais .

Jean-Philippe Pérol

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