
O visual projetado do São Paulo, com seu campo de golf
Uma grama bem cuidada, palmeiras tropicais e uma piscina poderiam em breve cobrir o convés de voo de um antigo porta-avião da Marinha brasileira. Por surpreendente que seja, esse projeto foi anunciado pelo empresário alemão Udo Stern, ex diretor da Lufthansa. Construído na França e batizado “Foch”, adquirido em 2000 pelo Brasil e rebatizado “São Paulo”, o imponente navio de 265 metros de comprimento foi leiloado por 1,6 milhões de USD para um sucateiro turco. Mas a forte oposição da opinião pública ao desmantelamento do porta-avião na Turquia, com seus consequentes risco de poluição ambiental, levou Udo Stern a pensar que era possível apresentar alternativas mais atrativas.

Uma pista de esqui no meio do Mar Negro?
Projetando ancorar o navio no Mar Negro, mas fora das águas territoriais, o projeto esbanja luxo. Estimado em centenas de milhões de euros, ele inclui numerosas infra-estruturas de lazer nos 13.800 metros quadrados disponíveis. Além de casino, cinemas, teatro, bares e restaurantes, seriam instalados no deck um heliponto, uma piscina de vidro, bem como um campo de golfe de nove buracos durante a temporada de verão. No inverno este campo seria transformado numa pista de esqui coberta de neve artificial. Os futuros passageiros serão hospedados nas 55 cabinas dos oficiais, transformadas em luxuosas suites.

O último porta avião brasileiro esperando virar sucata ou palace
Se Udo Stern garante ter achado os investidores, o ambicioso projeto tem ferrenhos opositores. No Brasil e na França uma associação apoiada por ex-tripulantes tentou sem sucesso transformar o navio num Museu flutuante. Na Turquia um almirante aposentado tentou convencer a Marinha turca de usá-lo como centro de treinamento. Ainda na Turquia, políticos e ambientalistas estão também se mobilizando contra o projeto. Em Izmir, o porto do Mar Egeu onde seria feita a obrigatória e complexa “desamiantização” do porta-avião, o prefeito, os ecologistas, os técnicos e os sindicatos de estivadores estão mobilizados contra os riscos de poluição dos resíduos tóxicos.

O “São Paulo” na época que se chamava o “Foch”
Mas o ponto chave para o futuro do projeto será o acordo – ou não – do governo francês. Uma das cláusulas do contrato de venda do “Foch” para o Brasil define que o navio não pode ser vendido para quem que seja para qualquer tipo de uso sem uma autorização especifica da França. Um porta-voz já lembrou que esta cláusula se aplica mesmo para um projeto turístico, e que por enquanto nenhum pedido nesse sentido foi feito pelas autoridades brasileiras. Se os especialistas são muito cautelosos a respeito da concretização do seu projeto, o Udo Stern, com experiencia anteriores de investimentos complexos na Blue Wings ou na Blue Star Cargo, acredita mesmo receber em breve esquiadores e golfistas no antigo porta avião franco brasileiro. Será?
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