Em Aubusson, heranças de tecelãs, de templários e de pedreiros

 

Mas antiga tapeçaria de Aubusson

O “Millefleurs à la Licorne”, a mais antiga tapeçaria de Aubusson

Se não se sabe exatamente as origens da tapeçaria de Aubusson, –  artesãos árabes perdidos depois da derrota de Poitiers em 732, tecelãs flamengos contratados no século XIV, ou tradições milenares vindo da qualidade das águas ácidas do Rio Creuse- , é certo que a nova “Cité Internationale de la Tapisserie” abrira suas portas no início de Julho desse ano. Jean LurçatDeclarada pela UNESCO patrimônio imaterial da humanidade em 2009, a peculiar tapeçaria dos confins da Auvergne e do Limousin – e sua tecelagem em teares horizontais – vai assim oferecer a seus moradores e a seus visitantes um centro inovador misturando informação, pesquisa, formação profissional e um museu interativo. Alem de três peças excepcionais no seu hall de entrada – Aurore, premiada na Exposição de 1900, O Pássaro de Georges Braque, e uma das primeiras obras do mestre Jean Lurçat -, a Cité vai ter um acervo de 350 tapeçarias cobrindo sete séculos de Historia.

A futura Cité Internationale da tapeçaria de Aubusson

A futura Cité Internationale da tapeçaria de Aubusson

Com esse atrativo dinâmico, juntando tradições com modernidade e criação contemporânea , Aubusson quer construir uma nova imagem para seduzir seus futuros visitantes. Até agora, sendo exclusiva de uma clientela regional de conhecedores da tapeçaria, Arquitetura medieval em Aubussonela quer atrair novos viajantes, mais internacionais, mais interessados pela descoberta de expressões artísticas originais, mais dispostos a descobrir todas as riquezas do “savoir-faire” premiado pela UNESCO. Turistas mais interessados a procurar, nas numerosas lojinhas das ruas estreitas da cidade, as produções do artesanato local inspirado da lã, das tecelagens, das gravuras, sejam produções novas ou peças antigas encontrados num brechó ou num antiquário.

A ponte no Rio Creuse

A ponte no Rio Creuse

A Historia dos artesãos da Creuse, outrora Marche ou Combraille, é também marcada pelo “savoir-faire” dos seus pedreiros. Famosos por ter construídos todos os grandes monumentos de Paris, os “maçons creusois” mostraram os seus talentos nas igrejas romanas,  ou nas casas e nos castelos  dos dois ordens guerreiros, Templários e Hospitaleiros, que os poderosos monges-soldados administravam em toda a região da “Língua da Auvergne” . TORRE ZIZIM (PRINCIPE DJEM)No século XV, Pierre d’Aubusson, senhor da cidade, chegou a ser Grão Mestre dos Hospitaleiros, conseguiu vencer o cerco imposto poderoso sultão turco Bayezid “O Trovão”. Na volta,  trouxe  de Rhodes o imperial irmão “Djem”, encarcerado numa torre (a “Tour Zizim”)  que mandou arrumar especialmente  e que ainda pode ser visitada em Bourganeuf. Na própria cidade de Aubusson, o velho castelo, as faixadas de pedra, a torre do Relógio ou a ponte no Rio Creuse são para o viajante um perfeito cenário para curtir a memória  desses artesãos, pedreiros ou tecelãs, que a “Cité Internationale de la Tapisserie” vai ajudar a valorizar.

Jean-Philippe Pérol

Curtindo as ruas de Aubusson

Curtindo as ruas de Aubusson

 

 

 

 

4 pensamentos sobre “Em Aubusson, heranças de tecelãs, de templários e de pedreiros

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