Em Versalhes, criatividade e tecnologia no tricentenário da morte do Louis XIV

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Comemorando dia 1 de setembro os 300 anos da morte do Louis XIV, o palácio de Versalhes mostrou muita originalidade, ao enriquecer ainda mais os roteiros dos numerosos visitantes – mais de oito milhões esse ano – do mais famoso conjunto arquitectural do século XVII, patrimônio mundial da humanidade.Duguay Trouin no Rio de Janeiro E se o “Rei Sol” tem algumas razões para não ser muito popular no Brasil – suas tropas saquearam duas vezes o Rio de Janeiro e ele tentou empurrar as fronteiras com a Guiana do Oiapoque para o Araguari -, seu deslumbrante palácio é um dos favoritos dos viajantes brasileiros, que representam 4% dos visitantes estrangeiros.

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Na riquíssima programação do Tricentenário, alguns eventos merecem ser destacados pela criatividade e a atualidade, mostrando que as homenagens às glorias do passado podem combinar com divertimento e vanguardismo tecnológico. Quarto do Louis XIV no Grand TrianonDuas exposições – o Grande Trianon de Louis XIV até Charles de Gaulle e “Le Roi est mort”–  vão mostrar peças originais, algumas completamente desconhecidas do grande público. Mas para melhor divulgar essa segunda exposição, o Palácio de Versalhes se associou à companhia telefônica Orange para lançar um “MOOC” (Massive Online Open Course), uma formação aberta a todos, com um conteúdo cultural inédito e sete sequências com vídeos, podcasts, quizz lúdicos e o foro de chat com os palestrantes. Com inscrições abertas desde o dia primeiro de setembro, o curso vai entrar no ar no dia 26 de outubro e quem conseguir chegar ao final, dia 4 de janeiro, ganhará um diploma de Versalhes!
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Um outro evento excepcional será o concerto “Les funérailles du Roi”, dias 2 e 3 de novembro. louisxivInspirados das cerimônias funerárias que começaram no dia 9 de setembro 1715, no Palácio de Versalhes, continuaram durante 40 dias na Basílica de Saint-Denis, e que se entenderem depois na Sainte Chapelle e na catedral Notre-Dame-de-Paris, o maestro Raphaël Pichon e sua orquestra “Ensemble Pygmalion” inventaram um espetáculo único. Na Capela Real do Palácio, serão interpretadas as músicas tocadas e cantadas nos funerais, primeiro na câmara mortuária, depois na procissão. E comemorando as últimas cerimônias em Notre-Dame,  a orquestra fechará o concerto com o “Dies Irae de Delalande”.

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Quem procurou na terça-feira passada o hashtag #LouisXIV foi surpreendido pela audácia e pela inovação do Palácio de Versalhes. Túmulo do Louis XIVPara recriar a tragédia nacional, que foi a morte do Louis XIV depois de um reinado de 72 anos, os organizadores do Tricentenário não só abriram o site Leroiestmort.com, mas também criaram uma conta Twitter @cversailles e o hashtag especial #leroiestmort, dando assim aos usuários de mídias sociais a possibilidade de seguir, minuto a minuto, o impacto da morte do Rei Sol e os acontecimentos da época através dos meios de comunicação do século XXI.  E o twit “Le Roi est mort, Vive le Roi”, poderia ter sido, nesse 1 de setembro 1715,  o mais visto da história.  

Jean-Philippe Pérol

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