Turismo e liberdade

 

PARIS EST CHARLIE

Não é talvez por acaso que a o turismo moderno só nasceu quando triunfava, na Europa e nas Américas, as novas ideias de progresso e de liberdade.Cook's Timetable cover - Dec 1888 Foi em julho 1841, depois das revoluções americana e francesa, depois da independência das ex-colonias espanhois e do Brasil, depois dos movimentos de 1830 e antes da “primavera dos povos” de 1848, que o Thomas Cook comercializou a primeira viagem organizada entre Leicester e Loughborough . A liberdade nunca deixou de marcar a historia do turismo. Depois da primeira guerra, em 1919, quando os primeiros escritórios de turismo no exterior abriram para acompanhar o inicio dos grandes fluxos de viajantes internacionais. TRIGANODepois da segunda guerra, quando o Trigano fez do Clube “a mais bela ideia desde a invenção da felicidade”. Nos anos dourados das “30 gloriosas”, quando empreendedores do turismo fundaram as grandes operadoras que ajudaram milhões de pessoas a descobrir essa maravilhosa liberdade: viajar.

Assim que foi lembrado pela Organização mundial do turismo na sua Carta Magna, o turismo só existe com liberdade. TopSul Notícias - www.topsulnoticias.com.br - liberdade 4Para o viajante, tem que ter liberdade de sair, de passear, de cruzar as fronteiras. Ele precisa também ter liberdade de ir e vir no destino escolhido, falar ou fazer amizade com os outros turistas ou os moradores encontrados, ter acesso, quando querer, as informações ou meios de comunicações que precisa . E para os países receptores, o turismo responsável vira do mesmo jeito um extraordinário acelerador de progresso e de liberdade.

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Fanáticos não aceitam essas liberdades, deixando rastros de sangue que fizeram essa vez dezessete vitimas na França, tentando calar a imprensa e semear o ódio entre franceses de crenças diferentes. O imenso desfile de hoje , com mais de um milhão de participantes em Paris, Lyon, Bordeaux e Marselha, seguindo as marchas de ontem em milhares de cidades e de vilarejos, mostrou o quanto fracassaram. A França não vai renunciar a nenhuma das suas liberdades, nem para seus cidadãos, nem para seus moradores, nem para os seus visitantes.

Marche-republicaine

Os franceses estão ficando imensamente gratos pelas manifestações de solidariedade que chegaram do mundo inteiro, e, claro, especialmente do Brasil onde já recebemos no turismo francês mais de 400 mensagens de apoio de profissionais, de jornalistas ou de simples cidadãos.Génie_de_la_Liberté_973 A todos eles, queremos não somente transmitir nossos agradecimentos, mas também uma mensagem carregada por cada um dos participantes aos desfiles desse domingo. Com medidas de segurança reforçadas mas sem renunciar a esse clima de liberdade tão elogiado pelos nossos visitantes,  queremos continuar a dividir com eles esse jeito de viver. Bem vindo na Franca, et vive la Liberté!

Jean-Philippe Pérol

3 pensamentos sobre “Turismo e liberdade

  1. Paris não acaba nunca!!!
    Assistindo ao noticiário sobre os atentados em Paris, lembro de um frio inverno que lá passei. Estava hospedada no Hotel Carlton, em Montparnasse e costumava sair como diz tão bem Caetano, “sem lenço e documento” a flanar pelas ruas despovoadas, por conta do intenso frio, apesar de ter o sol brilhando no céu azul.
    De repente, ouço o apitar das sirenes! Paro e me preocupo. O que será que está acontecendo? Entro num café e telefono para uma amiga e ela, com voz aflita me pede que volte para o Hotel, pois várias bombas explodiram no Quartier Latin e uma livraria foi destruída.
    Aí eu penso! Por quê, meu Deus, tanta violência? Esta cidade sempre recebeu de braços abertos o mundo todo. Milhares de refugiados de vários países sul-americanos aqui tiveram abrigo quando foram expulsos pela ignorância política das ditaduras militares.
    Depois vieram os africanos, à procura de uma vida melhor! E assim, Paris foi invadida por gente de vários credos e raças. O tempo passou, o mundo se globalizou e a Europa se tornou o “shangrilá! do Paraíso perdido de Milton.
    E os governos por interesses ou não, nada fizeram para conter a onda de fanáticos que, aos poucos fincaram raízes nas várias capitais. E Paris por ser Paris, pelo seu lema de “Liberdade, Igualdade e Fraternidade”, hoje, em pleno Século XXI se vê castigada pelo ódio e fanatismo religiosos. E jovens acreditam e seguem grupos que, em nome de Deus, roubam, matam e destroem. Ah! Paris, vamos torcer para que continues a mesma cidade acolhedora, linda e romântica! Em tempos passados escapastes do terror Hitleriano. Agora, em nome de um Deus que é Uno, mas dividido por mentes doentias, voltas a sofrer o medo e o terror! Vamos ter fé e acreditar! Paris não acaba nunca! Ina Melo. 11/01/2015

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