Saint Martin, lado francês. O charme da diferença.

Pinel ©Laurent Benoit (copy)Do requinte do hotel Samanna até o agito do bar de praia ” Los Calmos”, Saint Martin surpreende o viajante brasileiro, que tendo em mente as imagens de Sínt Marteen, a irmã holandesa, espera uma ilha de hotéis americanizados, paraíso dos sacoleiros, e a parada muito bem organizada de quase todos os grandes navios de cruzeiros.

Os turistas que escolhem o lado francês vão viver uma experiência completamente diferente, com três pontos chaves que justificam minha preferência.

DSCN6373O primeiro é uma grande proteção ambiental que se percebe logo que se atravessa a invisível fronteira. A paisagem é logo liberada, com menos prédios, praias mais protegidas, florestas bem  preservadas. Uma reserva natural cobre uma boa parte da ilha, os morros, os mangues, incluindo as águas territoriais e as várias ilhotas (inclusive a famosa Ilet Pinel e sua praia bem organizada). Na floresta, a cabeceira do único rio da ilha é também aproveitada com bom gosto pelos donos do local, uma antiga fazenda que o primeiro dono ganhou em um sorteio, daí o nome de Lottery Farm, com seus bares e jogos aquáticos.

DSCN6010A hospedagem também surpreende. Talvez estimulada pela proximidade de Saint Barth, a ilha francesa vizinha, Saint Martin oferece várias opções de altíssimo padrão: a Samanna, que a Orient Express transformou num verdadeiro palácio, combinando um design elegantíssimo, um serviço atencioso, num local de beleza e de tranquilidade. A sofisticação se encontra também nas numerosas casas para alugar nos arredores do hotel. O Radisson, em seu estilo Louisiane, é também uma excelente opção de quatro estrelas muito merecidas. Mais em conta ainda, há o simpático Mercure, perto de Marigot, com quartos amplos e oferecendo sua praia na Lagoa, e o Petit Hotel no charmoso vilarejo de Grand Case.

DSCN6344Sendo francesa, Saint Martin não podia não brilhar pela gastronomia. A surpresa vem da criatividade e do profissionalismo dos chefes do Pressoir, da Cigale e do Sental . Mas vem também dos numerosos pequenos bares e restaurantes. O Calmos, em Grand Case, para beber e escutar música com os pés na areia. O restaurante do Coco em Marigot, para comer um peixe grelhado depois das compras ou antes do Ferry para Anguilla . E se quiser mesmo dançar nas mesas, o bom é ir ao Waikiki Beach na praia do Oriente .

DSCN6189Claro que um viajante brasileiro vai querer também encontrar nesse pedaço de França um pouco de cultura. Em Marigot, na avenida do General de Gaulle, ele vai encontrar isso, e muito mais. Numa linda casa de 1840, ele vai encontrar cores, paixão, história e, claro, os quadros do pintor-mór de Saint Martin, Richard Richardson. Se tiver sorte, é possível encontra-lo, no seu ateliê ou no seu exuberante jardim junto às antigas casas de pedra do século 18.

Saint Martin, o lado francês, diferente e charmoso.

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Jean-Philippe Pérol

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